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Delta fez acerto com governador de Goiás, diz revista
Relatório da Polícia Federal diz, segundo reportagem da revista “Época”, que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e a construtora Delta firmaram um “compromisso”: para receber o que o Estado devia, a empresa deveria pagar ao político.
O “compromisso”, segundo a publicação, foi intermediado pelo empresário Carlinhos Cachoeira e consta de um relatório da PF remetido em 27 de junho à Procuradoria-Geral da República.
De acordo com a reportagem, fez parte desse acordo a venda da casa onde o governador morava, no condomínio Alphaville, em Goiânia. Cachoeira foi preso pela PF nesse imóvel, em fevereiro.
Pela casa, Perillo recebeu uma “diferença” de R$ 500 mil que, segundo a revista, vieram da Delta. O pagamento teria sido feito em três cheques, em nome de laranjas,
O dinheiro passaria por empresas-fantasmas do grupo de Cachoeira para disfarçar sua origem, e, depois, chegaria às mãos do tucano.
A publicação cita que essa negociação teve participação de Wladmir Garcez, amigo do governador e ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia, e Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta no Centro-Oeste.
Desde março, Perillo diz que tratou da venda da casa só com Garcez e que não prestou atenção em quem eram os emitentes dos cheques.
A Folha já havia revelado em 1º de junho que os cheques que remuneraram Perillo pela transação saíram de uma conta bancária que recebeu dinheiro da Delta, segundo peritos da Polícia Federal.
Em outro diálogo gravado pela PF e mostrado pelo jornal, Cachoeira diz que esperava ter “portas abertas” junto a Perillo após a compra da casa do governador.
OUTRO LADO
A assessoria de imprensa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), disse que os “contratos já foram aprovados por uma sindicância feita pela Controladoria Geral do Estado e pelo Tribunal de Contas do Estado”.
“[Os contratos] não são objeto de qualquer tipo de contestação de nenhum órgão de controle”, informou a nota.
A maioria dos contratos públicos da construtora Delta, segundo o governo, são da gestão passada, e os feitos sob Perillo são resultado de concorrências públicas “amplamente disputadas”.
O texto do governo cita como argumento o fato de a empresa ter R$ 6 milhões a receber do Estado por serviços prestados a Agetop (Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas), mas que não foram pagos “por uma postura adotada” pela atual gestão.
Segundo a assessoria, mesmo depois da venda da casa, a Delta e os demais prestadores de serviços receberam em dia suas faturas.
“Procurar estabelecer ligação entre três pagamentos feitos à Delta de uma série continuada de outros pagamentos é uma atitude de má-fé, leviana e irresponsável.”
A assessoria diz que os vazamentos de informação são uma forma de denegrir a imagem do governador de Goiás.
“Tirar de 30 mil horas de gravações fragmentos de conversas, mantidas por terceiros, com o propósito de estabelecer relações que não condizem com a realidade é mais uma atitude de grupos políticos que tentam, de todas as formas, denegrir a imagem do governador Perillo.”
A Delta tem afirmado que somente se pronunciará aos “canais institucionais”.
Da Folha