Senador Demóstenes Torres se defende no Conselho de Ética

 Senador Demóstenes Torres se defende no Conselho de Ética

Depois de três meses de silêncio, o senador Demóstenes Torres falou por cinco horas no Conselho de Ética. Ele é acusado de usar o mandato para proteger o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Depois de três meses de silêncio, o senador Demóstenes Torres falou por cinco horas no Conselho de Ética. Ele é acusado de usar o mandato para proteger o bicheiro Carlinhos Cachoeira. O senador negou qualquer envolvimento com o bicheiro.

Demóstenes Torres se defendeu. Ele negou ter usado o mandato para fazer lobby para Carlinhos Cachoeira e pediu para ser julgado pelo que fez e não pelo que falou.

Na terça-feira (29), o senador falou sem parar, na última oportunidade de se defender, no Conselho de Ética, antes da votação pode cassar seu mandato. Demóstenes disse que era amigo de Carlinhos Cachoeira, mas não sabia dos negócios ilícitos do contraventor. “Não sabia que ele operava clandestinamente”, declarou.

O senador ainda negou ter recebido dinheiro do contraventor e levou cópia dos extratos bancários. Negou ter usado o mandato para ajudar Cachoeira. Sobre o rádio doado pelo bicheiro, disse que era para facilitar comunicações diversas.

Demóstenes Torres: Custava R$ 40, R$ 50. Não muito.

Randolph Rodrigues, senador pelo PSOL-AP: Me desculpe, mas, R$ 1 que seja. Não pode um senador da República ter qualquer coisa doada por qualquer cidadão. Quanto mais um cidadão que era um contraventor de conhecimento público.

Demóstenes Torres ainda justificou conversas gravadas, que teve com o bicheiro. Entre elas, a que ele avisa sobre o uma operação para apreender máquinas caça-níqueis. Na versão do senador: “Eu joguei verde em cima dele. Eu disse que tem operação conjunta da PF com o Ministério Público que nunca se realizou e nunca foi cogitada. Ainda assim, eu fazia esses testes com ele”.

Por fim, afirmou que foi investigado ilegalmente e que os grampos foram editados.

Mário Couto, senador pelo PSDB-PB: Se a voz é sua, com a minha sinceridade que você conhece, a coisa está bem atrapalhada, senador.

Demóstenes Torres, senador sem partido: Respeito, Vossa Excelência.

Demóstenes Torres foi convocado para falar na CPI na quinta-feira (31), mas lá pode ficar calado, segundo advogado.

A CPI conseguiu, enfim, aprovar a quebra de sigilo da Delta Nacional, suspeita também de fazer parte do esquema de corrupção, mas adiou novamente a decisão sobre as convocações dos governadores de Goiás, do Distrito Federal e do Rio de Janeiro.

Durante a sessão surgiu o questionamento: governador pode ser convocado? Foi levantada a suspeita de uma ação ensaiada do PSDB, PT e PMDB. “Os partidos que têm governadores envolvidos, essa é uma leitura, fizeram um acordo, ficou muito claro para mim”, comenta o deputado Sílvio Costa (PTB-PE). “É uma complexa organização criminosa. Não é momento de pessoas importantes como governadores virem à CPI”, declara o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG).

A sessão já tinha sido encerrada, quando apareceu o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB-GO). Ele disse que está à disposição da CPI, mas, sobre uma possível quebra de sigilos, disse: “Preciso ver se é justo ou não. Agora, como já disse, cabe à CPMI essa decisão”.

A CPI recebeu informações sobre movimentações financeiras atípicas de empresas e pessoas ligadas ao grupo de Carlinhos Cachoeira. São dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras – o Coaf. Entre março de 2004 e dezembro de 2005, Carlinhos Cachoeira recebeu R$ 420 mil em uma conta. Movimentação apontada como incompatível com a capacidade econômica dele.G1

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