Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Violência: passeata organizada por amigos de dona Ivete pede por justiça
A passeata com os amigos de dona Ivete, assassinada na última sexta-feira (09), dentro da sua residência, no centro de Paulo Afonso, que teve inicio na Praça das Mangueiras, seguiu um quilometro de tristeza e de silêncio, até a Igreja Nossa Senhora de Fátima. Durante o percurso a cidade parecia abraçar aquela família com gestos de carinho e de respeito. Também de quem assistia não se ouvia palavra, parece que a população não tem mais o que dizer, só resta sentir e solidarizar-se. A população sinaliza o inconformismo com a violência e pede por justiça.
Foi possível observar famílias que perderam parentes de forma trágica, também vítimas de violência acompanhando os passos daqueles que ainda querem viver, que amam a vida e se relacionam positivamente.
Celebração de Sétimo Dia
“Essa não é a vontade de Deus, Ele criou a vida para a vida, Deus nos criou para nos relacionar uns com ou outros”, iniciou Pe. Celso que pediu um minuto de silêncio e perdão porque “o mundo é o que Deus não quer”.
“Só existe cristianismo se existir relacionamento e se nós zelarmos uns dos outros, a gente tem que ter acolhida, atenção ao outro, a sociedade precisa se aprofundar nesses valores”, observou Celso, porém, o Padre chama atenção para o que atrapalha a boa vida na contemporaneidade:
“Hoje estamos preocupados em ter o nosso, e de repente nos deparamos com a violência, e aí somos obrigados a perguntar: como é que vão os nossos relacionamentos? Que Paulo Afonso de tolerância estamos construindo?”
Dona Ivete é maior que esse fato, pois era uma mulher de fé
Ao falar especificamente de dona Ivete, Pe. Celso lembrou sua colaboração e empenho durante o último novenário de São Francisco, em que por oito dias descascou batatas para ajudar na quermesse.
“Somos aqui testemunhas, a Igreja de São Francisco, vocês, e a nossa convivência que tivemos: 84 anos, a perda do filho, acidente, quebrou as costelas, mas ela sempre vinha, sempre vinha…”
Ao termino da celebração de Sétimo Dia, os netos de dona Ivete falaram aos fiéis:
“Minha avó sempre foi muito amada e vocês são prova disso aqui, eu só queria agradecer, pedir que Deus abençoe, assim como ela sempre pedia para mim e para todos nós…”, a garota não conseguiu dizer mais palavra, os meninos saíram para os braços da mãe, ainda muito abalada.
A vida continua nas Igrejas, na cidade, no acontecimento do dia a dia. É desnecessário dizer para quem tem avó ou mãe, o horror que nos assalta neste episódio. Ao desconforto essencial diante do fato, nós vamos reagir, pedir o fim da impunidade, a justiça dos homens e conforto de Deus.
Fonte: Pascom.
A passeata foi organizada por amigos de Dona Ivete. Fotos: Thiago Soares