‘Vamos poupar, para não faltar’, relata Chesf ao reduzir vazão de Sobradinho

 ‘Vamos poupar, para não faltar’, relata Chesf ao reduzir vazão de Sobradinho

Em coletiva, presidente da chesf Miranda Farias e o diretor de administração da Chesf, Helder Falcão e o chefe de gabinete da diretoria de operações, Paulo Barbosa (Foto: Juliane Peixinho/ G1)

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) realizou uma coletiva de imprensa na manhã de quinta-feira (17) em um hotel em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Na ocasião, o presidente da Chesf, José Carlos de Miranda Farias, fez um pronunciamento sobre a nova redução da vazão do reservatório de Sobradinho, localizado no estado da Bahia. O lago passou de 900 m³/s para 800 m³/s, a partir do dia 21 de dezembro.

Em coletiva, presidente da chesf Miranda Farias e o diretor de administração da Chesf, Helder Falcão e o chefe de gabinete da diretoria de operações, Paulo Barbosa (Foto: Juliane Peixinho/ G1)
Em coletiva, presidente da chesf Miranda Farias e o diretor de administração da Chesf, Helder Falcão e o chefe de gabinete da diretoria de operações, Paulo Barbosa (Foto: Juliane Peixinho/ G1)

A preocupação da companhia e do governo é garantir água para o abastecimento da população e para as atividades econômicas. “A decisão tomada é no sentido de poupar para ter segurança de abastecimento. Estamos operando com 900 m³/s, mas nada nos garante que as chuvas vão continuar. Como o nível está baixo é prudente que nós poupemos. Então, vamos poupar, para não faltar no futuro. Caso pare de chover em janeiro e fevereiro, como aconteceu ano passado, é indicado a redução da vazão para o bem dos consumidores e agricultores”, explica o presidente da Chesf.

Para tomar a decisão de reduzir a vazão foi criado um grupo de estudo que se reúne periodicamente. O último encontro foi no dia 15 de dezembro com o superintendente de operações da Chesf, Rui Barbosa e representantes dos estados de Sergipe, Pernambuco e Bahia, além de membros da Agência Nacional de Águas (ANA), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministério da Casa Civil, Ministério de Minas e Energia, Ministério Público Federal através da Procuradoria de Sete lagoas.

A redução é uma iniciativa preventiva para caso a usina atinja o nível mínimo, seja preservado o abastecimento de água. “Se as turbinas não pudessem operar, nós ainda teríamos seis milhões de metros cúbicos para atender aos outros usos, principalmente a parte de abastecimento humano e irrigação, que é uma das grandes fontes econômicas da região, na produção de frutas e na agricultura irrigada”, garante.

A redução não aconteceu de imediato, inicialmente, a vazão passa para 850 m³/s para depois chegar a 800 m³/s. A Chesf também vai realizar um trabalho de comunicação para que a população se adequem, como já tem feito o Projeto Senador Nilo Coelho, em Petrolina “Não haverá impactos na irrigação, as plantações devem ser adequadas a um novo nível como foi fez a Codevasf no projeto Senador Nilo que está colocando uma captação de água flutuante para permitir a captação em níveis mais baixos”, esclarece.

A Chesf afirma também que não haverá consequências na geração de energia. “Não há problemas, porque temos as eólicas, térmicas a gás e outros combustíveis. Estamos trazendo energia da região Sul, porque tem muita água porque está chovendo. A geração de sobradinho nesse momento representaria 180 megawatt dos 3.800 megawatt distribuídos. E não existe risco de racionamento de energia elétrica”, garante Farias.

A redução da vazão de Sobradinho foi autorizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e  aprovada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para começar a partir do dia 21 de dezembro. De acordo com a Chesf, até o dia 31 de janeiro, o grupo de estudo vai acompanhar a mudança para avaliar se irá permanecer. Além disso, já estão feitas ações para informar a população da medida.

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