Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Como atravessar as encruzilhadas da Vila Poty
Encruzilhadas são fatais, já se sabe disso. Desvio do bom caminho, resultados desastrosos para terceiros desavisados, incerteza, inquietação; toda essa pletora , esse bocado de coisas para o caminheiro que passa pela estrada. Para Castro Alves, estrada do caminho do sertão. Para leitor e cronista, estrada do caminho da vida.
Há muitas encruzilhadas na Vila Poty. A cidade cresceu atabalhoadamente com os sacos de cimento da fábrica Poty, sem planejamento, sem praças e sem área de circulação adequada. Ninguém previa a frota de veículos que temos atualmente. Pouca gente acreditava no Brasil. Era um tal de vai acabar infernal. As obras das usinas acabaram e a cidade dos nordestinos de cepa inquebrantável ficou. Ficaram as encruzilhadas, ou que nomes outros os peritos do trânsito queiram dar. Ficaram, e estão sem sinalização para quem as cruza.
Tenho medo de andar no nosso bairro central. Não aquele medo de andar nas ruas do Rio de Janeiro. Uma entrada para uma favela pode custar a vida do motorista que se distraiu. O medo nosso é bater em uma intercessão de ruas no centro de Paulo Afonso. Ao andar na Poty, sempre procuro uma base de raciocínio; uma base de cálculo, uma diretriz, uma tramontana. Em vão. Nada me conduz a um raciocínio lógico sobre de quem seria a preferência nos nossos cruzamentos. Subir da Getúlio Vargas na direção da Contorno me parece ser o sentido preferencial. Quase certo dessa lógica, me atormenta pensar que o outro motorista pode considerar o sentido Estação Rodoviária- Colégio Sete de Setembro como preferencial.
Como por falta de um grito um burro cai no atoleiro, placas indicativas de sentido preferencial não evitariam acidentes nessa área, como evitam em outras áreas quaisquer?
Segunda-feira quase véspera de São João. Ao olhar para a parte da frente do carro do colega, para-lama arranhado e para-choque destroçado. Tudo aconteceu em um cruzamento da Vila Poty. O motoqueiro se achou no direito. O meu amigo também. Bateram, e agora passam pelo dissabor de enfrentar a burocracia do entendimento.
Francisco Nery Júnior