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Os Anjos da Morte em Paris
Os anjos da morte semearam o mal em Paris. Os da banda – os Anjos da Morte, Angels of Death, tocavam no Bataclan – eram pródigos nos acordes ensurdecedores, amados ao extremo pela turma de hoje. Os do Estado Islâmico foram pródigos nas rajadas que ceifaram a vida de 80 pessoas no Bataclan.
Mancharam o solo sagrado de Paris com sangue inocente. Tisnaram os princípios da civilização. Tentaram impor toda uma ideologia mascarada em princípios estabelecidos na Idade Média. Que importa proteger a face com véus tecidos por mãos humanas? Não expor a face para os homens é mais importante que o esforço – ou a intenção – de não sujar o espírito?
Abalaram o espírito de liberdade tão prezado pelos franceses – pela humanidade. Quem, por amor de Deus (Javé ou Alá), os induziu a ser palmatória do mundo? Alguém afirmou que a Alemanha teria conseguido os objetivos pelos quais se fez destruir de 1939 a 1945 sem os exageros de Hitler. Aniquilada em 1945, sem Hitler se tornou a maior economia da Europa. Por um mundo melhor, seriam necessários os exageros incompreensíveis do Estado Islâmico?
A cúpula que detém o poder no mundo vai cair em cima deles agora com força total. Todos se transfigurarão no George Bush do 11 de setembro dos Estados Unidos. Os maus que lá existem (deve haver muitos bons) receberam, de graça, a senha para esmagar qualquer interesse que os incomode.
A carnificina maior foi a 500 metros do Charlie Hebdo. Chegaram até a Gare du Nord, porta aberta para imigrantes acolhidos pela França até o 13 de novembro. As ruas de Paris, belas e amplas, onde se respira liberdade e civilização, folhas secas a nos regar os pés, estão tristes. Não é uma tristeza triste. É uma tristeza de perplexidade. Os franceses – e o mundo – estão a se interrogar por que tanta barbárie.
Todos a conhecemos nos grotões de pobreza do mundo. Nós, brasileiros, a conhecemos nos becos e subidas dos morros do Rio de Janeiro. Agora, ela bateu no coração de Paris. Os sete homens-bomba que se imolaram explodiram-se a si mesmos expondo para nós, mais uma vez, a incongruência da raça humana que resiste não se reconhecer como uma para repartir, feliz, as bênçãos da criação.
Francisco Nery Júnior