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Entrevista: Presidente estadual do PCdoB e deputado federal, Daniel Almeida
Presidente estadual do PCdoB e deputado federal, Daniel Almeida tenta promover uma campanha de afirmação comunista em 2012 para que a legenda não seja fagocitada pelo PT. Defensor da candidatura da colega de Câmara Alice Portugal à prefeitura de Salvador, Almeida revelou ao Bahia Notícias que busca apoio de partidos de oposição ao governo estadual para compor a chapa da correligionária. “Nós temos conversado com o PMDB sobre a possibilidade de, em algum momento, se constituir uma aliança”, afirmou. No entanto, apesar de desejar os quitutes da cozinha peemedebista, deixar o cardápio do PT não é uma opção para o deputado. Segundo ele, “não há a mínima hipótese” de rompimento com o governo de Jaques Wagner. O parlamentar também acredita que, mesmo com a possível volta do PR à base estadual, não há possibilidade de o PCdoB perder cargos importantes como a Secretaria para Assuntos da Copa do Mundo (Secopa). Rusgas entre movimentos sociais comandados pelas duas legendas e sucessões municipais complicadas, como a de Juazeiro, em que o ex-prefeito petista Joseph Bandeira deseja concorrer contra o candidato à reeleição, o comunista Isaac Carvalho, para ele, seriam manifestações pontuais. “Existem dificuldades entre o PT e o PCdoB, mas existem entendimentos. E não há traição”, garantiu.
Daniel Almeida
Bahia Notícias – Como estão os entendimentos do PCdoB para a campanha eleitoral de 2012?
Daniel Almeida – O PCdoB tem uma tática eleitoral que busca a afirmação do partido, ampliar a sua participação na disputa de prefeituras – e isso vale para o Brasil inteiro. Na Bahia, nós estamos com cerca de 70 pré-candidaturas, entre elas a da Alice [Portugal] em Salvador. E nós achamos que é importante que essas pré-candidaturas e esses projetos estejam no campo político nacional liderado por Dilma [Rousseff] e na Bahia pelo governador Jaques Wagner.
BN – O PT tentou negociar uma troca de apoio com a pré-candidata e deputada federal Alice Portugal. O PCdoB ainda mantém o discurso de que a candidatura dela é irreversível?
DA – Salvador tem um cenário de disputa em dois turnos. Já foi assim nas últimas eleições e tudo indica que será assim em 2012. O PT é o nosso parceiro histórico e que tem a maior quantidade de alianças na Bahia e no Brasil, mas nós não temos nenhuma relação de exclusão nem de priorização de aliança com nenhum partido. E nessa política de afirmação, é até uma exigência ter a candidatura da Alice. Pela história do partido em Salvador, pelas lideranças que produziu e pela cobrança e necessidade que Salvador tem de renovação. Hoje já não se cobra mais nem a unidade das oposições, nem da base do governo. Por isso, a candidatura da Alice está mais firme do que nunca.
BN – Quais são os principais partidos que o PCdoB tem conversado para dar envergadura à candidatura de Alice?
DA – Nessa fase, todos estão buscando aliados. A grande movimentação está em torno disso. Muitas candidaturas estão postas e algumas delas podem não se manter até o fim justamente pela necessidade de ter aliados. Nós temos dialogado com alguns partidos, recentemente com o PV, com o PPS, com o PR, com o PRB. Alguns desses têm pré-candidaturas, então o diálogo existe, mas não há ainda um afunilamento. E temos também conversado com o PMDB sobre a possibilidade de em algum momento se constituir uma aliança.
BN – Pode pintar uma dobradinha entre [o radialista e pré-candidato do PMDB] Mário Kertész e Alice Portugal?
DA – Pode pintar uma dobradinha inversa, acho que fica mais adequado. Não sei se Alice Portugal e Mário Kertész ou PCdoB e PMDB. Isso eu acho possível no cenário que nós consideramos viável.
BN – O senhor disse que o PCdoB conversa com o PR sobre a sucessão municipal, mas há um fato novo que é a entrada do ex-senador César Borges (PR) na base do governo estadual, e o que se diz é que ele ocuparia o espaço do PCdoB na Secretaria para Assuntos da Copa do Mundo (Secopa). O PCdoB foi consultado sobre isso?
