Putin declara vitória na Rússia e diz ter vencido “batalha honesta”

 Putin declara vitória na Rússia e diz ter vencido “batalha honesta”

“Vencemos. Ganhamos uma luta aberta e limpa”, afirmou o atual primeiro-ministro

O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, virtual ganhador das eleições presidenciais deste domingo (04/03), já confirmou sua vitória mesmo antes do final da apuração dos votos. “Vencemos. Ganhamos uma luta aberta e limpa”, afirmou Putin, na Praça Manezh, junto ao Kremlin, onde milhares de partidários estavam concentrados. Rivais de Putin questionaram o resultado, sugerindo que houve fraude para a vitória do ex-presidente.

Segundo os primeiros resultados, Putin obteve 63,42% dos votos, após a apuração de 30% das seções eleitorais. O líder comunista, Gennady Zyuganov, o seguia, com 17,25% dos votos, e o magnata Mikhail Prokhorov estava em terceiro, com 7,29%. O populista Vladimir Jirinovski tinha 7,19%, enquanto o ex-presidente da Câmara alta, Sergei Mironov, contabilizava 3,72%.

Caso seja confirmado o resultado, o atual premiê será eleito ainda no primeiro turno. Para evitar uma segunda rodada, é preciso que Putin supere a marca de 50% do total de votos. Putin agradeceu o apoio “arrasador” de seus eleitores e acrescentou: “Eu perguntei uma vez: Venceremos? Vencemos. Demonstramos que ninguém pode nos impor nada”.

“Nosso candidato lidera com passos firmes e não duvido que iremos ganhar. Esta é uma vitória que todos precisamos e também o país. Por isso, nosso candidato vencedor é Vladimir Putin”, disseo atual presidente, Dmitry Medvedev, ao apresentar seu sucessor

O atual primeiro-ministro também destacou que os russos sabem distinguir os ânimos renovadores e “as provocações políticas que têm como objetivo a desintegração do Estado e a fragilização do poder”.

Grupos de oposição dizem que a votação contou com fraudes generalizadas, com muitas pessoas votando mais de uma vez. Os ativistas convocaram protestos contra o resultado para essa segunda-feira.

Poucos minutos depois da divulgação dos primeiros resultados oficiais, o líder comunista negou a legitimidade destas eleições, considerada pelo chefe da campanha de Putin como “as mais limpas de toda a história da Rússia”.

“Não vejo sentido em felicitar ninguém. Todos nós perdemos com estas eleições. Limparam os pés com nossos cidadãos”, declarou Zyuganov, que acrescentou que “como candidato”, não pode “reconhecer o pleito realizado como limpo, justo e honesto”.

“A enorme máquina estatal, criminosa e corrupta, trabalhou a favor de um só candidato”, completou o líder comunista em alusão ao atual primeiro-ministro, Vladimir Putin.

Prokhorov também não parabenizou Putin, já que, segundo disse, “estas eleições não foram limpas e seus advogados preparam uma apelação aos tribunais”.

O triunfo de Putin também foi questionado pelo ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev, que afirmou duvidar que os dados oficiais preliminares refletem as preferências reais dos cidadãos. “Mas, enquanto não haja falsificações maciças confirmadas, é difícil fazer comentários “, disse Gorbachev.

A eleição presidencial vinha sendo questionada por vários russos após Putin ter anunciado que faria, na prática, um ”revezamento” com Medvedev, que foi o seu primeiro-ministro durante a sua presidência, e que agora deve retomar o antigo cargo.

Eleição polêmica

Putin governou o país de 2000 a 2008, mas como a Constituição russa impede que um presidente se candidate a um terceiro mandato consecutivo, abriu lugar para Medvedev na presidência e atuou como primeiro-ministro nos últimos quatro anos.

A votação aconteceu em meio a protestos, devido às acusações de que teriam ocorrido fraudes generalizadas a favor do partido de Putin, Rússia Unida, nas eleições parlamentares de dezembro.

Putin anunciou a instalação de webcams nos 90 mil postos eleitorais do país para mostrar transparência. Em um relatório, a Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) afirmou que ”câmeras não podem capturar todos os detalhes do processo de votação, em especial a contagem de votos”.

Uma missão conjunta da OSCE e do Conselho Europeu formada por 250 pessoas monitorou as eleições. Milhares de russos se voluntariaram como fiscais eleitorais e receberam treinamento para saber identificar e denunciar possíveis fraudes.Operamundi.

 

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