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Entrevista: Vereadora Leda Chaves aprova aumento do salário de vereador
Leda Chaves (PDT) completou dois anos com mandato de vereadora – depois de uma década sem que isto fosse possível, note-se que sobreviveu ao pleito municipal do ano passado, em que propositadamente se trabalhou para que nenhuma mulher pudesse alcançar o intento. Dizer a verdade incomoda, mas é preciso.
Nenhum partido investiu com as mesmas condições de igualdade entre os candidatos homens e mulheres, elas estão lá para que as legendas não sejam penalizadas por não cumprirem a cota necessária de 5% reservada às mulheres. A outra colega, por assim dizer, com chances reais de também ter uma vaga, a Dra. Eunice, já partiu para a campanha impossibilitada de assumir, pois inacreditavelmente, não havia prestado contas da sua participação no pleito de 2012.
Eis que Leda não apenas garantiu a sua vaga, com excelente votação, como desta vez disse que ficaria na Mesa Diretora, e ficou. A 2º Secretária, uma cadeira antes da presidência, possível de acontecer. Leda recebeu a jornalista Ivone Lima, falou das suas ações e disse que tem expectativas do prefeito Luiz de Deus (PSD) não privilegiar nenhum vereador.
″Eu acredito em Luiz de Deus, nesse sentido, uma pessoa que eu conheci quando cheguei aqui, eu creio que ele não dará prioridade a ninguém, que nós vereadores trabalharemos com as mesmas condições, nós estamos aqui para ajudar, e todos devemos ter o mesmo acesso″, disse Leda.
Você faltou à sessão que lhes deram aumento nos subsídios, por quê?
Faltei porque ficou indefinido se haveria e eu tinha consulta em Recife.
Você aprovaria o aumento, caso estivesse presente?
Veja, se o solário não fosse para comprar remédio, pagar conta de água e luz – situação que não compete ao vereador, mas que faz parte da realidade, assim que eu entrei o dinheiro que juntei do que eu ganhava na secretaria foi para comprar uma Combe.
Aí é motorista, manutenção que pago com o salário de vereadora, graças a Deus esse salário eu não uso para a minha manutenção, ou iria passar fome, nossa gente é muito carente, e os serviços públicos, particularmente o de saúde, não dão conta – você viu agora, ou eu pago esta ultrassom ou a paciente vai passar muito mal, e é apenas um exemplo, então é fácil falar, criticar. Porém, se o nosso salário tivesse outra finalidade aí sim, eu seria contra.
– Você teve projetos inicialmente com acessibilidade, na área urbana e rural, o município está sem cumprir várias leis dessa natureza?
Sim. Várias pessoas no município que têm dificuldade de locomoção precisam que o poder público melhore tanto em acesso como em informação. Eu pedi melhoramentos nos pontos de ônibus, por exemplo, porque além do conforto para quem espera o transporte, fosse possível um roteiro com horários e locais por onde eles passam. Fui atendida parcialmente, mas veja que são coisas básicas.
Você acompanhou essas reformas, para garantir que fossem feitas como estão no projeto?
Veja, na reforma do ponto de mototaxe da rodoviária, que também foi um pedido meu, fui até o secretário, à época, Paulo Mergulhão, e ele me garantiu uma reforma no mesmo molde das paradas de ônibus, só que infelizmente, apenas melhorou um pouco. Não significa que eu não vá cobrar que se faça como se deve.
– Nestes dois anos, quais projetos você foi atendida e acha que realmente melhorou a vida da população?
Não tenho dúvidas de dois que conseguir para área rural, para você ter uma ideia, as pessoas ficavam impossibilitadas de comprar produtos pela internet, pois não havia um CEP para as localidades, corri atrás e hoje a área rural tem um endereço unificado. E o outro, foi os quebra-molas do povoado Barriga, depois de oito mortes e mais 15 pessoas com sequelas, nós conseguimos esses redutores de velocidade e até hoje a população agradece. Quando eu era secretária de Desenvolvimento Econômico, sentia dificuldade de encontrar os endereços, elaborei um requerimento para que fizessem a sinalização, à época disseram que não tinham orçamento, e agora parece que vai sair. São muitas demandas na área rural, principalmente o abastecimento de água, mas nós temos este mandato para fazer mais.
Você é enfermeira, está se especializando em feridas, como está a situação dos Postos de Saúde de Paulo Afonso?
Eu fiz meu estágio na UBS do Bairro Perpétuo Socorro, Deus livre a população das demais unidades estarem na mesma situação que se encontrava esta. Eu fiquei horrorizada, um PSF central, que atende milhares de pessoas e eu fiquei abismada, não havia onde sentar, não havia sala nem para enfermeiro nem para médico, não havia como trabalhar, eu fiz o requerimento, procurei Anilton (prefeito) e Alexei (Secretário de Saúde) e eles fizeram a reforma, dentro do possível eles realmente ajudaram.
Em relação às mulheres , você sabe que é a única voz feminina na Câmara, O que tem feito?
Apoio o projeto Arte e Vida – onde mulheres carentes do bairro Barroca, fazem artesanato, a partir de produtos recicláveis, são realidades muito difíceis, as conheci através da igreja, e vou tentar colocá-las no roteiro turístico, para que elas possam apresentar seus produtos, vou ver isto com Regivaldo Coriolano, novo secretário de Turismo.
Você foi bem votada aqui na área urbana, pode destacar outro requerimento de relevância além da reforma do posto?
Sim. A reforma urbanística e a modificação daquela cobertura do canal emissário da Manoel Novais, no projeto inclusive está previsto um embelezamento com uma área verde, o que se tinha ali era o acúmulo de lixo. Depois da reforma – atendida parcialmente, ficou mais espaço para o estacionamento.
Por Ivone Lima
Titulo original da entrevista: Vereadora Leda fala de suas ações e diz que acredita em ‘fim de privilégios’ no governo de LD.
Modificado pela Redação do PAN