Casa Nova: Parceria entre Embrapa e Chesf beneficia produtores familiares no entorno das eólicas

 Casa Nova: Parceria entre Embrapa e Chesf beneficia produtores familiares no entorno das eólicas

Por meio de parceria firmada entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), mais de mil produtores familiares do entorno dos parques eólicos de Casa Nova (BA) serão beneficiados com ações que visam a fortalecer a agropecuária na região. De acordo com o coordenador do Projeto Eólicas no município, pesquisador da Embrapa Semiárido Rebert Coelho Correia, as ações têm uma dinâmica participativa e original.Eolicas_Foto_Paulo_Pereira_Embrapa-696x385

“Nós construímos a proposta promovendo consultas a órgãos públicos acerca do potencial agropecuário, problemas produtivos e ambientais, e das carências técnicas no entorno da região. Nossa intenção é aproximar os processos de inovação e de participação, pois grande parte do projeto vai ser desenvolvido em pequenas áreas de demonstração ou de experimentação técnica, em propriedades de agricultores ou entidades com perfil agregador e multiplicador”, destaca.

As atividades do projeto tiveram início em janeiro deste ano, com a realização de entrevistas com 72 produtores da área do parque. A partir das entrevistas, estão sendo selecionadas propriedades para a instalação dos Campos de Aprendizagem Tecnológica (CATs). Eles funcionarão como salas de aula a céu aberto, servindo como locais de exposição e, ao mesmo tempo, de irradiação das inovações, por meio da realização de eventos de transferência de tecnologias, treinamentos e capacitações de agricultores e profissionais vinculados a órgãos públicos e privados de assistência técnica e extensão rural.

Essas entrevistas também serão utilizadas, posteriormente, para comparar a realidade dos agricultores antes e depois do projeto. Com o início das chuvas na região, outras ações começaram a ser realizadas nesse mês de fevereiro, a exemplo da distribuição de sementes de culturas alimentares, como feijão, abóbora e milho, e também de material forrageiro, como mudas de gliricídia, raquetes de palmas e sementes de sorgo.

Além disso, o gestor técnico do projeto por parte da Chesf, Nevio Cichelero Spadoa, esteve na região e visitou, juntamente com uma equipe de pesquisadores da Embrapa, a área de atuação do projeto, onde se localizam seis jazidas que foram utilizadas para construção das estradas que viabilizaram o transporte das torres eólicas dos parques.

Sustentabilidade

Segundo Francisco Pinheiro Araújo, pesquisador da Embrapa Semiárido, durante a visita foi possível observar mudanças no cenário das jazidas, em comparação com o relatório elaborado em 2015, quando os parques ainda estavam terminando de ser instalados, como a ocorrência de plantas nativas nos locais onde já existia um pouco de matéria orgânica. “Ao longo do projeto, pretendemos construir poços artesianos, construir e/ou ampliar barreiros para fazer irrigação complementar, além de fazer um manejo de solo nessas jazidas, tentando dar uma condição mínima para o plantio de espécies nativas”, conta.

As atividades do projeto têm foco na sustentabilidade da agropecuária na região, envolvendo sistemas de produção de importância econômica, social e ecológica – como a fruticultura de sequeiro, a criação de abelhas e de caprinos, ovinos e bovinos para leite e corte e para a elaboração de produtos alimentares derivados, a exemplo do queijo.

As estratégias adotadas objetivam, ainda, mitigar o uso excessivo dos recursos naturais e de insumos agrícolas, sem prejuízo da produtividade agrícola e da segurança alimentar das famílias. Também será realizada uma avaliação do potencial agrícola dos solos do município, além de um estudo dos impactos das ações executadas ao longo dos três anos de duração projeto. As informações são da assessoria da Embrapa.

(Foto: Paulo Pereira/divulgação)

Por Carlos Britto

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