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Professores da Univasf rebatem reitor e cobram transparência
Um grupo de professores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) esteve terça-feira (21) no Programa Carlos Britto, da Rural FM (103,1) para rebater as declarações do reitor Julianeli Tolentino, sobre um possível fechamento das portas da universidade, feitas a este Blog no último dia 19 de maio.
O grupo – formado pelos professores Jorge Cavalcanti, Ferdinando Carvalho, Valdner Ramos e Deranor Gomes – expôs suas preocupações com o contingenciamento de recursos pelo Governo Federal, mas também com essa declaração do reitor, já que a mesma aconteceu fora do ambiente acadêmico, onde ainda pairam dúvidas e incertezas sobre essa medida. Os docentes foram unânimes em defender a universidade como sendo pública, gratuita e de qualidade, destacando a sua importância para esta região.
Para o professor Jorge Cavalcanti, do colegiado de Engenharia da Computação, a declaração do reitor soa como temerária, no momento em que, mais uma vez, a universidade passa por dificuldades financeiras e a comunidade acadêmica não toma ciência de que medidas possam ter tomadas para atenuar o problema. Segundo ele, “é preciso buscar alternativas junto à própria comunidade acadêmica e aos parlamentares da região. A gestão deve fazer o dever de casa, reduzindo gastos com a máquina para então bater na porta do ministério da educação, com dados consistentes e apresentar suas demandas.”
Transparência
Já o professor Ferdinando Carvalho, do Colegiado de Educação Física e Membro do Conselho Universitário, também criticou a declaração de Julianeli e cobrou mais transparência em relação aos dados, pois as informações dadas sobre os cortes não batem com as que foram anunciadas pelo governo. Além disso, também solicitou apresentação de soluções que reduzam o impacto desse contingenciamento.
Na sua fala, o professor Valdner Ramos, do colegiado de Administração e também conselheiro do Conselho Universitário, a atitude do reitor é preocupante também por não terem sido apresentadas as condições orçamentárias tanto ao próprio Conselho quanto a toda a comunidade acadêmica da Univasf. Segundo eles, medidas estão sendo tomadas como demissões de terceirizados e cortes nos restaurantes universitários sem nenhuma discussão sobre esses pontos. Para os professores, mesmo diante de contingenciamentos sucessivos, a Univasf não tem feito um planejamento adequado para enfrentar esses momentos adversos.
Fechando o debate, o professor Deranor Gomes, também do colegiado de Administração, ressaltou que o momento exige uma reflexão sobre o modelo de gestão adotado pela universidade. Dentro da Univasf, segundo ele, há um conjunto de pessoas com conhecimentos diversos, que nesses momentos de crises, podem ajudar a apontar caminhos e soluções que ajudem a superar essas dificuldades. Daí a necessidade de também compartilhar com clareza as informações com a comunidade interna da universidade.
Por Carlos Britto