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G1 lista 13 curiosidades sobre a futura Santa Dulce dos Pobres
No dia 13 de agosto, quando é celebrada a Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, o G1 relaciona curiosidades sobre a trajetória da baiana que vai ser a primeira santa do Brasil.
Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, mais conhecida como Irmã Dulce, teve uma vida peculiar. A baiana se dedicou às causas sociais de tal forma que vai ser canonizada no mês de outubro e vai se tornar a primeira santa brasileira.
No dia 13 de agosto, quando é celebrada a Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, o G1 mostra 13 curiosidades sobre a trajetória da religiosa. Confira abaixo:
1 – O número 13
Vários fatos marcantes da vida de Irmã Dulce têm relação com o número 13. Ela começou a praticar caridade aos 13 anos de idade, atendendo doentes na porta de casa. Em 13 de agosto de 1933, recebeu o hábito de freira das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus – por isso foi escolhida justamente esta data para render graças ao ‘Anjo bom da Bahia’.
Morreu em 13 de março de 1992, aos 77 anos. A cerimônia de canonização da beata vai ser realizada no dia 13 de outubro de 2019, no Vaticano. Ela tinha uma devoção especial por Santo Antônio, que recebe homenagens no dia 13 de junho. Além disso, ela foi batizada no dia 13 de dezembro de 1914.
2 – Problemas de saúde
Irmã Dulce transmitia força para todos os que eram cercados por ela, mas tinha saúde frágil. Por causa de um enfisema pulmonar, ela tinha 70% da capacidade respiratória comprometida e chegou a pesar apenas 38 quilos. Os últimos 30 anos de vida foram os mais difíceis, ainda assim, continuou trabalhando em prol dos mais necessitados.
3 – Sono na cadeira
Irmã Dulce passou 30 anos dormindo sentada em uma cadeira para cumprir uma promessa. A penitência foi feita em agradecimento à recuperação de uma irmã, que em 1955 teve uma gestação de alto risco e poderia morrer.
Somente em 1985, a religiosa voltou a dormir em uma cama, após ser convencida pelos médicos de que o estado de saúde dela poderia piorar.
4 – Infância feliz
Irmã Dulce nasceu em 26 de maio de 1914, na casa de número 36 do bairro do Barbalho, na freguesia do Santo Antônio Além do Carmo. Era considerada uma criança doce, mas determinada, levada e firme.
Além de brincar de boneca, gostava de empinar pipa e jogar futebol com a garotada. A paixão pela bola era grande e ela adotou o Esporte Clube Ipiranga como time do coração. Foi a primeira equipe formada pela classe trabalhadora, que rompeu com o perfil elitista do esporte baiano no início do século XX.
5 – Estudos e formação religiosa
Escondida da família, aos 15 anos Irmã Dulce pediu admissão no Convento do Desterro, em Salvador, entretanto, foi descoberta. O pai, o cirurgião-dentista Augusto Lopes Pontes, permitiu que ela fosse após concluir os estudos.
Ela formou-se em professora pela Escola Normal da Bahia (atual ICEIA), concluiu o curso de Oficial de Farmácia e recebeu o título de Auxiliar de Serviço Social. Deu aulas para crianças e lecionou Geografia e História no Colégio Santa Bernadete, no Largo da Madragoa, pertencente à congregação dela.
6 – Rebelde com causa
Durante 10 anos, Irmã Dulce esteve afastada da congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus em função das atividades sociais, já que não seguia as regras rígidas impostas para as freiras. Só foi aceita de volta ao adoecer. Ela não deixou de ser freira nesse período, mas não precisava, por exemplo, seguir os horários de reclusão.
7 – Defensora dos trabalhadores
Em 1937, ela se uniu com os operários Ramiro Mendonça, Nicanor Santana e Jorge Machado, além do frei Hidelbrando, para criar a União Operária São Francisco, a primeira organização operária católica da Bahia. Dois anos depois, inaugurou o Colégio Santo Antônio, escola pública voltada para operários e filhos de operários, no bairro da Massaranduba.
8 – Invasão
Em 1939, Irmã Dulce invadiu cinco casas vazias na localidade então conhecida como Ilha dos Ratos, na Cidade Baixa, onde passou a abrigar doentes. Foi expulsa e os levou para as imediações da Igreja do Bonfim. A ação foi alvo de repressão do então prefeito, Wanderley Pinho, que ordenou a saída do grupo.
9 – Cultura e arte
Irmã Dulce era apreciadora das artes, especialmente da música. Ela tocava acordeon e gostava de forró. Em 1948, fundou o Cine Teatro Roma, na Cidade Baixa. O local foi primeiro palco de Roberto Carlos na Bahia.
Por lá passaram outros grandes nomes da MPB, como Raul Seixas e Waldick Soriano. Além dos shows, o espaço era badalado com exibição de filmes que faziam sucesso nos anos 50 e 60. Ela também fundou outros dois cinemas: o Plataforma e o São Caetano.
10 – De porta em porta
Irmã Dulce procurava políticos, empresários e pessoas influentes em busca de donativos para os doentes atendidos por ela. Batia na porta de escritórios e lojas para pedir não somente dinheiro, mas também roupas, colchões, alimentos, remédios, produtos de higiene, entre outros itens de primeira necessidade.
Nem sempre era bem recebida. Os mais antigos contam que um comerciante cuspiu na mão que ela estendeu para ele pedindo dinheiro. Outro comentário é que o valor arrecadado era guardado em uma pasta preta, com um fundo falso, para que não vissem o que foi conseguido e não desistissem de ajudar.
11 – Parou o presidente
Em 1947, o ex-presidente Eurico Gaspar Dutra visitou a capital baiana e foi cercado por Dulce e mais 300 crianças. O grupo criou um bloqueio ao acesso da comitiva presidencial para a Igreja do Bonfim. Ela queria chamar a atenção para os excluídos da capital baiana, pediu – e conseguiu – verbas para as suas obras.
12 – Nobel da Paz
Em 1988, Irmã Dulce foi indicada pelo então presidente da República, José Sarney, com o apoio da Rainha Sílvia, da Suécia, para o Prêmio Nobel da Paz. Ela não foi premiada, no entanto, a partir deste feito tornou-se mundialmente conhecida.
13 – Papa João Paulo II
Irmã Dulce tinha grande admiração pelo papa João Paulo II. Na primeira vez que ele esteve em Salvador, em 7 de julho de 1980, ela foi desautorizada pelos médicos a ir para a missa campal que foi celebrada pelo Pontífice, por causa dos problemas no pulmão.
A religiosa desobedeceu os médicos e tomou muita chuva na ocasião, o que a fez contrair pneumonia e passar 20 dias hospitalizada. Valeu todo o sacrifício, pois na ocasião ela foi chamada a subir ao altar e receber uma bênção especial do papa, sendo ovacionada por meio milhão de baianos que acompanhavam a celebração.
Além disso, recebeu um terço de presente de João Paulo. Na segunda visita ao Brasil, em outubro de 1991, ele rompeu a agenda de compromissos e fez questão de ir até o Convento Santo Antônio para visitar Irmã Dulce, que já estava bastante debilitada. Cinco meses após da visita do Pontífice, o ‘Anjo bom da Bahia morreu.
G1