Operação Acarajé tem repercussão no Planalto e no Congresso Nacional

 Operação Acarajé tem repercussão no Planalto e no Congresso Nacional

A mais recente fase da Lava Jato sugere que pouca coisa vai permanecer de pé no sistema político em Brasília em função das investigações. Veja os detalhes com Heraldo Pereira.

congressoA nova fase da Operação Lava Jato foi assunto no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional. Entre os parlamentares da oposição, o pedido de prisão de João Santana deu novo impulso para subir o tom das críticas ao governo.

“É muito grave, obviamente isso envolve o Partido dos Trabalhadores. O mesmo modus operandi já verificado durante a CPI do mensalão, quando se descobriu pagamentos também no exterior ao marqueteiro, de forma ilegal, à margem da legislação, uma repetição daquele episódio. Os atores envolvidos são diferentes, mas o modus operandi é o mesmo”, declara o senador Álvaro Dias (PV/PR).

O presidente do PSDB, Aécio Neves, defendeu que as provas sejam analisadas também pelo TSE, que terá que julgar quatro ações do partido contra a chapa Dilma-Temer.

“Na verdade, esse pedido de prisão do marqueteiro da campanha presidencial é o fato mais grave dentre todos já desvendados pela Operação Lava Jato porque demonstra, de forma direta, não mais por depoimentos, não mais por delações, mas com provas documentais, que o dinheiro da propina, da Petrobras, foi parar no marqueteiro da campanha da presidente”, diz o senador Aécio Neves (PSDB/MG), presidente do partido tucano.

Os tucanos vão apresentar formalmente na terça-feira (23) o pedido para que as provas sejam incluídas na ação que pede a cassação do mandato da presidente Dilma. Parlamentares de vários partidos da oposição também vão se reunir para voltar a discutir o processo de impeachment da presidente e traçar uma estratégia para barrar a aprovação de projetos considerados vitais pelo governo, como o da CPMF.

No governo, a orientação foi dizer que a noticia do pedido de prisão foi recebida com tranquilidade no Palácio do Planalto, reafirmar que não há ilegalidade nas contas das campanhas da presidente Dilma e dar uma resposta à oposição.

“Parece que o candidato e parte das oposições não sararam do trauma, do pesadelo da derrota de 2014, a cada notícia eles tentam linkar e achar. Mas a gente continua com tranquilidade, seguros de que todas as contas de campanha foram feitas dentro daquilo que preceitua a lei. Está tudo aprovado no TSE e vamos aguardar a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público, acho que esse é o melhor caminho”, declara Jaques Wagner, ministro da Casa Civil.

A coordenação jurídica da campanha de reeleição da presidente divulgou nota. Destaca que na prestação de contas aprovada pelo TSE foram pagos cerca de R$ 70 milhões às empresas de João Santana e que esse valor demonstra que o pagamento se deu de forma legal e transparente. Afirma ainda que todas as despesas foram devida e regularmente contabilizadas.

O líder do PT no Senado também saiu em defesa da campanha da presidente. “Eu sou testemunha do rigor que ela sempre adotou na campanha eleitoral de 2014, pois fiz parte da coordenaçao por uma região do país. Não acredito que haja qualquer tipo de transferência de recursos ilegais da campanha dela para o marqueteiro”, afirma o senador Humberto Costa (PT/PE), líder do PT no Senado.

G1/ Heraldo Pereira / Giovana Teles

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