Novos horizontes para os cursos técnicos na França valorização do trabalho de jovens profissionais

 Novos horizontes para os cursos técnicos na França valorização do trabalho de jovens profissionais

Francisco Nery Júnior

O Le Monde de Paris de 25 de fevereiro publicou matéria em que aborda a valorização dos cursos técnicos na França, com o consequente aumento da procura. Assim vai a matéria:

Moda passageira ou início de uma verdadeira mudança de status para as profissões manuais – e para os cursos encarregados da formação dos profissionais? Há muito tempo investidas de uma reputação de cursos em declínio ou de opções feitas “por falta de opções”, estas formações atraem, já há alguns anos, jovens titulares de cursos de bacharelado generalistas.

As razões desta evolução são múltiplas. As campanhas em favor das atividades manuais (artesanato), as matérias sobre as profissões de arte ou ainda as emissões de televisão dedicadas à cozinha acabam por despertar as vocações. A mesma coisa acontece em relação a operações, como as Olimpíadas Profissionais, que valorizam o trabalho de jovens profissionais em um grupo de profissionais, que vão dos salões de beleza à hotelaria, passando pelo setor de massas.

Alguns veem nessas profissões o meio de criar a sua empresa, outros uma espécie de garantia do emprego, ou ainda um trampolim para fazer carreira na esteira de grandes nomes, ou marcas, do luxo e da construção civil. Alguns, enfim, esperam encontrar uma forma de independência graças a uma expertise num domínio específico, explica David Abonneau, mestre de conferências na Universidade Paris-Dauphine. A ideia que as atividades manuais podem ser um fator de sucesso ganha terreno.”

Nós recebemos cada vez mais bacharéis, com também estudantes, observa Chantal Fouqué, diretora da La Fabrique, em Paris, uma escola para profissionais da moda e da decoração criada pela Câmara de Comércio e da Indústria da Ile-de-France. Muitos se declaram decepcionados por seus estudos generalistas, muito teóricos a seu juízo. Eles lamentam não trabalhar com o concreto, não criar alguma coisa de belo e não encontrar sentido no que eles fazem. Os pais, não poucas vezes, são mais reticentes.”

Sistema educativo pouco adaptado

Longe de ser maciço, o movimento é freado pelo aumento da atividade em certos setores, como a construção civil. Mas ele ganha terreno – notadamente em consequência dos erros de orientação. Estudantes em ciências humanas interrompem o curso após dois ou três anos de licença ainda que não estejam ameaçados. Alguns descobrem uma vocação tardia como aconteceu com um diplomado em Ciências Políticas que se dedicou aos trabalhos de hidráulica (bombeiro), ou de alguns formados em literatura que se inscrevem na Escola de Culinária Ferrandi. Apercebidos do movimento, peritos de metier miram cada vez mais os bacharéis generalistas e os “desistentes” provenientes da universidade. Todas as etapas que levam às atividades manuais não se beneficiam, todavia, da mesma paixão. O luxo e a moda, a gastronomia e as atividades de restaurantes atraem mais que a construção civil.

Tradução do Prof. Francisco Nery Júnior

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  • Esclarecimento ao leitor: Por alguma razão técnica, a publicação saiu sem alguns sinais de pontuação. Hifens e aspas não aparecem no texto.

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