Entrevista: vereador Mário Galinho fala da possível perda de recurso do Fundeb e TFD

 Entrevista: vereador Mário Galinho fala da possível perda de recurso do Fundeb e TFD

O vereador Mário Galinho (SD) em entrevista a um portal local, ao fim da sessão ordinária da Câmara Municipal, de segunda- feira 12, falou sobre uma pauta que se não for revertida, o município passará sérias dificuldades, e disse torcer muito para que dê certo a tentativas dos advogados em Brasília, para que Paulo Afonso não perca um recurso da ordem de 52 milhões do Fundeb.

mario galinho

“Esse tipo de burocracia exigida pelo governo federal é necessária, porque se não for assim, não vai. No meu entendimento e no do Conselho Municipal de Educação, a Secretaria de Educação fez isso de propósito. Como você pode ter uma prestação de contas para fazer até dia 30, e sabe que agora há um trâmite maior, são quatro etapas, e você faz no dia 30 do domingo?, eu disse isso ao prefeito”, comentou.

Ainda de acordo com Mário, na reunião com Luiz de Deus, o Conselho mostrou todos os problemas ocorridos na pasta sendo endossado pelo advogado Aderval Tenório, “ele abriu o computador e mostrou ao prefeito que Paulo Afonso está inadimplente, é bom lembrar que teremos um governo novo em janeiro, e se Bolsonaro não quiser pagar?” observou o vereador e emendou: “O povo, como dizia Antônio Alexandre, está tocando o tambor pro senhor, e não é só aí na educação não.”

TFD (Tratamento Fora do Município)

O assunto tratado pelo vereador Mario Galinho em sua exposição durante a sessão de 12/11, foi a situação da pousada que acolhe cerca de 160 pacientes de Paulo Afonso que fazem o tratamento em Salvador, e que custa mais de 1,5 milhão de reais por ano.

O senhor esteve em Salvador, averiguou mais uma vez as condições da pousada, e moderou as críticas, a prefeitura promoveu melhoras?

Sim. Da última vez eu critiquei as paredes dos quartos dos homens, disse que parecia uma almoxarifado e com telha de zinco; eles derrubaram aquilo tudo e fizeram de alvenaria; o refeitório eles levantaram um pouco o telhado – ainda é quente, mas melhorou- fizeram uma sala de estar e tiraram aqueles colchões do chão e estruturaram muitos dos banheiros.

Então até 2016 (quando o vereador começou seu mandato) a pousada era uma penúria?

Penúria?, não arrume outro nome. Ali era humilhação mesmo, e eu falo com propriedade porque fiquei com painho lá um ano e quatro meses até ele morrer.

O senhor também apontou muitos problemas, inclusive falta de segurança.

Ainda temos problemas nas portas de alguns banheiros – o que tira a privacidade – e eu ainda senti que falta mais higiene, não digo no piso que é tudo limpo: lixeiras dos banheiros abertos, descarga quebrada, falta lâmpadas e ainda há pequenos furtos. Conversando com o pessoal a gente percebeu que não tem um porteiro, como assim?, sem falar que nos fins de semana o centro administrativo fica sem funcionário, na pousada fica apenas o cozinheiro. No entorno da pousada é muito perigoso, ali fica uma concentração grande de dependentes químicos.

O senhor vislumbra uma solução?

Quero dizer uma coisa que para mim é o mais importante: nós precisamos desse tratamento é aqui em Paulo Afonso. Porque ainda que funcionasse como um hotel seria muito dispendioso para o município, que já gasta muito dessa maneira, e a cartilha do SUS é clara quanto ao TFD [Tratamento Fora do Município] que deve ser uma linha de exceção para poucos casos.

Porém, sequer os exames que os pacientes levam de Paulo Afonso são aceitos pelos médicos de Salvador, segundo eles dizem.

Paulo Afonso é um caos na saúde, isso é facilmente comprovado pelos órgãos fiscalizadores competentes, basta analisar os relatórios da Controladoria Geral da União, da auditoria do SUS que veio aqui e comprovou que desde 2012 é só falcatrua na saúde. O recurso perdido agora que era para a baixa complexidade aconteceu por ingerência, alguém consegue imaginar isso?, são verbas consideráveis que estão sendo bloqueadas por falta de informação.

Pa4

Foto: Ivone Lima

Título original da matéria: Mário Galinho diz com precisão: “A prefeitura é o Poder absoluto e assistimos ao caos”

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