Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Empreiteiras terão que explicar à PF depósitos ao doleiro Alberto Youssef
PF e a Justiça querem que empreiteiras justifiquem repasses a empresas. Decisão cita 12 construtoras ao todo; que teriam repassado R$ 31 milhões.
A Polícia Federal quer que empreiteiras expliquem, em um prazo de cinco dias, a finalidade do dinheiro que repassaram ao doleiro Alberto Yousseff. Segundo a Justiça Federal, há fortes indícios de que as empresas de Youssef tenham sido usadas para lavar dinheiro em um vasto esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.
É mais um desdobramento das investigações sobre a lavagem de dinheiro em contratos da Petrobras. A Polícia Federal e a Justiça querem que as empreiteiras justifiquem repasses a empresas que, segundo a investigação, pertencem ao doleiro Alberto Youssef.
Entre as construtoras citadas na decisão do juiz federal Sérgio Moro, estão:
– a Piemonte Empreendimentos, com repasse de mais de R$ 8,5 milhões;
– o Consórcio Mendes Júnior e a Mendes Júnior Trading e Engenharia, que repassaram mais de R$ 5,5 milhões a essas empresas do doleiro;
– o consórcio comandado pela empresa Engevix, que passou mais de R$ 3,2 milhões;
– a Galvão Engenharia, que repassou R$ 1,5 milhão;
– e a construtora OAS e a OAS Engenharia que, juntas, repassaram mais de R$ 1 milhão.
A decisão cita 12 construtoras ao todo. De acordo com as investigações, elas terão de explicar por que repassaram, no total, mais de R$ 31 milhões às empresas de Youssef.
Em depoimento não sigiloso à Justiça Federal, o doleiro e o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, já tinham revelado que empreiteiras pagavam propina a partidos políticos para conseguir contratos na Petrobras. E que o Youssef era um dos operadores desses pagamentos.
Investigadores cruzaram dados bancários das construtoras para investigar a participação delas no esquema.
A Polícia Federal já abriu inquéritos para apurar a natureza e a finalidade dessas transferências, e deu prazo de cinco dias para que as empreiteiras colaborem com as investigações.
O advogado da Piemonte Empreendimentos afirmou que os valores repassados tinham como finalidade a aquisição de cotas em hotéis que estavam sendo construídos em Porto Seguro, na Bahia, e em Aparecida, em São Paulo, além de um condomínio em Curitiba.
A Engevix afirmou que se colocou à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
A construtora OAS informou que exerce atividades com integridade e vai aguardar o fim das investigações para se manifestar.
As construtoras Mendes Júnior e Galvão Engenharia foram procuradas, mas seus representantes não foram encontrados.
Camila Bomfim
Brasília, DF