De Ota, Golda, Dra. Elizabeth, Victor Hugo e Paulo Mergulhão

 De Ota, Golda, Dra. Elizabeth, Victor Hugo e Paulo Mergulhão

Ota foi um japonesinho que morreu com a bomba de Hiroshima. Golda Meir, primeira-ministra de Israel durante a Guerra do Yom Kipur. Dra. Elizabeth, médica em Paulo Afonso. Victor Hugo, autor de Os Miseráveis. E Paulo Mergulhão, o novo Secretário de Serviços Públicos da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso.

Golda foi o nome que coloquei em uma cachorrinha que a Dra. Elizabeth me deu ainda bebê. Era filha de uma cadela Pastor Alemão e de um macho Chow-chow com sangue Shar-pei. Golda cruzou com Biko, espécie de Pastor-belga e me deu Ota. Ota está comigo feliz da vida. Golda resolveu lamber pó de cimento e comprometeu o aparelho digestivo. Morreu ainda jovem deixando todos da casa um pouco menores.

Em consulta recente, a Dra. Elizabeth viu Os Miseráveis (sempre levo um livro quando tenho que ir ao médico ou ao dentista) e passou a falar sobre o filme baseado no Livro de Victor Hugo. Discorreu longamente e com alegria sobre alguns episódios que envolviam Jean Valjean, personagem principal do livro. Foi prazeroso ver uma médica no exercício da medicina, com a sala cheia do lado de fora a esperar atendimento, dedicar alguns minutos para comentar a monumental obra literária da literatura francesa.

Jean Valjean só fez sofrer na vida. Em sofrendo, amadureceu e se convenceu que a vida só vale a pena se levada em humildade e compaixão, produzindo para a felicidade de todos. Valjean não era assim. A sociedade do início do século dezenove o tinha embrutecido. Até que encontrou o bispo Monseigneur Myriel. Jean Valjean nasceu de novo menos pelas palavras do humilde bispo do que pelo seu exemplo. Ex-presidiário, fugitivo da cadeia, se radicou em uma cidadezinha do interior da França e se deu bem no negócio de burilamento de um tipo de minério. Com ideias avançadas para a época, venceu todas as dificuldades, os dizedores de não, e se tornou grande e rico empresário. Finalmente cedeu a pressões, deixou a humildade de lado por um tempo, e se tornou prefeito. O empresário e prefeito agia com o coração. Antes das leis trabalhistas avançadas que temos hoje, Valjean considerava os seus empregados como sócios. Mas no seu caminho havia um preposto da lei, da ordem e da tradição que levava a sério o seu papel de guardião da mesma lei, da ordem e dos costumes. O nosso personagem caiu de novo na clandestinidade. Perderam todos. O progresso e o desenvolvimento desapareceram da cidade e a miséria voltou.

Agora, leitor, estou em dificuldade de encaixar Paulo Mergulhão, o novo Secretário de Serviços Públicos, na nossa conversa. Vá pensando como fazer. Como me ajudar. Talvez possamos começar lembrando que Paulo foi um excelente funcionário do Banco do Brasil de onde as circunstâncias de uma crise talvez fabricada o fizeram sair. Como no caso do personagem de Victor Hugo, perdeu o banco e perdemos nós.

Agora temos Paulo na Prefeitura. Acho que vamos ganhar. Resistindo muito tempo, vencendo as resistências e os obstáculos – que não são poucos -, vai fazer um bom trabalho. Estaremos todos, na nossa simplicidade, dispostos a ajudar; todos nós: você e eu. Mais você do que eu. Esta é uma secretaria excelente para ter alguém pró-ativo na cabeça. Não havendo recomendação de cima para apenas manter o status quo, dá para Paulo tentar dar uma balançada de arrumação para começar. Valorizar a equipe (há que se considerar a situação e o patrimônio construído por cada um) e procurar motivá-la para produzir. Mas não somos nós que vamos, daqui, ensinar Paulo a ser secretário.

Aproveito apenas a oportunidade para levar ao novo secretário as dificuldades que temos tido para fazermos a arborização da Avenida dos Estudantes. Esse é um pleito antigo do CETEPI e dos moradores do BNH. Tudo pronto da parte do CETEPI e do IFBA para realizar o plantio com o apoio da Prefeitura. As mudas estão prontas (mudas já desenvolvidas) e a área está preparada. Só falta a prefeitura garantir a rega periódica. A ideia é iniciar o plantio a partir da Avenida de Contorno até chegar ao CETEPI. Seria um bom começo para Paulo Mergulhão. Ou estamos falando bobagem?nery

Francisco Nery Júnior

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