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‘Caneta azul é uma idiotia total’, avalia Aninha Franco
Poeta, advogada, dramaturga e escritora baiana, Aninha Franco criticou em entrevista à Rádio Metrópole, nesta quarta-feira (30), o hit ‘Caneta Azul’, uma música sobre uma caneta perdida pelo autor numa escola que já atingiu mais de 8 milhões de visualizações no YouTube desde seu lançamento, no dia 18 de outubro. A música é do vigilante maranhense Manoel Gomes.
“Se a música está com a caneta azul, como é que está o resto? Eu já tive que ouvir isso uma vez de manhã. […] Primeiro problema é ausência absoluta de educação. Se não há educação, não há crítica. Se não há crítica, estamos na fase de banalidade do mal. A idiotia total. Nós somos agora o país da caneta azul. A idiotia total”, avaliou durante o Jornal da Cidade.
Na oportunidade, Aninha lamentou o cenário político-cultural do Brasil e ressaltou o poder transformador da educação, fator imprescindível para uma mudança positiva na sociedade. “Nós não conseguimos aplicar a grande ferramenta que pode mudar tudo isso que é a educação. Temos a pior educação média do país. É a Bahia. É a pior. Estamos abaixo de todas as outras no Brasil. O Brasil vai ficar cada vez mais preocupante”, ponderou.
Durante a entrevista, ela reforçou que a deficiência na educação brasileira se arrasta há 16 anos. “O Brasil é resultado de sua péssima educação. […] Eu tive educação pública boa”, disse a escritora de 68 anos.
O mesmo problema, segundo a escritora, é enfrentado na cultura. “Nossa política cultural está equivocada não desde agora. Muito tempo. Agora piorou. Havia um equilíbrio. Ora o Estado funciona. A Prefeitura não funciona. A União funciona. Agora nada funciona. Nós artistas temos que nos virar. A cultura e o pensamento estão sendo corroídos de outras maneiras”, acredita.
Aninha também comentou sobre o fechamento das livrarias. “A Civilização Brasileira não conseguiu conviver com os shoppings. Nós temos praticamente uma livraria que é a LDM. O resto está desmoronando. Quando desaparece… Parece uma praga. Quando a estante de filosofia desaparece de uma livraria, é um péssimo sinal”, alertou.