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Um furacão chamado Marina
Era esperado, mas não uma mudança tão meteórica, como se fosse uma avalanche, para dar nova forma à estrutura da campanha presidencial brasileira. Marina Silva é agora, sem sombra de dúvidas, a franca favorita para se eleger no lugar que Dilma Rousseff imaginava ser dela. O Datafolha apresentou uma nova realidade, na mostra realizada para a Rede Globo e o jornal Folha de S.Paulo. A pesquisa empurra a sucessão para um processo inesperado, impelido pelo destino que tirou Eduardo Campos da vida, na tragédia do jatinho em São Paulo. Com um crescimento de 13% da semana passada para esta, coloca a sucessão em absoluto empate técnico já no primeiro turno, entre Marina com Rousseff. A candidata do PSB impressiona ao colocar 10 pontos percentuais à frente da presidente no segundo turno, além de achatar Aécio Neves, empurrando-o para 15%. Provavelmente, retira-o em definitivo da disputa. As intenções de voto caem no colo de Marina Silva, que passa a ser uma espécie de fenômeno eleitoral brasileiro ou, se não for assim, a coloca com comandante da mudança, ou da “nova política”. Detona, ainda, um desastre no PT, que poderá perder não somente a Presidência mas, também, a sua presença na maioria dos estados brasileiros. O que se pode concluir é que os eleitores tinham preferência por Rousseff, ou pelo PT, por não ter digerido Aécio Neves. Não havia outra opção. Na medida em que de vice-candidata Marina passou para o primeiro plano, o céu desabou sobre a sucessão presidencial e, até aqui, mudou completamente o cenário, numa rapidez inesperada que tende a aumentar neste mês de setembro para anunciar nas eleições de 5 de outubro uma nova realidade no País. Para aumentar o desespero petista, nesta sexta feira em que o Datafolha veio à Luz, o IBGE trouxe ao conhecimento da ´mação, uma derrocada da economia, na medida em que entrou em recessão técnica, desestabilizando os diversos setores da produção, que eram tocados de forma trôpega. Nada é definitivo. Mas quando o vento sopra na direção de um lado com tamanho impulso e rapidez, demonstra que os eleitores não queriam nem Dilma nem Aécio e somente esperava pelo novo.
por Samuel Celestino