Entrevista com Dom Murilo Krieger sobre a Campanha da Fraternidade, concedida no Centro Diocesano de Gloria

 Entrevista com Dom Murilo Krieger sobre a Campanha da Fraternidade, concedida no Centro Diocesano de Gloria

dom muriloDom Murilo Krieger, Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil está em Paulo Afonso, a convite do Bispo Dom Guido, onde participa do retiro do Clero e também conversou com todos os seguimentos da sociedade, na conferência organizada pela Diocese, no memorial Chesf, às 19h30, de quarta-feira (24).

Antes, conversamos com Dom Murilo sobre os temas que fatalmente pautam a sociedade e, por isso mesmo, estão contidos na Campanha da Fraternidade 2015: Igreja e Sociedade, e o lema: Eu Vim para Servir.

Dividimos a entrevista em três temas: Campanha da Fraternidade, Política e sociedade e, finalmente sobre flagelo das drogas. Acompanhe a primeira parte da conversa, concedida no Centro Diocesano de Gloria.

Entrevista com Dom Murilo Krieger (Parte I) “Pela fé sou chamado a levar os valores do evangelho para dentro da sociedade”.

Ivone Lima – Este tema, entre outras coisas, resgata a história da Igreja ao longo de mais de dois milênios, e nos mostra o quanto a Igreja foi e é atuante na sociedade, nesse sentido, qual é o entendimento correto que devemos ter da Campanha e do que já vem sendo realizado?

Dom Murilo – Sim, o que a Igreja aqui no Brasil – pois a campanha é dos Bispos do Brasil para o Brasil-, então o que nós estamos tentando ensinar é o seguinte: a fé gera um compromisso social. A fé não é só um ato que me liga a Deus ou fazer um pouquinho de caridade para o próximo, não. Pela fé sou chamado a levar os valores do evangelho para dentro da sociedade, não importa o cargo que eu tenho e o trabalho que vou executar, por exemplo: um professor universitário ou de primeiro grau deve viver a sua fé como professor, não no sentido necessariamente dar aula de religião, mas no sentido de ser responsável, fazer o melhor, respeitar os alunos, ser justo etc., e se for político ou comerciante não importa o que vamos fazer, mas onde estivermos deveremos ter um comportamento que seja coerente com a nossa fé. Temos que superar uma separação entre é e vida, ao contrario, a fé deve gerar e modificar a vida e a vida deve ser influenciada pela fé.

A campanha vem dizer isso, há problemas imensos na sociedade, nós podemos ficar apenas críticos, dizendo o que está errado, as injustiças, os roubos e já faríamos alguma coisa, mas é muito pouco. Poderíamos ficar indiferentes “não é problema meu, política é assim mesmo, vou me refugiar na oração, não quero saber”, também seria errado. A fé nos vem dizer: a partir da sua convicção que Jesus Cristo tem palavras de vida eterna, você deve levar isso, vai lutar talvez muitos vão te ouvir, mas não importa, Jesus não nos garantiu sucesso. O que ele nos garantiu foi o seguinte: evangelizem porque anunciando a sua proposta o resto será conseqüência da ação do espírito santo na pessoa.

Muitas vezes o que notamos é o seguinte: você faz o trabalho e parece um fracasso  total, mais tarde vem o resultado, aquilo que Jesus falou “primeiro vem à semente que se enterra para morrer e produzir muitos frutos, nós não podemos é desanimar, o desanimo vai contra esta ordem de Jesus: ide e anunciai o Evangelho.

Por Ivone Lima

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