Entrevista: Silvano Wanderley: “O modelo assistencialista cansou”

 Entrevista: Silvano Wanderley: “O modelo assistencialista cansou”

Funcionário da Secretaria de Educação de Paulo Afonso, o professor Silvano Wanderley experiente, popular e ambientalista, apresenta um otimismo fora do comum quando diz que está praticamente extinto o modelo assistencialista que sustenta a quase unanimidade dos mandatos dos parlamenteares desde que o mundo é mundo. Silvano Wanderley é pré-candidato a vereador [ainda sem partido] nas eleições do próximo ano.

“Esse modelo assistencialista cansou, a República brasileira sofre um revés importante. Eu vejo dificuldades lá na frente com essa minirreforma [aprovada pelo Congresso em 2018, cuja aplicabilidade acontecerá nas próximas eleições], Paulo Afonso é uma vitrine, está cansada. Eu acho um absurdo que um vereador fique eternamente nesse negócio assistencialista – embora faça parte -, inclusive sempre delegando ao prefeito, quando há municípios bem menores cujos parlamentares foram atrás e conseguiram trazer empresas para a cidade”, pontuou o professor, citando alguns exemplos:

“São José do Egito e Custódia, ambas em Pernambuco, todas menores que Paulo Afonso, com geração de emprego, e isso não só cabe ao prefeito correr trás. Além do dever universal de legislar é preciso correr atrás e ir buscar lá fora. Vejamos o exemplo de Toritama-PE, aquele arranjo industrial foi iniciativa dos vereadores e não do prefeito. ”

Ivone Lima – Você acha que foi [ou é interesse desse gestor e dos outros que o antecederam] trazer empresas para cá?

Silvano Wanderley – Sim.

Ivone – E por que não trazem?

Silvano – Não sei. Nessa seara eu não posso falar. Mas eu insisto que cabe ao vereador ir buscar, porque eles ficam naquele negócio ali de uns óculos para um; de uma assistência médica acolá, de uma cesta básica e isso é muito pouco.

Ivone – Então você acredita que a falta de indústrias aqui se deve a incapacidade dos parlamentares?

Silvano – Também. Porque eu não posso ficar esperando que venham me salvar. Eu tenho que fazer primeiro; veja bem: eu vou esperar que o Executivo faça?, e se eu trouxer na condição de vereador – independente de questões partidárias – trago uma indústria de calçados para empregar, digamos, 80 pessoas, aí você não aceitaria?, o que está em jogo são os empregos e não questões políticas.

Ivone – A experiência mostra que não aceitaram, até dificultam.

Silvano – Não quero entrar nessa questão.

Ivone- Como qual narrativa você vai levar sua candidatura para as ruas?

Silvano – Que o vereador trabalhe com questões técnicas. Eu faço parte de um grupo e espero que permaneça, mas independente disso, vou buscar empresas para a nossa cidade e sei que nenhum prefeito vai barrar porque seria um mal não a mim, mas à população.

Texto e foto: Ivone Lima

1 Comment

  • Otima observação professor, depois dessa matéria iremos votar em voce, aqui temos uma família que dará votos suficientes para eleger e apoiar sua candidatura ou quem voce apoiar. precisa ser valorizado, pois tens opiniões importantes. pode contribuir e muito na cidade. sucesso

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