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Que se encham os lagos
Onze lagos artificiais compõem o sistema de lagos do Acampamento Chesf projetado e implantado no tempo do Dr. Amaury Menezes. O Dr. Amaury, que eu via nos documentários de cinema sobre a Chesf, apresentados antes dos filmes em Salvador, com aquelas botas altas, pinta calculada de coronel do Brasil colonial, anda meio esquecido entre nós. A minha avaliação do antigo diretor técnico da Companhia se baseia no que eu vejo realizado atribuído a ele. Alguém já me disse que havia cerca de mil jardineiros no Acampamento no tempo do Dr. Amaury. Cerca de 100 empregados (a Chesf tem empregados) cuidavam do sistema de lagos. Creio, em outras palavras, que o Dr. Amaury Menezes pensava no seu empregado, antes, como ser humano. Pensava no nordestino puro, talvez ingênuo, espoliado e esquecido de séculos de dominação. Queria lhes dar a dignidade do emprego.
Os nordestinos de Paulo Afonso, aí incluído o acampamento, merecem o seu sistema de lagos funcionando. A Natureza agradece. A fauna também. Também nós outros. Lagos cheios são sinônimo de vida; vida, pujança e felicidade. Existe alguma coisa melhor do que a felicidade? O homem feliz é aquele que tira proveito das coisas simples da vida. Novamente, o sistema de lagos do Acampamento Chesf é patrimônio do povo de Paulo Afonso.
Temos visto a limpeza dos lagos. As caçambas, cheias dos dejetos ajuntados, desfilam Apolônio Sales acima, o que quer dizer que os lagos estão ficando limpos. Que sejam enchidos! A aguinha retirada do reservatório de Moxotó não fará desabar o sistema Chesf. Além do mais, a água só dará uma voltinha; para retornar providencialmente para a calha do rio.
Lagos cheios, já dissemos, significa vida para os pauloafonsinos; para nós todos. A felicidade deles é a nossa felicidade. Lagos enchidos serão um convite certo para a pesca artesanal, pesca de vara, tomando-se como certo que haverá o devido povoamento com alevinos. Peixe pescado significa menos estômagos vazios. Atividade de pesca nos lagos significa combate ao desemprego. Alivia a penúria dos que estão desempregados.
Canoas, barcos e lazer começarão a aparecer; vida intensa na beira dos lagos. Considerando que é um dever constitucional dos governantes prover lazer para o povo, sem sermos ingênuos, podemos acender dentro de nós a esperança de vermos o nosso sistema de lagos revitalizado – e preservado.
Francisco Nery Júnior