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Câncer de próstata: a evolução dos métodos diagnósticos
Sociedade Paulista de Radiologia orienta sobre como exames de diagnósticos por imagem podem auxiliar pacientes com o tipo de câncer mais comum nos homens
O câncer de próstata é hoje o tumor mais frequente em homens com mais de 50 anos de idade e a segunda maior causa de morte por câncer dessa população no Brasil. Segundo estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados mais de 60 mil novos casos em 2016 e mais de 13 mil mortes este ano no País. Em âmbito mundial, a doença figura como o segundo câncer em incidência e o quinto em mortalidade nos homens. Embora ainda hoje não se conheça exatamente suas causas, o câncer de próstata apresenta altos índices de cura, especialmente se detectado no início. Portanto, o diagnóstico precoce e adequado e a informação, são o melhor caminho para o controle da doença.
Nesse cenário, os métodos de diagnóstico por imagem são uma das principais ferramentas da medicina, é o que aponta o Dr. Douglas Racy, médico radiologista e membro da diretoria da Sociedade Paulista de Radiologia (SPR). Isso porque descobrir a doença em fase inicial possibilita que o tratamento tenha êxito em nove em cada dez casos. Essa descoberta deve ser aliada a uma terapia individualizada com ênfase em redução de sequelas e complicações para buscar o máximo de resultados.
“Os exames de diagnóstico por imagem auxiliam na descoberta, confirmação e acompanhamento do processo de tratamento da doença, que inclui cirurgia para retirada do tumor e, eventualmente, hormonioterapia/radioterapia”, explica.
Sempre atento
A próstata é uma glândula do sistema genital masculino localizada próxima à bexiga urinária, que envolve a parte superior da uretra. O câncer de próstata ocorre quando as células dessa glândula começam a se multiplicar, levando à formação de um tumor. O especialista conta que na maior parte dos casos a doença é silenciosa e tem uma evolução assintomática em sua fase inicial. Por isso é tão importante a realização de exames de rotina periódicos em indivíduos acima dos 50 anos, visando a uma detecção precoce do câncer e mais chances de cura.
“Qualquer pessoa do sexo masculino pode desenvolver o câncer de próstata em algum estágio da vida. Porém, acredita-se que alguns fatores podem influenciar o aparecimento da doença. Entre eles, o fator genético é um dos mais importantes. Indivíduos que possuem familiares com histórico de câncer de próstata, especialmente parentes de primeiro grau, têm maiores chances de apresentar o problema. Homens negros também tendem a desenvolver mais a doença do que os indivíduos de pele branca”, pontua o Dr. Racy.
Diagnóstico
Por ser na maior parte dos casos uma doença indolente, o diagnóstico do câncer de próstata não é fundamentado em sintomas. Mais do que isso, o especialista acha importante frisar que o crescimento da próstata também não é necessariamente sinal de câncer. É considerado normal o aumento da próstata em homens mais idosos, sendo assim, um crescimento benigno da próstata. Neste caso, os sintomas mais comuns são a dificuldade em urinar, maior frequência urinária durante o dia ou à noite e sensação de mau esvaziamento da bexiga urinária durante as micções, entre outros sinais.
Os exames radiológicos auxiliam no diagnóstico e tratamento do câncer de próstata. A especialidade costuma entrar na conduta médica após a descoberta de anormalidades, seja em exames clínicos e laboratoriais como a dosagem do antígeno prostático específico (PSA) ou mesmo após o toque retal, um procedimento indolor e rápido.
“Nesse ponto, diversos métodos de imagem podem ser utilizados. A ultrassonografia transretal, é um destes. Por meio dela é realizada a biópsia prostática, para a retirada de uma amostra de tecido de várias partes da próstata, de modo a indicar a presença ou não de células tumorais, bem como em qual estágio a doença se encontra”, explica.
Inovações
Quando se fala em câncer de próstata, Dr. Racy conta que a medicina conta hoje com métodos diagnósticos sofisticados para a detecção de tumores ainda bem pequenos, que na maioria das vezes só provocam manifestação bioquímica (aumento de PSA), sendo difíceis de serem detectados através da biópsia transretal.
Um dos métodos mais modernos e de alta precisão no diagnóstico do câncer de próstata é a ressonância magnética multiparamétrica da próstata. Esse método, que captura as imagens por meio de um campo magnético muito potente, oferece grande segurança diagnóstica e qualidade superior de imagem. É um exame simples, indolor e inofensivo, que não apresenta efeitos colaterais ou maior desconforto aos pacientes.
A detecção e caracterização do nódulo suspeito na próstata ficaram mais específicas nos dias de hoje, por meio de técnicas avançadas, como a difusão, em que é possível estimar a agressividade tumoral com uma boa acurácia.
“Em virtude dos avanços tecnológicos, existe uma grande tendência na indicação pré-biópsia da ressonância magnética multiparamétrica, e no futuro próximo, a ressonância ‘ultra-rápida’ da próstata. Denominada biparamétrica, ela utilizaria apenas parte das sequências empregadas hoje no exame para estudo de anatomia e detecção tumoral. Sem dúvida é um campo que deve evoluir muito nos próximos anos”, finaliza.
Por fim, na área de medicina nuclear, com o advento de novos radiofármacos, como o PET CT – Gálio 68 com PSMA trará grandes benefícios na seleção terapêutica dos pacientes prostatectomizados com recidiva bioquímica.
Saiba mais sobre a SPR:
A Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem foi fundada em 3 de março de 1968, na cidade de Jaú, interior de São Paulo. Atualmente, a entidade congrega mais de 5.500 associados. Integrada ao Departamento de Diagnóstico por Imagem da Associação Paulista de Medicina (APM) e filiada ao Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), a SPR, representada pelos seus presidentes, tem se dedicado ao longo desses anos especialmente à defesa dos radiologistas, ao desenvolvimento científico e a dinamização da especialidade.