Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Mensagem do bispo Dom Guido, por ocasião do 54º Dia Mundial das Comunicações Sociais
AS PERGUNTAS que me fiz diante da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações foram as seguintes: O que diz para a minha vida esta Mensagem? Como não acolher estas palavras só com a preocupação a respeito do que fazer? Como deixar que as reflexões que a Mensagem nos traz podem abrir o nosso horizonte diante da realidade atual, onde precisamos de uma consciência e de uma resposta totalmente nova para encarar os desafios que surgiram?
A primeira reação foi a bela surpresa de perceber como as palavras do Papa nos ajudam a vivermos cada circunstância como vocação, isto é, como possibilidade de reconhecer o chamado de Deus dentro da história concreta e sempre Ele nos oferece a libertação para que o medo e o pessimismo não tomem conta do nosso pensar e agir.
Lembrei assim das palavras do profeta Isaías: “Só os vivos é que podem vos louvar, como hoje eu vos louvo agradecido” (Is 38,19).
Não precisamos de situações favoráveis, pois, nenhuma situação nos pode impedir de amar a Deus e o próximo.
Assim, pensei na viúva de Naim, triste diante da morte do filho único e em Marta e Maria chorando a morte do irmão Lázaro.
Depois que Jesus deu vida aos dois defuntos, aquela situação de solidão e desespero transformou-se numa experiência de vida que se fixou na memória deles e sem serem solicitados, contavam para todos este acontecimento, acrescentando cada vez detalhes para mostrar a grandeza dos fatos e assim iniciaram também a tecer uma nova história de relacionamentos, pois Jesus tornou-se o centro de sua vida.
A presença de Jesus através das pessoas iluminadas e movidas pelo Espírito Santo, nunca fez faltar ao longo da história homens e mulheres nas quais a vitória sobre o medo e a morte gerou uma nova história pessoal, comunitária e social.
Preparando-nos para celebrar os cinquenta anos da nossa Diocese, todos podemos fazer memória de tantas pessoas que vivendo bem em primeiro lugar a própria vocação de batizados e batizadas, colaboraram de forma viva à construção do Reino de Deus.
Mais do que através de discursos ou apelos morais, eles atraíram as pessoas porque encarnavam no presente a novidade da ressurreição e assim eram e são uma companhia que traz sempre serenidade e nos permite de estarmos diante das dificuldades com mais paz e esperança.
Se pararmos para pensar na vida dos nossos padroeiros e padroeiras, podemos evidenciar logo que a grandeza deles não se limitou a um profundo e sempre necessário relacionamento com Deus através dos ritos litúrgicos, mas a oração e os sacramentos eram a fonte que permitia a cada um e a cada uma de tecer uma vida nova no meio do povo, doando dignidade àqueles que a perderam por vários motivos.
A criatividade do Espírito Santo continua despertando no coração daqueles que o acolhem uma sensibilidade e uma disponibilidade que nos comovem, como aconteceu com muitos médicos, enfermeiros e enfermeiras não só católicos nesta pandemia: eles foram uma presença ‘amiga’ perto dos doentes que não podiam ter o conforto da proximidade dos familiares.
Diante da provocação cotidiana da realidade e diante da mensagem do Papa Francisco, a nossa responsabilidade pessoal e da nossa querida PASCOM são solicitadas a encontrar sempre novos caminhos para ajudar os internautas a se tornarem protagonistas no tecer novas histórias, novas formas de vida que sejam testemunho da Presença do Senhor.
Assim como foram realmente superlativos no empenho para transmitir as missas e outros momentos litúrgicos, precisamos agora ampliar a nossa visão e o nosso interesse para podermos fazer conhecer experiências concretas de necessidades e de solidariedade que existem nas nossas Paróquias, porque “podemos reconhecer, no meio do mal, também o dinamismo do bem e dar-lhe espaço” (Papa Francisco).
O profeta Isaías nos ensina mais uma vez o método: “O pai há de contar para seus filhos vossa verdade e vosso amor sem fim” (Is 38,19).
Nossa Senhora de Fátima interceda a fim de que, com humildade, mas com grande entusiasmo e ousadia, saibamos sempre anunciar a Boa Nova, fonte inesgotável de esperança também em tempo de pandemia.
Guido Zendron
Bispo da Diocese de Paulo Afonso