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Invasão das baronesas: MP vai acionar a CHESF para colaborar com a retirada das baronesas
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Quem chega à cidade de Paulo Afonso, percebe que às margens do Rio São Francisco no balneário prainha é grande a concentração de baronesas. Elas são um sinal de alerta que existem dejetos sendo despejados no rio.
Para quem não sabe, a baronesa funciona como um tipo de ‘filtro’ das impurezas presentes no rio São Francisco. Por isso, quanto mais elas aparecem, mais mostra o quanto estão poluídas as águas do rio. E não só. Essas plantas também podem representar uma ameaça à saúde pública dos ribeirinhos.
O impacto ambiental provocado pela invasão das baronesas na região levou o Ministério Público a convocar imediatamente uma reunião emergencial com as prefeituras de Paulo Afonso e Glória, Bahia Pesca, Embasa, INEMA, ICMbio, Sema(PA), para traçar um plano de ação imediato a médio e longo prazos no sentido de buscar mecanismos que possam amenizar o quadro atual.
A reunião convocada pelo Núcleo de Defesa do Rio São Francisco (Nusf), por meio da promotora de Justiça Regional Ambiental, Luciana Khoury, em conjunto com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), aconteceu nesta quarta-feira (28), na sede do Ministério Público, em Paulo Afonso.
No encontro entre outras ações, ficou decidido que a promotora Luciana Khoury vai acionar a CHESF no sentido desta colaborar com a retirada das baronesas. Outra questão levantada foi a destinação desses resíduos sólidos que estão sendo retirados no rio.
A situação chegou a um estágio tão avançado que o prefeito do município de Glória, David Cavalcanti, foi obrigado a decretar estado de calamidade pública, por 90 dias. O município é atualmente o maior produtor de tilápia do País, com 16,8 mil toneladas de tilápia/ano.”
Segundo o Gerente Regional da Bahia Pesca, Dr. Antonio Almeida Júnior, um estudo recente mostra que toda essa baronesa estagnada na prainha em Paulo Afonso, representa apenas 5% do volume total que ainda estar por vir. “O impacto não prejudicou apenas a piscicultura, mas o turismo e o comércio”, afirmou, Almeida.
Em Paulo Afonso e Glória começa a surgir suspeita de casos esporádicos de alergia nas pessoas.
Caurtelosa, a promotora Luciana Khoury solicitou que fossem feitas análises da qualidade da água obtendo imediata resposta da Embasa que se prontificou a apresentar semanalmente um relatório das atividades realizadas em Paulo Afonso e Glória.
Na prainha, homens e máquinas do município estão se revezando no trabalho de retirada das baronesas, mas não dão vencimento. O cenário tem se agravado no dia a dia, a ponto de a prefeitura de Paulo Afonso ter pleiteado esta semana uma ação conjunta com a participação do exército, corpo de bombeiros e voluntários.
Ao final do encontro, ficou definido que será marcada nos próximos dias uma audiência pública envolvendo o MP, MPF, prefeitura e o CBHSF.
Com informações de Luiz Brito