Nem todos usuários do Restaurante Popular estão em situação de vulnerabilidade social

Inaugurado no dia 19 dezembro de 2007, o Restaurante Popular Dom Mário Zaneta  contribui com a segurança alimentar dos pauloafonsinos, servindo de segunda a sexta-feira, 1500 refeições balanceadas sob o acompanhamento de três nutricionistas. São mil almoços com cardápio variado, sobremesa e suco, ao preço de R$ 1,00 (um real), e 500 sopas acompanhadas de um pão francês por apenas R$ 0,50 (cinquenta centavos). Isto graças ao compromisso da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de cuidar dos pauloafonsinos, com atenção especial às pessoas em situação de vulnerabilidade social.

O Restaurante Popular de Paulo Afonso cujo objetivo é garantir as pessoas que realizam suas atividades fora de casa, especialmente trabalhadores informais de baixo poder aquisitivo, o acesso a refeições seguras e de qualidade, vem enfrentando a concorrência de um público que possui renda e não são pessoas em situação de vulnerabilidade social e que não precisam utilizar as refeições do Restaurante Popular, ao contrario do que é preconizado dentro do projeto, isto é, pessoas que realmente precisam deste tipo de apoio; Como idosos, aposentados, trabalhadores informais. Podem ser vista também, principalmente no horário do almoço, frequentando o restaurante, famílias inteiras que aparentam uma situação financeira diferente, no lugar de trabalhadores que realizam suas atividades fora de casa.

De acordo com informações, o valor total de cada refeição é de R$ 5,69 (cinco reais e sessenta e nove centavos), sendo que a contrapartida de R$ 4,69 (quatro reais e sessenta e nove centavos) por cada almoço servido é repassada à empresa administradora do restaurante pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES).

O Restaurante Popular de Paulo Afonso é referência no país em organização, higiene, atendimento e na qualidade da alimentação.

Segundo informações o Restaurante Popular de Paulo Afonso é um dos poucos que ainda mantêm esse valor e vale lembrar que os recursos para manutenção do programa são da Prefeitura; o Governo Federal constrói os restaurantes através do programa Fome Zero do Ministério de Desenvolvimento Social, porém a manutenção é de responsabilidade dos governos municipais. Em algumas cidades o preço do almoço já aumentou para R$ 3,00 (três reais) e em Paulo Afonso, a secretária de Desenvolvimento Social Ana Clara Moreira, preocupada com a situação das pessoas em situação de vulnerabilidade social, faz questão de manter o valor de R$ 1,00 do almoço e a sopa por R$ 0,50.

Os frenquentadores do Restaurante Popular, em situação de vulnerabilidade social, afirmam que o povo de Paulo Afonso é privilegiado por esse programa social que permiti que as pessoas de baixa renda almocem durante a semana inteira gastando apenas R$ 5,00 (Cinco reais) e com a certeza de que estão consumindo uma comida sadia, preparada sob o acompanhamento de nutricionistas, o que garante a saúde, principalmente de pessoas idosas.

Restaurantes Populares

Os Restaurantes Populares são Equipamentos Públicos de Alimentação e Nutrição destinados ao preparo de refeições saudáveis, variadas e saborosas, que são vendidas a preços acessíveis, de forma a garantir aos trabalhadores urbanos e à população em situação de vulnerabilidade social o Direito Humano à Alimentação Adequada. Cada unidade produz um mínimo de mil refeições por dia, sempre respeitando as características culturais e hábitos alimentares da região.

Uma característica dos Restaurantes Populares é o acesso universal aos seus serviços. Contudo, para que esse equipamento público alcance a população em situação de extrema pobreza e insegurança alimentar, as unidades são estrategicamente localizadas em áreas de grande fluxo de pessoas, especialmente em grandes centros urbanos ou próximas a terminais de transporte coletivo, redes de saúde e redes de proteção social.

Os Restaurantes Populares fazem parte da estrutura operacional do Sistema Nacional de Segurança Alimentar (SISAN) e, em consonância com a meta de erradicação da extrema pobreza, buscam potencializar sua articulação com outras políticas sociais relevantes para o alcance dessa população mais vulnerável, como o Programa Bancos de Alimentos, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), além do desenvolvimento de ações de Geração de Trabalho e Renda, Formação Profissional e Educação Alimentar e Nutricional (EAN).

Localização

Para justificar a localização do Restaurante Popular na Ilha de Paulo Afonso e não em um bairro periférico, foi realizado em 2005, um levantamento pela equipe técnica do Departamento de Benefícios Sociais – DEBESO – da Secretaria de Desenvolvimento Social, com 100 trabalhadores que exercem diariamente atividades de pedreiro, ajudante de pedreiro, balconistas, biscateiros, dentre outros, 16% responderam que residem na Ilha; 7% vêm da zona rural e de cidades circunvizinhas e a maioria 77% são de bairros periféricos, principalmente do Tancredo Neves (BTN). Grande parte desses trabalhadores, 45%, traz o almoço em marmita; 35% retornam as suas residências no horário do almoço, a pé ou de bicicleta, se usarem o transporte coletivo gastam mais de duas passagens por dia (ao custo unitário de R$ 2,00), 11% fazem um “lanche rápido” ou compram “uma quentinha” em restaurantes ao preço que varia de R$3,00 a R$5,00, com o básico, feijão, farinha, arroz, salada e uma carne. Foi constatado também que 5% dos trabalhadores “catam fruta” ou ficam “sem almoçar” e apenas 4% faz uma refeição custeada pela empresa.