Mensagem do bispo Dom Guido, por ocasião do 54º Dia Mundial das Comunicações Sociais

 Mensagem do bispo Dom Guido, por ocasião do 54º Dia Mundial das Comunicações Sociais

AS PERGUNTAS que me fiz diante da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações foram as seguintes: O que diz para a minha vida esta Mensagem? Como não acolher estas palavras só com a preocupação a respeito do que fazer? Como deixar que as reflexões que a Mensagem nos traz podem abrir o nosso horizonte diante da realidade atual, onde precisamos de uma consciência e de uma resposta totalmente nova para encarar os desafios que surgiram?

A primeira reação foi a bela surpresa de perceber como as palavras do Papa nos ajudam a vivermos cada circunstância como vocação, isto é, como possibilidade de reconhecer o chamado de Deus dentro da história concreta e sempre Ele nos oferece a libertação para que o medo e o pessimismo não tomem conta do nosso pensar e agir.

Lembrei assim das palavras do profeta Isaías: “Só os vivos é que podem vos louvar, como hoje eu vos louvo agradecido” (Is 38,19).

Não precisamos de situações favoráveis, pois, nenhuma situação nos pode impedir de amar a Deus e o próximo.

Assim, pensei na viúva de Naim, triste diante da morte do filho único e em Marta e Maria chorando a morte do irmão Lázaro.

Depois que Jesus deu vida aos dois defuntos, aquela situação de solidão e desespero transformou-se numa experiência de vida que se fixou na memória deles e sem serem solicitados, contavam para todos este acontecimento, acrescentando cada vez detalhes para mostrar a grandeza dos fatos e assim iniciaram também a tecer uma nova história de relacionamentos, pois Jesus tornou-se o centro de sua vida.

A presença de Jesus através das pessoas iluminadas e movidas pelo Espírito Santo, nunca fez faltar ao longo da história homens e mulheres nas quais a vitória sobre o medo e a morte gerou uma nova história pessoal, comunitária e social.

Preparando-nos para celebrar os cinquenta anos da nossa Diocese, todos podemos fazer memória de tantas pessoas que vivendo bem em primeiro lugar a própria vocação de batizados e batizadas, colaboraram de forma viva à construção do Reino de Deus.

Mais do que através de discursos ou apelos morais, eles atraíram as pessoas porque encarnavam no presente a novidade da ressurreição e assim eram e são uma companhia que traz sempre serenidade e nos permite de estarmos diante das dificuldades com mais paz e esperança.

Se pararmos para pensar na vida dos nossos padroeiros e padroeiras, podemos evidenciar logo que a grandeza deles não se limitou a um profundo e sempre necessário relacionamento com Deus através dos ritos litúrgicos, mas a oração e os sacramentos eram a fonte que permitia a cada um e a cada uma de tecer uma vida nova no meio do povo, doando dignidade àqueles que a perderam por vários motivos.

A criatividade do Espírito Santo continua despertando no coração daqueles que o acolhem uma sensibilidade e uma disponibilidade que nos comovem, como aconteceu com muitos médicos, enfermeiros e enfermeiras não só católicos nesta pandemia: eles foram uma presença ‘amiga’ perto dos doentes que não podiam ter o conforto da proximidade dos familiares.

Diante da provocação cotidiana da realidade e diante da mensagem do Papa Francisco, a nossa responsabilidade pessoal e da nossa querida PASCOM são solicitadas a encontrar sempre novos caminhos para ajudar os internautas a se tornarem protagonistas no tecer novas histórias, novas formas de vida que sejam testemunho da Presença do Senhor.

Assim como foram realmente superlativos no empenho para transmitir as missas e outros momentos litúrgicos, precisamos agora ampliar a nossa visão e o nosso interesse para podermos fazer conhecer experiências concretas de necessidades e de solidariedade que existem nas nossas Paróquias, porque “podemos reconhecer, no meio do mal, também o dinamismo do bem e dar-lhe espaço” (Papa Francisco).

O profeta Isaías nos ensina mais uma vez o método: “O pai há de contar para seus filhos vossa verdade e vosso amor sem fim” (Is 38,19).

Nossa Senhora de Fátima interceda a fim de que, com humildade, mas com grande entusiasmo e ousadia, saibamos sempre anunciar a Boa Nova, fonte inesgotável de esperança também em tempo de pandemia.

Guido Zendron

Bispo da Diocese de Paulo Afonso

Deixe uma Resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *