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CPI decide antecipar depoimento de Cachoeira
Relator Odair Cunha apresentou proposta de trabalho na quarta. Bicheiro preso pela Polícia Federal será ouvido no dia 15 de maio.
Os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai apurar o envolvimento de políticos e empresários com o grupo de Carlinhos Cachoeira, aprovaram no começo da noite desta quarta-feira (3) a antecipação do depoimento do bicheiro para 15 de maio.
O plano de trabalho apresentado pelo relator, Odair Cunha (PT-MG), no começo da tarde trazia a previsão do depoimento para o dia 17 de maio.
O relator acolheu a proposta dos integrantes da CPI para agendar o depoimento de Cachoeira para o dia em que estava prevista uma reunião administrativa da comissão – 15 de maio. A reunião ficou para o dia 17.
Cachoeira será o segundo a prestar depoimento na CPI. Antes do bicheiro, serão convidados a falar na CPI, no dia 8 de maio, o delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques Sousa, responsável pela Operação Vegas, que investigou o envolvimento de Cachoeira com jogo ilegal.
No dia 10 de maio, devem ser ouvidos os depoimentos do delegado Matheus Mella Rodrigues e os procuradores da República Daniel Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira, responsáveis pela investigação da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que resultou na prisão do contraventor.
Odair Cunha disse que os depoimentos dos delegados e procuradores serão feitos em sessão secreta, já que o inquérito recebido pela comissão tramita no Supremo Tribunal Federal em segredo de justiça. “Nós temos o compromisso de manter o sigilo que o procedimento implica. Cada um é responsável por aquilo que faz”, afirmou.
Para os dias 22 e 24, estão previstos depoimentos de pessoas, que, segundo a PF, são ligadas ao bicheiro.
O relator negou pedido para que Cachoeira fosse ouvido antes dos delegados e dos procuradores. “É uma linha de investigação ouvir primeiro os acusadores e depois os acusados”, explicou em entrevista a jornalistas.
O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que responde no Conselho de Ética do Senado por suposta quebra de decoro parlamentar, por envolvimento com Carlinhos Cachoeira, será ouvido no dia 31 de maio no CPI.
“Sobre a questão de se ouvir primeiro [Cachoeira], vamos ouvir primeiro, depois dos acusadores. Temos mais de 20 mil páginas de processos que devem ser lidas por nós. Como vamos ler mais de 20 mil processos antes?”, disse o relator.
Debate
O plano de trabalho apresentado pelo relator Odair Cunha foi debatido por mais de três horas pelos integrantes da CPI antes de ser aprovado, de forma nominal.
Os principais pontos foram a possível convocação do procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, do presidente da Delta, e do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O relator não propôs as oitivas de nenhum dos três. “Não vamos começar a chamar governadores sem analisarmos”, disse o relator.
Procurador-geral da República
O senador Fernando Collor (PTB-AL) defendeu, durante discussão do plano de trabalho, que o procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, seja o primeiro depoente a ser ouvido pela CPI.
“A instituição Ministério Público não vai ficar impedida de seguir apresentando essas denúncias”, disse o senador.
Já a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) questionou as oitivas. A senadora também afirmou que não se deve descartar a possibilidade de ouvir o procurador-geral da República Roberto Gurgel. “Sinto que estamos ouvindo muito pouca gente. E as outras que têm relação, não vamos ouvir?”, questionou.
Segundo o relator, ainda não há definição sobre uma possível convocação do procurador. “O plenário desta comissão, na próxima reunião, ainda pode voltar a este tema”, disse o relator.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) sugeriu que o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, e que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) também sejaM ouvidos. “Não podemos tirar a Delta deste debate”, afirmou.
Datas ampliadas
As datas das reuniões da CPI também foram questionadas pelos parlamentares. Pela proposta apresentada por Cunha, seriam realizadas duas sessões de depoimentos nos meses de maio e junho. A proposta para que a comissão tenha reuniões três dias da semana foi acatada pelo relator.
“Eu não tenho problema de nós ampliarmos para mais de dois dias. Eu só pediria que, na próxima sessão administrativa, dia 17 de maio, façamos um diálogo para saber os dias”, disse o relator.G1