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Dicas sobre uso da Crase
Crase é um processo de fusão de um a com outro a. São dois as que se fundiram em um só. Da mesma forma que o pessoal da televisão aproxima duas imagens que viram uma só na tela. Se viraram um só a, não é necessário falar o a duas vezes quando você está fazendo uma leitura. Você estaria simplesmente desfazendo o processo, a fusão, além de parecer pedante.
Fundamental que você saiba que o acento colocado no a para indicar a crase, a fusão, chama-se acento grave (`). Ele já foi usado em português em outras situações e é usado em outras línguas como o francês, por exemplo.
Imprescindível que você também saiba que a letra a indica artigo definido e também preposição. Quando você diz eu vou a Portugal, o a antes de Portugal, que é um nome masculino, é uma preposição.
Agora, preste atenção: Eu vou para Portugal. Eu vou para a França. (Você já sabe que para é uma preposição. A, ante, até, após… para, são preposições.) Por uma razão qualquer, que não vem ao caso, nas duas sentenças anteriores, vamos substituir a preposição para pela preposição a. As sentenças ficariam:
Eu vou a Portugal (nenhum problema).
Eu vou a a França (nenhum problema também).
Aí estão um a preposição e um a artigo.
O “inferno” dos estudantes do emprego da crase acabaria. Acontece que os “donos” da língua (sem ofensa) não querem deixar os dois as juntos. Você, então, apaga um (e também só pronuncia uma vez) e coloca o acento grave no a que restou para que a pessoa que vai ler o que você escreveu saiba que você fez essa operação. Isto entendido, você vai concordar comigo que é absolutamente desnecessário decorar a regra número 1 das gramáticas sobre crase: “Nunca se coloca o acento grave da crase no a antes de nomes masculinos. Claro, antes de um nome masculino, o a será sempre – e apenas – uma preposição (cuidado com palavras subtentendidas). Os americanos chamam isto de truism que é o fato de você citar o óbvio, o intuitivo, o que já é implicitamente claro (somos todos humanos, o Brasil é um país grande, etc.).
Os alunos poderiam também assimilar que as regras de pontuação e acentuação foram estabelecidas para facilitar a vida ou a compreensão de quem vai ler o texto escrito; nunca para infernizar a vida dos estudantes. O texto carrega ideias e conceitos. Ele é a forma que conduz o conteúdo. Um texto bem produzido será melhor compreendido – e lido [com prazer].
Ainda mais uma: se você assimilar o que acabou de ser exposto, você verificará a completa desnecessidade de decorar regras de “crase”.
Uau, dei tudo de mim para lhe ajudar a compreender algo que as pessoas – até professores de português – adoram complicar. Você me deve uma. Eu lhe devo várias.
por Prof. Francisco Nery