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Revolucionando Salvador – Rui Costa governador
O governador da Bahia, Rui Costa, inaugurou obras em Paulo Afonso. Pelos dados fornecidos, mais do que dobrou o número de vagas no presídio regional. Gostaríamos, mesmo, era de ver o número reduzido como resultado de medidas algumas delas práticas e baratas, mesmo pragmáticas: juntas de conciliação nos municípios “filtrando” o que vai para a justiça, abordagem dos casos de internos que, segundo a própria lei, poderiam estar nas ruas, corte de bolsas de todos os tipos para reincidentes, etc. Mas o governador está certo, sim, em fazer a sua parte. Lugar de fera é na selva e de facínora é na cadeia. Entregou, também, casas populares. Uma das minhas esperanças era que o governo do PT viesse a construir miríades de casas populares no Brasil. Estariam acabadas e erradicadas as favelas. Com elas, boa grande parte dos problemas por elas criados. Entretanto, pelo que entendi, o morador é potencialmente um morador. Não pode vender ou alugar o imóvel. Ele “vai para o trecho” e leva a família. Perde o direito ao imóvel? Não poderia alugar considerando que terá que, ele mesmo, alugar outro imóvel em outro lugar?
Rui Costa parece ter vindo de outra escola do partido no poder. Está se revelando pragmático e realizador. Veio lá de baixo e não procura faturar em cima da fragilidade da pobreza pela qual passou. Tudo indica usar essa condição em favor dos desfavorecidos, um dos quais um dia foi. Esse é o poder usado verdadeiramente em nome do povo. Permanecendo assim, vamos bater palmas. Poderemos recompensá-lo no que podemos recompensar. O governador Rui Costa começa a usar o poder em benefício do povão. Recolhe os nossos impostos – pagamos impostos escorchantes – e os transforma em desenvolvimento.
Em 1913, o governador José Joaquim Seabra revolucionou Salvador, a capital, a cidade de todos os baianos. Em 1966, foi a vez de Antônio Carlos Magalhães. Salvador desceu dos cumes e ocupou os vales milagrosamente preservados para a locomoção urbana dos soteropolitanos. Rui Costa, em 2015, promete construir duas transversais na Salvador Cabo da Boa Esperança primeiro de todos os brasileiros. Promete revitalizar os trens urbanos na parte interna da Baía de Todos os Santos, e promete levar o metrô até a Rodoviária, ao Aeroporto Dois de Julho, a Pirajá e ao Bairro Cajazeira. Se cumprir a palavra, se tiver sido capaz de manter a promessa, terá feito a revolução urbana que Salvador, muito atrasadamente, merece.
O governador deve saber o caminho da fonte. Os recursos indispensáveis podem estar vindo do racionamento do orçamento ou do temível caminho do endividamento. Enquanto não pegarmos o caminho da Grécia, se já não estivermos lá, vamos mantendo as esperanças.
Governador, estamos esperando. Já separamos os pratos, tímpanos, tambores, cordas e metais da orquestra para aplaudi-lo. Vendo o adiantamento das obras do metrô, já levantamos os braços doidos para arriá-los em louvação à sua revolução – se o senhor providencialmente cumprir a sua palavra.
Francisco Nery Júnior