Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Entenda o que é o choque séptico, que matou o ex-jogador Sócrates
Choque séptico é o estágio mais grave de uma infecção. Ex-jogador Sócrates morreu em decorrência desse problema.
O choque séptico é o resultado de uma infecção que se alastra pelo corpo rapidamente, afeta vários órgãos e pode levar à morte. É mais comum em pessoas mais fracas, que não conseguem controlar a infecção, como crianças, idosos, e pacientes com câncer, insuficiência nos rins ou no fígado. O último caso, de problemas no fígado, era o do ex-jogador Sócrates, que tinha cirrose e morreu no último domingo (4) devido a um choque séptico.
“Sepse, sepse grave e choque séptico são estágios da mesma síndrome”, explica o médico Reinaldo Salomão, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador da Comissão de Sepse da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Salomão não fez parte da equipe médica que tratou Sócrates. O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde ele morreu, informou que não vai passar detalhes sobre a morte do ex-jogador.
A “sepse” é a mesma síndrome que, no passado, era conhecida como “infecção generalizada” ou “disseminada”. O nome foi alterado porque o quadro pode ocorrer sem que a infecção esteja disseminada por todo o corpo, basta abranger vários órgãos.
Além da infecção, o corpo apresenta febre, e as frequências cardíaca e respiratória aumentam. Quando um órgão deixa de funcionar bem, a sepse passa a ser chamada de sepse grave. Se, além disso, a pressão arterial cair, o quadro é de choque séptico.
A sepse grave e o choque séptico têm mortalidade muito grande, que oscila entre 30% e 50% nos casos tratados”Reinaldo Salomão, coordenador da Comissão de Sepse da SBI“A sepse grave e o choque séptico têm mortalidade muito grande, que oscila entre 30% e 50% nos casos tratados”, afirma Salomão.
Parasita e hospedeiro
Como qualquer infecção, ocorre quando um parasita – vírus, bactérias ou fungos – infecta o corpo. Segundo Salomão, entre 80% e 90% das vezes, é uma bactéria que causa o mal.
“Na infecção, você tem dois seres vivos: o hospedeiro e o agente infeccioso. Então a reação depende dos dois”, argumenta o infectologista. Por isso, a sepse se torna mais perigosa quando o agente é mais forte ou quando o hospedeiro é mais frágil.
Tratamento
Para combater a sepse grave – ou o choque séptico –, os médicos precisam atuar em mais de uma frente.
Para tratar a infecção, é preciso agir contra o agente infeccioso; se o agente for uma bactéria, isso é feito com antibióticos. Já a disfunção do órgão é tratada de diferentes maneiras, de acordo com o órgão atingido. Também é importante dar soro, que mantém o corpo hidratado.
Por isso, quando uma pessoa que já tem uma infecção diagnosticada e apresenta sintomas como febre, respiração ofegante e batimentos cardíacos acelerados, ela deve ser levada com urgência para o hospital. Quanto mais cedo a sepse é tratada, menor é a chance de o quadro evoluir para algo mais grave.
A sepse pode matar em horas ou dias, depende da intensidade. Com a infecção, os vasos sanguíneos se dilatam, e o coração passa a bater mais rápido. Funciona por um tempo, mas, se não a infecção não for tratada, chega um momento em que o coração já não consegue suprir as necessidades do corpo e o paciente morre. Do G1, em São Paulo