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Dia D de vacinação contra a paralisia infantil acontece neste sábado (15) em todo o país
Ministério da Saúde espera vacinar 12 milhões de crianças de seis meses a menores de cinco anos, até 31 de agosto
Mais de 100 mil postos de vacinação funcionarão neste sábado (15) para garantir a proteção de crianças contra a paralisia infantil. Além das salas de vacinação nas unidades de saúde, o “Dia D” da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite terá postos volantes em escolas, praças e outros locais públicos. Até o dia 31 de agosto, o Ministério da Saúde espera vacinar, pelo menos, 12 milhões de crianças na faixa etária de seis meses a cinco anos incompletos, o que representa 95% do público-alvo.
Além da proteção contra a paralisia infantil, a campanha será a oportunidade para colocar a vacinação em dia. Para isso, é fundamental que os pais levem a caderneta das crianças para ser avaliada. As vacinas em atraso podem ser administradas, na hora, pelo profissional de saúde.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, lembra que, apesar do Brasil não apresentar casos da doença desde 1990, é importante dar continuidade à imunização das crianças, para evitar que a poliomielite volte a circular no país. A doença foi erradicada em 1994.
“Nos últimos dois anos, a doença infectou pessoas em nove países, da África e Ásia, por isso é extremamente importante seguir a orientação da Organização Mundial da Saúde e vacinar o máximo possível de crianças. Vamos aproveitar também para colocar a caderneta das crianças em dia com a atualização de outras vacinas”, reforçou Chioro.
Com a campanha de atualização, o Ministério da Saúde busca aumentar a cobertura vacinal e diminuir o risco de transmissão de doenças que podem ser evitadas, além de reduzir as taxas de abandono. Serão disponibilizadas vacinas contra tuberculose, rotavírus, sarampo, rubéola, coqueluche, caxumba, varicela, meningites, febre amarela, hepatites, difteria e tétano, entre outras.
Crianças que nunca foram vacinadas contra a poliomielite não receberão as gotinhas na campanha. Por estarem iniciando o esquema vacinal, elas devem ser imunizadas com a vacina inativada poliomielite (VIP injetável), aplicada aos dois e quatro meses de vida. Já aos seis meses, a criança deve receber uma dose da vacina oral e outra de reforço aos 15 meses (confiram tabela abaixo).
A campanha nacional conta com uma infraestrutura composta por mais de 100 mil postos espalhados por todo o país, 350 mil profissionais de saúde e 42 mil veículos (terrestres, marítimos e fluviais).
APLICATIVO – O Ministério da Saúde disponibiliza o aplicativo Vacinação em Dia para facilitar o gerenciamento das cadernetas de vacinação para toda a família. A ferramenta é uma forma fácil de acompanhar o calendário de vacinação de crianças e adultos, marcando a data da imunização e agendando a próxima. Estão disponíveis informações sobre todas as vacinas ofertadas pelo SUS e o usuário poderá cadastrar até 10 carteiras de vacinação.
O aplicativo tem também a função de lembrete, com notificações sobre as campanhas sazonais de vacinação. É possível calcular ainda, a partir da inserção da primeira vacina no calendário, quando o usuário deve comparecer ao posto para uma nova imunização. Os calendários de vacinação cadastrados no aplicativo Vacinação em Dia também podem ser enviados via e-mail para impressão. A ferramenta funciona em tablets e smartphones, que utilizem sistemas operacionais iOS e Android.
Com o slogan “Você é o protetor do seu filho”, a campanha publicitária já está sendo veiculada desde domingo (9). As peças mostram a responsabilidade dos pais de levar as crianças para serem vacinadas. Até o dia 31 de agosto, as mensagens serão veiculadas na TV aberta e fechada, rádio, internet, redes sociais e aplicativos de mobile.
SEGURANÇA – A vacina é extremamente segura e protege contra os três sorotipos do poliovírus 1, 2 e 3. A eficácia da imunização é em torno de 90% a 95%. Não existe tratamento para a poliomielite e a única forma de prevenção é a vacina. Ela é recomendada, até mesmo, para as crianças que estejam com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarreia. Já, para crianças com infecções agudas, com febre acima de 38ºC ou com hipersensibilidade a algum componente da vacina, o Ministério da Saúde recomenda aos pais que consultem um médico para avaliar se a imunização é indicada.
POLIOMIELITE – O Brasil está livre da poliomielite desde 1990 e, em 1994, o país recebeu, da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem em seu território. Entretanto, nove países registraram casos em 2014 e 2015. Em três países – Nigéria, Paquistão e Afeganistão – a poliomielite é endêmica. Nos outros seis (Somália, Guiné Equatorial, Iraque, Camarões, Síria e Etiópia) os casos registrados da doença foram decorrentes de importação do poliovírus selvagem. Por isso, a vacinação é fundamental para que casos de paralisia infantil não voltem a ser registrados no Brasil.
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria dos casos, a criança não vai a óbito quando infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia irreversível, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada pelo poliovírus e a infecção se dá, principalmente, por via oral.
O Brasil é referência mundial em vacinação e o Sistema Único de Saúde (SUS) garante à população brasileira acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, são disponibilizadas pela rede pública de saúde, de todo o país, 17 vacinas que integram o Calendário Nacional e combatem mais de 20 doenças, em diversas faixas etárias.
Por Carlos Américo e Camila Bogaz, da Agência Saúde