Associação dos Cangaceiros inaugura novas instalações da sede

 Associação dos Cangaceiros inaugura novas instalações da sede

reforma da sede dos cangaceiros 5Na noite de quinta-feira, 16 de abril, na Rua General Dutra, foram inauguradas as novas instalações da sede da Associação Folclórica e Comunitária dos Cangaceiros de Paulo Afonso. Prestigiaram o evento, além do prefeito Anilton Bastos e sua esposa a secretária Municipal de Desenvolvimento Social Ana Clara Moreira da Silva, o vereador Marconi Daniel, o escritor João Lima, o vice prefeito Jugurta Nepomuceno, chefe de Gabinete Júnior Benzota, o comandante da 1ª Companhia de Infantaria, major Felipe Rosa Barroso Magno, o presidente da Associação Heleno José Oliveira, secretários Municipal, convidados e componentes do grupo artístico e cultural dos Cangaceiros e Volantes de Paulo Afonso.reforma da sede dos cangaceiros 4reforma da sede dos cangaceiros 3reforma da sede dos cangaceirosreforma da sede dos cangaceiros1

O prefeito Anilton Bastos a secretária Ana Clara e o vereador Marconi Daniel foram homenageados pela Associação e receberam elogios e agradecimentos pelo apoio e serviços prestados a Associação dos Cangaceiros de Paulo Afonso nos eventos realizados pela Associação e pela contribuição na reforma geral, (pintura, teto e piso), do imóvel onde está localizada a sede dos Cangaceiros.reforma da sede dos cangaceiros 2

Guilherme Luiz de Souza

“Os Cangaceiros”, um dos mais antigos grupos culturais de Paulo Afonso, fundado há 59 anos, perdeu o seu criador no dia 30 de setembro de 2013. Guilherme Luiz de Souza, ou simplesmente “Seu Guilherme”, que no início da década de 60 teve a ideia de criar o grupo pela forte identificação de Paulo Afonso com o cangaço.seu guilherme

No grupo, “Seu Guilherme” fazia o papel de Virgulino Ferreira, o Lampião, onde ao lado de várias “Marias Bonitas” pauloafonsinas, liderava os desfiles do cangaço pelas ruas da cidade, e era o grande destaque na culminância da batalha com a volante nas terças-feiras de carnaval.

Os Cangaceiros

Os cangaceiros de Paulo Afonso é um grupo cultural que em 2016 completa 60 anos de existência na cidade de Paulo Afonso-BA. Levando muita cultura e história ao conhecimento das pessoas, Os Cangaceiros travam batalhas com as volantes (polícia) que vivem ao encalce de Lampião e seus Cangaceiros. A história de Virgulino Ferreira (Lampião) é contada pelo grupo de forma concreta e extrovertida.

O cangaço em Paulo Afonso-Pelo professor Aristóteles Lima Santana

Independente do julgamento moral que se faça sobre os cangaceiros não há dúvidas de que o cangaço foi um fenômeno importante da história do nordeste. Nada há que se contestar em quem se dedica ao estudo sobre esse fenômeno. Em Paulo Afonso a influência do cangaço é anterior à emergência deste grupo atual. Desde os anos 50 do século passado um grupocarnavalesco chamado “Os cangaceiros” celebra os combates de Lampião em uma apresentação teatral em época de carnaval. Em várias cidades do sertão o cangaço é reinvidicado como fenômeno cultural típico e não como apologia da criminalidade.

Há, no entanto, dois paradoxos na identificação de Paulo Afonso com o fenômeno do cangaço. O primeiro é de ordem temporal: o povoamento que deu origem à nossa cidade começou com as obras da CHESF em meados dos anos 40. Lampião morreu em 1938 e o fim definitivo do cangaço se dá em 1940 com a morte de Corisco. Se em 1930 alguém dissesse a Lampião que estava indo a Paulo Afonso, ele se lembraria de imediato da famosa cachoeira e nunca desta cidade. Afirmar que Maria Bonita nasceu em Paulo Afonso é o mesmo que afirmar que ela nasceu em uma cidade que não existia em sua época.

Outra questão é que não só Paulo Afonso é uma cidade que surgiu após o fim do cangaço, mas ela é a negação de tudo o que aquele fenômeno significou. O cangaço é produto das contradições do campo, principalmente da concentração de terras, do poder dos coronéis, dos conflitos entre famílias e da miséria do povo sertanejo. A cidade de Paulo Afonso é fruto de um projeto de desenvolvimento industrial e tecnológico. É filha da modernização e, sendo assim, negação completa do tradicionalismo rural. A construção das usinas da CHESF foi um empreendimento fundamental para a industrialização do nordeste. Enquanto o cangaço é representação do arcaísmo rural, Paulo Afonso é representação do progresso urbano. Procura-se em um fenômeno tipicamente rural o símbolo para um ambiente tipicamente urbano.

O que explica a procura pela simbologia do cangaço em nossa cidade é a origem camponesa dos pioneiros trabalhadores. Existe nessa população o que podemos chamar de saudade do mundo rural. É esse saudosismo que explica a origem tanto do bloco “Os cangaceiros” como do recente movimento dos historiadores locais do cangaço.

ASSOCIAÇÃO DOS CANGACEIROS DE PAULO AFONSO: RUA GENERAL DUTRA,N°528 CENTRO PAULO AFONSO-BA

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