Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Talvez valha a pena insistir
Quem escreve – quem pensa – corre o risco de ser chato. Ninguém gosta de alguém repetitivo. Como uma comida repetida várias vezes, a crítica, mesmo construtiva, pode abusar. Mas vamos abusar o leitor cansado mais um pouquinho.
O fato é que não dá para entender por que as nossas autoridades, com o poder na mão, caneta e lápis, não tomam providências simples, muitas simplórias, para facilitar a nossa vida. Bradamos e bradamos – e nada. Será que não a facilitam com a mais doce e sincera intenção de nos fazer purgar os nossos pecados? Não nos causará nenhuma estranheza se ainda, por isso, esperarem o nosso mais puro agradecimento. Então:
Por que, todo dia no pico da tarde, um veículo estacionado na esquina do antigo “Esquinão”, pouco antes do Banco do Brasil, atravanca todo o fluxo que vem da Apolônio, da Caixa Econômica, da Vila Militar, sabemos nós mais de onde? A traseira do estacionado se projeta pista adentro, como as meninas se oferecem nas zonas menos recomendadas, e nós, mais para trás, purgamos alguns dos nossos pecados num engarrafamento sem sentido nenhum.
Por que não há um retorno em frente à Insinuante para quem vem da Vila Militar para o centro da cidade? Quem vem de lá, já vindo do Sal Torrado, tem que se dirigir para a Avenida das Caraibeiras entre o IFBA e o antigo SPOM, se arriscando em uma intercessão perigosa. É um milagre que algum acidente sério não tenha acontecido até agora.
E o engarrafamento na ponte na hora de pico? Sem nenhuma presunção de nossa parte, o que há por ali para engarrafar o trânsito? Com todo o respeito, a impressão que fica é que os engarrafamentos, para os nossos dirigentes, bem como os famigerados quebra-molas, são sinal de status e de progresso. Se temos quebra-molas e engarrafamentos, somos, então, uma cidade grande. [Por isso] aqui pulsa o progresso. Somos uma grande metrópole!
Por que não um planejamento compreensivo para retirar quebra-molas em cima de preferenciais, no final de subidas e lombadas, em curvas e em becos, em cima de muros e de todos? Esses blocos tão amados da maioria dos pauloafonsinos – e respeitamos o direito a esse amor, até com certa inveja de não conseguir, também, amá-los – arrebentam mesmo é com as nossas colunas e o nosso ânimo, além de arrebentar com os nossos bolsos na hora de pagar o preço na bomba de gasolina. Está nos anais a aplicação de um plano bem-sucedido para a redução de quebra molas no antigo Acampamento Chesf, de gestação e aplicação do engenheiro Raimundo, na época a serviço do SPOM. O plano foi aplicado sem nenhuma reserva dos moradores do Acampamento. Nós, do lado de cá, poderíamos imitá-los.
Mais tarde, para não nos cansarmos, poderemos conversar sobre as ciclovias, a arrumação do mercado popular, a feira grande, a triste rodoviária, a rua da feira, onde também o trânsito engarrafa na hora do pico, se o prefeito e sua equipe quiserem com nós outros conversar.
Francisco Nery Júnior