DA – O PR já há algum tempo dialoga sobre a possibilidade de retomar o espaço nacional após as dificuldades na saída do ministro dos Transportes [Alfredo Nascimento]. O que está anunciado é que essa recomposição está a caminho e que o César Borges faz parte desse processo. No caso da Bahia, as notícias circulam, mas não tem nenhum fato mais objetivo. Ouço dizer que tem sido firmada uma candidatura do PR à prefeitura. Vamos ver o que é que vai acontecer. A aliança do PCdoB com esse governo é muito sólida e tem uma longa trajetória. Nós somos construtores desse projeto político liderado por Wagner na Bahia. Nós caminhamos cada passo que foi dado para esta vitória e temos um espaço no governo que corresponde a esse reconhecimento da presença que o PCdoB tem. Não há nenhuma tratativa com o governo para alterar essa participação. Como o governador tem afirmado, o PCdoB é um parceiro estratégico – nós consideramos assim. No processo eleitoral, vão se buscar composições, unidades do partido da base, mas ele não deve contaminar os acertos políticos que foram feitos para a participação no governo. É assim que a gente tem pensado. Não houve nenhuma conversa para alterar esse cenário.
BN – Aconteceram alguns episódios que revelam desgaste entre o PT e o PCdoB desde a morte de Paulo Colombiano e Catarina Galindo [integrantes do Sindicatos dos Rodoviários, ligados ao PCdoB, mortos a tiros em um caso ainda não explicado]. Houve trocas de acusações, na época. Depois disso, houve a disputa do diretório da Universidade Federal da Bahia entre petistas e comunistas. Agora, com a eleição municipal, a coisa se afunilou mais ainda. Há uma disputa entre Joseph Bandeira [PT] e Isaac Carvalho [PCdoB] em Juazeiro. O Davidson Magalhães, que é presidente da Bahiagás, vai tentar a prefeitura de Itabuna. Aqui, Alice Portugal e Nelson Pelegrino concorrerão. O que se comenta de bastidores é que o PT tentaria dar o troco ao colocar o PR em cargos do PCdoB. O senhor admite que há algum arranhão na relação do PT com o PCdoB?
DA – A relação do PCdoB com o governo Dilma e com o governo Wagner sempre foi muito boa e fraterna. A relação do PT com o PCdoB também é da melhor qualidade. Nós temos acompanhados, no conselho político organizado pelo governo da Bahia, a situação em 35 municípios mais expressivos do estado, e neles nós já temos um entendimento na maioria deles. O PT, o PCdoB e outros partidos também. Para você ter uma ideia, nós do PCdoB já estamos apoiando candidatos do PT em 11 desses 35 municípios. Então, essa relação é normal, natural, e que tem tensionamentos naturais da relação política, na busca de espaço e de crescimento. Quem atua no movimento social está mais exposto às dificuldades dessas composições, mas as dificuldades do movimento social não contaminam a relação institucional com o governo ou com o PT. E nós não atribuímos responsabilidade ao governo ou ao PT –longe disso! – problemas como o de Paulo Colombiano, por exemplo. E nem identificamos que seja uma atitude deliberada do PT as dificuldades que possam acontecer nos movimentos sociais. O fato é o seguinte: alguns procuram enxergar uma política de distanciamento do PCdoB do governo. Isso não existe. Nós estamos cada vez mais comprometidos com esse projeto do governo da Bahia, que está apenas começando. Não existe uma política de afastamento dos aliados, e entre eles o PT. Existe uma política de afirmação do PCdoB. Existe uma vocação de alcançar o poder. O partido que não tiver vocação para alcançar o poder vai fazer outra coisa e deixa de ser partido. E nessa caminhada, existem naturalmente interesses que possam se desencaminhar, e então existem conflitos. Mas nós vamos administrar isso, com certeza.
