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Alunos de Direito param aulas em protesto contra estrutura na UFBA
Parte dos estudantes decidiu paralisar atividades após assembleia geral. Eles se reúnem no pátio da universidade na manhã desta terça-feira (20).
Estudantes do curso de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA) iniciaram na manhã desta terça-feira (20) uma série de protestos e paralisação nas atividades acadêmicas. Segundo integrantes do movimento, a ação foi votada pela maior parte dos 285 estudantes que participaram de assembleia geral extraordinária ocorrida na sala 102 na noite de segunda-feira (19).
A pauta do encontro elenca seis tópicos de protesto. São eles “problemas estruturais do prédio”, “ineficácia na realização dos serviços como cantina e fotocópia”; “revitalização do acervo e estrutura da biblioteca”; “transparência nas contas públicas”; “falta de controle nas atividades dos docentes”; “proibição do ‘trote'”. Os itens constam em carta pública divulgada logo após a reunião dos graduandos. Por volta das 10h desta terça-feira, no pátio da universidade, eles entoam frases de ordem como “ÔÔ, a faculdade parou”.
“As aulas já foram paralisadas. Estamos no pátio e os professores foram avisados. A gente está em uma situação delicada e reclamamos de futuros prejuízos. Começamos hoje uma mobilização para alertar todos os alunos. Estamos cansados de ter só palavras. Aqui falta água, falta estrutura, só não falta promessa”, afirma a estudante do 3° semestre, Karol Freitas. A estudante, uma dos líderes do protesto, ressalva que o movimento é “pacífico, apartidário e plural” e diz que lamenta que a direção da faculdade esteja atenta a questões “pontuais” como os trotes. “Nós estamos com tantos problemas e a única coisa que tem sido deliberada pela congregação e que eles vem proibir é o trote. Mas o trote aqui é voluntário, os calouros são levados para o orfanato Criança Feliz. Participam alunos de todos os semestres, a proibição é uma forma de desintegrar os alunos”, comenta.
De acordo com Luã Lessa, 23 anos, aluno do 7° semestre, não há uma prioridade mais relevante entre as reivindicações. “A questão da transparência de verba, por exemplo, é um ponto exclusivo desta faculdade. Tem mais de um ano que não tem reunião do conselho e nunca houve prestação de contas. Já em relação às licitações de serviços como a cantina e na fotocópia, demos um prazo até sexta-feira para que o diretor apresente os documentos licitatórios”, afirma.
Luã acrescenta que a proibição do trote “não é o carro-chefe” do movimento. “Queremos a reestruturação da Faculdade de Direito, que é renomada nacional e internacionalmente. Enquanto temos irregularidades, que eles não se preocupam em discutir, decidiu-se aplicar a portaria da UFBA que proíbe o trote violento”, aponta.
Ainda segundo a carta pública, em termos de infraestrutura, são descritas as condições dos banheiros como “inutilizáveis”, além de “falta de água no prédio, sistema elétrico instável, fiação elétrica aparente, salas inutilizadas, auditório fechado, inexistência de condições estruturais de acessibilidade, infiltrações, rachaduras e mofo, ratos e baratas no prédio e retirada do espaço de convivência e representação dos alunos”.
O movimento também aponta posição de “negligência e insuficiência” do corpo docente. Segundo eles, “alguns professores não comparecem às aulas, não auxiliam em pesquisa e extensão, não cumprem o horário, a carga horária e a ementa das disciplinas e utilizam excessivamente tirocinistas (aluno de mestrado) como substitutos”. Está marcado um apitaço na porta da faculdade às 7h30 de quarta-feira (21), e outros eventos até a sexta-feira (23), articulados pela comissão eleita do “FDUFBA Movimenta”, que promove as ações.
Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da UFBA informa que o assunto deve ser tratado diretamente com a diretoria da Faculdade de Direito. Já com relação à prestação de contas, a assessoria relata que a medida é executada diretamente com a Corregedoria Geral da União, assim como em outros órgãos do serviço público federal. A diretoria da faculdade está em reunião durante toda manhã e não pôde atender a demanda da reportagem. G1