Bahia discute racismo institucional e intolerância religiosa

 Bahia discute racismo institucional e intolerância religiosa

O racismo institucional e as ações contra este tipo de discriminação foram temas do seminário ‘Tecendo Redes: Construção da Rede de Combate ao Racismo e a Intolerância Religiosa nas Instituições Públicas’ realizado, na manhã de sexta-feira (31), no auditório da Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador. O evento promovido pela rede coordenada pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi) reuniu gestores e servidores estaduais, com o objetivo de capacitar instrutores para o enfrentamento do racismo institucional e da intolerância na esfera pública.Seminário de Combate ao Racismo Institucional. Foto: Amanda Oliveira/GOVBA

Foto: Amanda Oliveira/GOVBA.Seminário de Combate ao Racismo Institucional
Foto: Amanda Oliveira/GOVBA.Seminário de Combate ao Racismo Institucional

O debate é mais uma ação do Programa de Combate ao Racismo Institucional, integrado à política do governo federal, por meio da criação da Sepromi, pioneira no País, e do marco legal representado pelo Estatuto da Igualdade Racial. “Ao se constituir uma rede estadual, que comporta setores do poder público, do Judiciário, da sociedade civil e das universidades, nos comprometemos em apresentar ao Estado um programa com todos os segmentos, tanto do governo quanto da sociedade”, explicou o coordenador executivo de Promoção da Igualdade Racial da Sepromi, Sérgio São Bernardo.

Os instrumentos legais e a conscientização são aliados na prevenção e combate a casos de racismo institucional como o sofrido pela coordenadora financeira Márcia Lacerda. No antigo emprego, ela se sentiu discriminada ao receber salários inferiores aos de colegas da mesma função e chegou a sofrer injúria racial por parte de um superior da empresa. Ela não tem dúvidas de que foi vítima de racismo institucional. “Eu me senti inferior perante as colegas por ser a única negra”.

Centro de Referência

O Centro de Referência Nelson Mandela, que funciona desde 2013 no 1º andar do Edifício Brasilgás, na Avenida Sete de Setembro, no Centro de Salvador, oferece apoio jurídico, psicológico e social às vítimas de racismo. Atuando a partir de denúncias e também por meio de busca ativa e casos noticiados pela mídia, encaminha e acompanha os processos jurídicos e o cumprimento de possíveis medidas judiciais contra condenados pelos crimes de racismo.

Segundo o coordenador do Centro, Walmir França, as denúncias são fundamentais para a elaboração de políticas e ações voltadas para a igualdade. “O racismo é um tipo de violência e se as pessoas não denunciam, não criam números, não criam referência, ficamos sem poder lutar contra isso”.

O serviço também dispõe de uma biblioteca, com obras relacionadas ao tema, e realiza cursos de capacitação e formação, debates, palestras, fóruns e oficinas. O atendimento funciona de segunda a quinta-feira, das 8 às 18h. Às sextas-feiras, a equipe trabalha fazendo a triagem dos casos para os devidos encaminhamentos. As denúncias podem ser feitas pelos telefones 162 ou (71) 3117-7443/ 3117-7948.

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