Nova Ponte em Paulo Afonso – Novos Horizontes

Há não muito tempo, perdemos uma estação rodoviária novinha em folha porque não éramos ainda uma cidade de mais de 100 mil habitantes. Somos, agora, 112 mil, segundo estimativas do IBGE. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística é coisa boa. (O leitor já sabe que o Brasil tem muitas coisas boas; melhores do que as correspondentes de países para os quais costumávamos olhar de baixo para cima.)O IBGE não erra assim à toa, e já somos “porte médio”.

Leio no site, no PANotícias, a notícia boa que teremos nova ponte sobre o canal. Talvez, sim, talvez, muito em breve poderemos dizer, como diria o amigo Pamplona,Habemus pontum (ponte objeto, do latim pons, do etrusco pont deve ser pontum),salvo erro, engano ou omissão. A sentença latina significa temos ponte.  A ênfase com que escrevi talvez deve-se ao fato de estarmos em um ano eleitoral, não nos esqueçamos.

O Ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, acossado – devidamente acossado – pelos deputados Josias Gomes e Paulo Rangel e pelo prefeito Anilton Bastos, garantiu a alocação de verbas para a elaboração de um projeto para a ponte, assim que uma estimativa de custo lhe seja remetida pelo prefeito. Isto feito, garante o ministro, os deputados, o prefeito e o site, poderemos gritar peito afora,finalmente, que temos ponte; ponte decente, ponte viária, ponte segura, ponte urbana, ponte digna do povo de Paulo Afonso.

Onde ficará a nova ponte? Qual a opinião do leitor? Deve ficar junto à velha? Em caso afirmativo, não ficaria feia a visão de duas pontes superpostas ou postas lado a lado? Não estaríamos criando um monstrengo bem no centro da cidade? Claro queos arquitetos podem resolver isto com competência. Lembro que o nosso maior,Oscar Niemeyer, foi a Paris estudar e não ficou por lá muito tempo. Ele logo chegou à conclusão que não teria muito a aprender na capital da França.

A nova Ponte não ficaria melhor colocada entre a baixa do Perpétuo Socorro (ou a baixa da rua da Embasa) e a Prainha? Isso é só uma indagação para provocar os meus leitores. Os problemas e as dificuldades seriam resolvidos pelos nossos arquitetos, discípulos, quero crer, do Niemeyer que foi capaz de conceber Brasília.

Então, vamos esperar. Esperar e cobrar. Meu velho e vivido pai me ensinou que promessa é dívida. Tomando como certas as afirmações do site, o senhor ministro está, a partir de agora, nos devendo uma nova ponte.

Francisco Nery Júnior