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Ao Bocão News, integrantes da Legião se dizem surpresos com repercussão de turnê
Há quem apostava que a Legião Urbana jamais faria sucesso novamente depois da morte de Renato Russo, e até mesmo, que a banda não retomaria as atividades. Porém, há mais ou menos um ano, o grupo, considerado um dos principais do Brasil, retornou aos palcos e segue lotando as casas de shows país afora.
Com a turnê ‘Legião Urbana XXX anos’, a banda realizou na noite de sexta-feira (23), no palco do Armazém Hall, em Lauro de Freitas, a sua segunda apresentação na Bahia. Em entrevista ao Bocão News, os integrantes da banda confessou estarem surpresos com a repercussão da volta do grupo.
Questionados sobre a diferença de idade das pessoas que curtem os shows, os que acompanharam a primeira formação e os que estão tendo o primeiro contato ao vivo, os músicos afirmaram que trata-se de um sonho realizado. “a força de nossas canções que continua chegando e transformando as pessoas como sempre pensamos que deveria ser”.
Confira a entrevista na íntegra
Bocão News – Mais ou menos um ano após a turnê pegar a estrada, como é que vocês estão se sentindo?
Legião Urbana – Engrenamos essa tour como jamais havíamos feito até então. Estamos nos sentindo muito bem, esse reencontro com nosso público está sendo muito caloroso, emocionar e divertido. Estamos nos saindo muito bem.
BNews – O sucesso é fato e tem algumas nuances interessantes a exemplo da mescla de público com idades diferentes que participam, sentem, cantam as músicas. Como é que vocês veem isso?
Legião – É realmente incrível, muitos jovens que não viveram o momento da Legião há trinta anos atrás são hoje presença marcante por onde passamos. Resultado mesmo da força de nossas canções que continua chegando e transformando as pessoas como sempre pensamos que deveria ser. Um sonho realizado.
BNews – O Legião surge em momento histórico no Brasil interessante. Saída da ditadura, redemocratização, uma Brasília cinza e com necessidade de gritar e de se rebelar. Vocês conseguem enxergar semelhanças com o momento atual?
Legião – Total semelhança, o país gritando por transformações, reformas política, social em todos os níveis da nossa sociedade, e aqui estamos cantando as mesmas canções que continuam fazendo o maior sentido nessa elipse do tempo 30 anos depois.
BNews – Muita gente criticou Wagner Moura quando fez os shows homenageando a banda. Ele mesmo disse que se entusiasmou e que como fã o sentimento era muito maior, a felicidade de estar ali cantando as músicas dos ídolos era algo especial. Sobre esta peculiaridade gostaríamos de saber se vocês imaginavam que seria assim? Que as músicas, melodias ficariam registradas e seriam cantadas por milhares de pessoas em rodas de amigos, bares, quintais e shows?
Legião – Nunca imaginei que seria o que hoje é. A verdade é que ao fazer um novo disco a grande motivação era a superação interna, fazer algo que fosse além do último trabalho e continuar vivo e acreditando no que era feito. Hoje vivemos o que conquistamos nesse esforço de pensar a música e o rock como forma de comunicação e integração das pessoas. O Wagner foi incrível e muito corajoso ao abraçar aquela ideia como ele fez, é um cabra a se prestigiar sempre.
BNews – A indústria musical mudou muito nos últimos anos. A forma de distribuição, produção, enfim, cadeia produtiva. Como vocês analisam este novo momento?
Legião – Esse paradigma que se transforma a cada semana e estamos vivendo essa transformação, não há outra alternativa a não ser viver.
BNews – Quem são os novos músicos brasileiros que dialogam ou se assemelham com o Legião?
Legião – Não faço a menor ideia! mas devem estar por aí grandes artistas que acreditam no que fazem e esse é já o diálogo e semelhança.