Responsabilidade compartilhada: aliados de Rui e Neto são decisivos para inocentar Cunha

 Responsabilidade compartilhada: aliados de Rui e Neto são decisivos para inocentar Cunha

Foto: Montagem/ Bahia Notícias

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Dois personagens centrais do processo em desfavor de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, João Carlos Bacelar (PR-BA) e Tia Eron (PRB-BA) não escondem que pertencem ao arco de influência de dois expoentes políticos baianos, o governador Rui Costa (PT) e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Os gestores da Bahia e de Salvador, todavia, não utilizaram a ascendência política que tiverem em outros momentos sobre os deputados para defender o afastamento de Cunha do mandato da Câmara. Enquanto Jonga Bacelar pediu um abrandamento da pena do peemedebista, uma suspensão de três meses ao invés da cassação, Tia Eron é colocada na bolsa de apostas como o voto decisivo – e favorável – ao parlamentar fluminense. Não é preciso retroagir muito no tempo para encontrar exemplos das conexões e influências de Rui e ACM Neto sobre os parlamentares. Apesar de não dividirem as legendas, Rui e Jonga Bacelar mantiveram interesses alinhados em outro caso polêmico recente: o republicano votou contrário ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) após uma articulação que envolveu o governador baiano. Até momentos antes da votação, no mês de abril, Bacelar era considerado dúvida, mas selou o acordo pró-Dilma em meio a uma mobilização do PR para votar pelo afastamento da mandatária. Já Tia Eron compunha a base aliada de ACM Neto na Câmara de Salvador antes de assumir o mandato em Brasília e, desde então, em reiterados momentos manifestou publicamente o apoio incondicional à gestão do democrata na capital baiana – tanto que filiou um dos braços direitos do prefeito, João Roma, ao PRB, partido que preside na Bahia, numa tentativa de indicar o candidato a vice-prefeito nas eleições de 2016. Em sua defesa, ACM Neto pode argumentar que o represente do DEM baiano no Conselho de Ética, Paulo Azi, vai votar favorável à cassação. E Rui não possui nenhum petista baiano no Conselho. Porém nada impede que ambos utilizem a ascendência sobre Jonga e Tia Eron para tentar influenciar em um voto mais próximo da opinião pública.

por Fernando Duarte

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