BN – Mas agora, com a greve dos professores, a coisa ficou mais tensa, em termos de atrito entre os partidos. O Rui Oliveira, presidente do APLB-Sindicato, que representa os professores e é do PCdoB, entrou com uma ação contra o governo no Supremo Tribunal Federal pela ilegalidade do projeto de lei que reajusta o salário dos professores e que os deputados do PCdoB não endossaram na Assembleia Legislativa. E tem integrantes do PCdoB que já confessaram aqui à gente que pedem o rompimento com a base estadual, mantendo ligação apenas com o governo federal, como fez o PMDB.
DA – Olha, nós viemos do movimento social. O governador é um ex-sindicalista. Eu vim do movimento sindical. Muitos que estão no governo têm essa experiência da luta social em movimento sindical, especificamente. E nós aprendemos, nessa caminhada, que o conflito social se resolve com negociação. Não é com polícia, com corte de ponto ou outras ações que suprimam a negociação. Então, quando o PCdoB se manifesta na Assembleia Legislativa – e fizemos essa manifestação também junto ao governador –, dissemos que há avanços na educação, há avanços na saúde, e que esse projeto é vitorioso na Bahia. Mas existem conflitos que precisam ser administrados. E a administração se faz com a negociação. Essa é a posição do partido. Mas o movimento social tem seus fóruns próprios, tem suas deliberações e não deve ficar subordinado à opinião do partido. O partido tem uma opinião e o movimento social do qual o partido faz parte pode ter outra. A greve dos professores, por exemplo, tem um comando que tem a participação do PCdoB, do PT, do PSB e de outras forças que estão na oposição, de partidos que estão mais à esquerda, como o PSOL e o PSTU. E nesse comando há uma unificação. Aí já não é uma responsabilidade partidária, mas de responsabilidade da direção sindical. Mas nós defendemos uma negociação. As bandeiras são justas, queremos saber se o governo pode atendê-las ou não. Essa mediação tem que acontecer na mesa. O direito de greve deve ser respeitado em qualquer governo. Como é que se resolve o conflito? Na mediação e negociação.
BN – E se o PR entrar no espaço que hoje é do PCdoB, com é que a direção partidária vai enfrentar isso?
DA – Nós não acreditamos nessa hipótese. O espaço que o PCdoB tem no governo é combinado com o governo e com as demais forças políticas e achamos que temos um espaço menor que o tamanho da contribuição histórica que temos feito. Dissemos isso ao governador, ele tem outra posição, nós respeitamos e encontramos esse ponto de equilíbrio. Achamos que o governador está certo em se fortalecer. Aliás, o governo tem tido uma capacidade muito grande de aglutinar forças políticas que não estiveram com ele na disputa eleitoral. Isso é um elemento importante, mas não creio que caiba modificar os espaços que já estão acertados, porque há uma área de composição e espaços dentro do governo que estão na cota específica do governador que é exatamente para dar margem a esse tipo de entendimento. Penso que esse deva ser o melhor caminho. Desequilibrar essa arrumação que tem dado certo e evoluído até aqui não me parece o pensamento do governador ou aquilo que seja mais adequado.
BN – Então não há possibilidade de rompimento?
DA – Nenhuma hipótese. Esse projeto é estratégico. Nós estamos nesse projeto de Brasil e da Bahia com uma visão estratégica, como o início de uma caminhada. Nós temos que caminhar muito ainda. E o PCdoB acha que o governador tem um pensamento avançado. Um pensamento de esquerda. Precisa solidificar esse ponto de vista, precisa de parceiros que pensam como ele, que têm maior identidade. Acho que o PT e o PCdoB têm maior responsabilidade nisso, porque são construtores desse projeto desde o primeiro momento, então não há hipótese de rompermos com esse projeto. Há hipótese de afirmação: é preciso que a esquerda cresça mais. O PT e o PCdoB têm que desempenhar a função de implementar um projeto de esquerda no Brasil e na Bahia e, com ele, produzir avanços, porque estamos no início de uma caminhada. Tem muita coisa que não foi resolvida. Então, se é um projeto estratégico, temos que estar cada vez mais próximos.
BN – Como estão as tratativas para que Manuela D’Ávila, que é candidata a prefeita de Porto Alegre, receba o apoio de Adão Villaverde, que é o candidato do PT que não emplacou por lá, em troca do apoio de Alice Portugal a Nelson Pelegrino?
