Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Operação da PF já prendeu 19 pessoas; esquema desviou cerca de R$ 70 milhões de prefeituras
Já são 19 pessoas presas na operação da Polícia Federal que busca acabar com uma organização criminosa que usou prefeituras baianas para desviar mais de R$ 70 milhões dos cofres públicos. A PF também teve ações em Sergipe e no Distrito Federal. Vinte municípios foram lesados pelo esquema criminoso. Foram emitidos 29 mandados de prisão temporária e são considerados foragidos os prefeitos de Fátima, José Idelfonso Borges dos Santos (PDT), e de Sítio do Quinto, Cleigivaldo Carvalho Santarosa (PDT).
A investigação da PF começou em 2008 e mostram que o grupo agia há mais de uma década – além de prefeitos e outros agentes públicos, empresários também participavam do esquema, que desviava recursos públicos, em sua maioria do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Seis ex-prefeitos estão entre os suspeitos e tiveram prisão determinada pela justiça. Segundo a PF, pelo menos R$ 70 milhões foram desviados nos municípios investigados. Cerca de 400 agentes federais, 45 servidores da CGU e 45 da Receita Federal, cumpriram os mandados de prisão temporária e 83 mandados de busca e apreensão, decretados pela Justiça Federal. Sete pessoas foram afastadas de suas atividades e cargos públicos.
Além dos prefeitos, quatro vereadores, cinco secretários municipais e nove funcionários públicos também tiveram a prisão decretada. Os desvios foram identificados nas cidades de Fátima, Heliópolis, Ipecaetá, Aramari, Banzaê, Ribeira do Pombal, Sítio do Quinto, Água Fria, Novo Triunfo, Itiruçu, Ourolândia, Santa Brígida, Paripiranga, Itanagra, Quijingue, Sátiro Dias, Coração de Maria, Cícero Dantas, Lamarão e São Francisco do Conde.
Organização criminosa
Segundo investigação da Polícia Federal, funcionários públicos e empresários integram uma organização criminosa que existe há mais de 10 anos. Eles desviavam recursos públicos que ficavam em uma conta do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Recursos de origens federais, estaduais e municipais também foram desviados.
Empresas de fachada e laranjas eram contratados para a realizar serviços de engenharia, de transporte escolar e realização de eventos sociais para o grupo. Os envolvidos devem responder por crimes de responsabilidade, malversação de recursos públicos, lavagem de dinheiro, peculato, organização criminosa, uso de documento falso e crimes da lei de licitações.
A operação, que também é realizada em Aracaju (SE) e Brasília (DF), conta com o apoio da Controladoria Geral da União (CGU), da Receita Federal e da Assessoria de Pesquisa Estratégicas da Previdência Social. Correio