Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Mães de Sergipe continuam sofrendo com problemas nas maternidades
Das nove maternidades do Estado, três estão novas e fechadas. Faltam desde materiais básicos até profissionais qualificados.
As mães de Sergipe que dependem da rede pública de saúde sofrem com a falta de estrutura, de materiais básicos e até de profissionais qualificados. A quantidade de leitos é outro problema que causa superlotação nas unidades que continuam funcionando. Das nove maternidades públicas do interior do Estado, três novas e prontas para funcionar estão fechadas. As outras seis não fazem partos todos os dias por falta de profissionais.
Uma equipe de reportagem foi até a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), em Aracaju, para ouvir relatos das mulheres internadas. Uma das mães conta que teve que pedir para comprarem uma pomada para o filho dela, pois estava faltando na maternidade. “Às vezes falta esparadrapo, falta álcool para higienização. Está faltando muita coisa”, afirma outra mãe apreensiva com a situação.
A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, especializada em partos de alto risco, tem funcionado com 148% da capacidade. Somente em junho, a unidade registrou a morte de 16 recém-nascidos. “Em períodos normais, o que ocorre são de três a seis óbitos no período. O ideal é um médico para cada dez crianças, hoje nós temos um médico para 40 pacientes”, afirma a médica Glória Teresa Lopes, presidente da Sociedade de Pediatria de Sergipe.
Providências
No município de Nossa Senhora do Socorro, na região metropolitana de Aracaju, a maternidade é regional e deveria atender pacientes de 12 municípios, cerca de 250 gestantes por mês, mas o centro cirúrgico está fechado.
Esses problemas foram denunciados em abril e desde então a situação só se agravou. Na tentativa de reverter este quadro, o Ministério Público do Estado recomendou a contratação emergencial de médicos.
“De modo que essas soluções apontadas na última audiência, objeto dessa recomendação se mostram absolutamente necessárias para em curto prazo, resolver, digamos assim ou pelo menos atenuar essa grave situação vivenciada pela maternidade”, afirma o promotor de Justiça Nilzor Soares.
“Não posso resolver num passe de mágica essa situação. Esse é o processo mais penoso porque tem poucos médicos no mercado e passa por uma negociação financeira também”, rebateu o secretário de Estado da Saúde, Silvio Santos.
Enquanto isso, as mães torcem pra não ter o mesmo destino de Josenilde dos Santos. O filho dela morreu logo após parto. “Eu não quero que outras mães, passem pelo o que eu estou passando, é difícil mesmo”.
Do G1