DA – A Manuela vai ser a próxima prefeita de Porto Alegre. É uma figura extraordinária, uma brilhante parlamentar, amadureceu rapidamente politicamente, alcançou um marco de aliança importante no Rio Grande do Sul. O apoio do PT lá é importante, porque nós apoiamos o governador e era muito difícil para o PT, naquela época, conseguir aliados. Nós ajudamos muito a tirar o PT do isolamento quando Tarso Genro foi eleito. Agora, não há essa tratativa de compensar Porto Alegre por Salvador. Inclusive, estamos nos preparando para ganhar a eleição em Porto Alegre mesmo sem o apoio no primeiro turno do PT. Nós devemos ter o apoio do PT no segundo turno.
BN – Ainda falando de Câmara Federal, o delegado Protógenes Queiroz foi eleito como paladino da verdade após fazer a Operação Satiagraha da Polícia Federal, que pôs um banqueiro milionário, Daniel Dantas, e o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, atrás das grades. Agora ele é citado na investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira. Como o PCdoB vê isso?
DA – Nós estamos acompanhando. A marca do Protógenes é essa. Ele deu uma grande contribuição ao Brasil investigando desvio de recursos e contribuindo para esclarecer fatos e punir pessoas que estavam fazendo malfeitos. Essa é a marca que prevalece. Ele fez parte do chamado mundo da inteligência que o governo federal constituiu com a Abin [Agência Brasileira de Inteligência] e a área das Forças Armadas. O que apareceu até aqui, segundo a versão dele, diz respeito a contatos que ele fez lá atrás, quando estava convivendo com esse mundo da inteligência. Nós estamos pedindo que ele seja investigado, que sejam esclarecidos os fatos. O PCdoB não passará a mão pela cabeça de ninguém. Se tiver algum fato objetivo, concreto, que indique alguma situação que mereça um tratamento, o PCdoB seguramente o fará. Mas tem muita gente que acha que, como ele tem muita informação, experiência em investigação e propôs essa CPI – ele foi um dos deputados mais ativos na coleta de assinatura para ela e se dispôs a ser membro –, essa seria uma tentativa de colocá-lo no mesmo patamar [de outros investigados] para tirar a contribuição que ele pode dar na investigação. Esse episódio Cachoeira já revelou muita coisa para o Brasil e muita coisa ainda pode ser revelada. O mais espantoso disso é ter um ex-promotor – o Ministério Público é hoje tido como uma instituição de credibilidade ilibada – que se elegeu senador [ele fala de Demóstenes Torres] e que apresentava-se como vestal da moralidade, denunciando todo mundo, com o dedo em riste apontado para todos, que era um operador político e empresarial de um esquema que ainda está para ser revelado ao Brasil em toda a sua dimensão. Esse é o foco principal que a gente deve investigar.
BN – Houve um caso anterior relativo irregularidades que envolvem o PCdoB: a queda do ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, que teria feito contratos irregulares com ONGs. Daniel Almeida, enquanto dirigente partidário, não teme que esses episódios sejam usados na campanha eleitoral e causem um desgaste no partido?
DA – Mas eu lhe pergunto: tem alguma prova? Tem algum elemento que demonstre a participação do Orlando naqueles episódios que foram denunciados? Do jeito que as coisas estão indo, eu acho que em muito pouco tempo o Brasil vai pedir desculpas ao Orlando pelo massacre que foi feito, especialmente por setores da mídia. Nós já tivemos outros episódios no Brasil. Eu já acompanhei o pedido de desculpas a Ibsen Pinheiro [deputado federal cassado em 1994]…
BN – Tardiamente…
DA – Eu espero que com Orlando não seja tardiamente. Até aqui, tudo o que se tem como fato é a denúncia feita contra ele por um bandido. Tá comprovado, um policial de Brasília [o Policial Militar João Dias]. Nada se provou contra o Orlando, mas criou-se um ambiente político que o impossibilitou de continuar no governo. Nós temos mantido absoluta confiança no Orlando e estamos encaminhando para esclarecer todos os fatos que o envolveram. Claro que a oposição pode tentar se aproveitar disso. Mas o PCdoB já passou por tanta dificuldade ao longo dos seus 90 anos, enfrentou tantas batalhas. Essa nós vamos enfrentar de cabeça erguida. Nós enfrentamos a ditadura militar, pagamos com o sangue de tantos militantes. Então vamos enfrentar essa situação sem dúvida nenhuma.
BN – Qual é a meta para a eleição desse ano? Quantos prefeitos e governadores na Bahia?
DA – Nós queremos crescer. No Brasil e na Bahia, com os nossos parceiros. Nós estamos visualizando a possibilidade de eleger em torno de 30 a 35 prefeitos na Bahia. Hoje temos 17. E temos a possibilidade de alcançar de mil a 1,5 mil vereadores. Nós temos, hoje, em torno de 200 vereadores. Mas isso são expectativas do cenário que está se constituindo agora. Vamos trabalhar nessa direção.
BN – E em Salvador?
DA – Em Salvador, nós temos a expectativa de ter a próxima prefeita. E eu penso que Salvador é uma eleição de segundo turno. Não existirá unidade de candidatura nem na oposição nem na base do governo e há uma expectativa por renovação. Alice expressa bem isso. Se nós conseguirmos um tempo de televisão razoável para expor o que pensamos sobre Salvador, as nossas opiniões, e oferecermos essa opção para o eleitor, nós temos muita convicção de que podemos alcançar a possibilidade de estar no segundo turno. Esse é o nosso desejo, esse é o nosso esforço, esse é o nosso objetivo.
BN – Quantos vereadores pretende fazer na capital?
DA – Nós temos um cenário de alcançar uma eleição com quatro vereadores. Essa é uma meta absolutamente viável. E se tivermos uma campanha com o crescimento como imaginamos, poderemos contar com cinco vereadores.
BN – O ex-deputado estadual Javier Alfaya e o ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP) Haroldo Lima vão mesmo disputar candidatura a vereador?
DA – Não.
BN – Nenhum dos dois?
DA – Haroldo está muito bem lá no Rio de Janeiro. Saiu da ANP, mas continua colaborando com a área de petróleo. E Javier está na coordenação da campanha de Alice. Nós avaliamos que ele pode contribuir muito mais na consumação desse projeto político do que estando numa campanha para vereador.
BN – Para finalizar: estão comentando, de brincadeira, que se o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, conseguiu trair Manuela D’Ávila, que é a musa do Congresso Nacional, o PT não teria dificuldade nenhuma em trair o PCdoB. E que seria isso que estaria acontecendo agora. O que Daniel Almeida acha disso?
(risos)
DA – No campo das relações pessoais, só os envolvidos falam. No ambiente da política não é adequado falar disso. Mas no ponto de vista das relações políticas, não tem traição. O PT tem todo o direito de buscar se consolidar como o principal partido do país hoje porque tem o governo federal e o governo da Bahia. E deve respeitar os demais partidos, que têm o direito de crescer e buscar seus espaços. Então não haverá traição. Nós temos dificuldades, mas temos entendimentos. Hoje mesmo estou indo com o presidente do PT consolidar uma aliança difícil, complicada, em Juazeiro.
BN – O senhor vai conseguir fazer essa aliança lá?
DA – O [presidente estadual do PT] Jonas Paulo e o [secretário de Relações Institucionais] Cézar Lisboa estão indo para Juazeiro para compor essa aliança. Mas nós temos uma boa relação com o PT. Temos dificuldade é com o Joseph [Bandeira]. Estamos tentando convencê-lo de que esse é o melhor caminho e que temos que dar continuidade a um projeto que começa a produzir resultados por lá. E também tivemos muita dificuldade em Lauro de Freitas. Tivemos um candidato que estava em primeiro lugar nas pesquisas e retiramos essa candidatura para favorecer à unidade liderada pela [atual prefeita] Moema Gramacho. Então, temos dificuldades, sim. Mas não há traição.
Segunda, 14 de Maio de 2012/ por Evilásio Júnior / José Marques
Bahia Notícias