Secretários buscam diálogo com governo para evitar prejuízos com corte na tarifa de energia

 Secretários buscam diálogo com governo para evitar prejuízos com corte na tarifa de energia

Um grupo de secretários de Estado esteve  quarta-feira (27) em Brasília em busca de diálogo com o Congresso e setores do governo sobre os prazos e regras que nortearão mudanças no setor elétrico para reduzir as tarifas de energia. Apesar de querer aderir ao novo plano, o secretariado teme que estados e concessionárias sofram grandes perdas, como foi alertado ontem pelos tucanos Domingos Sávio (MG) e Walter Feldman (SP).

Comandado pelo deputado licenciado e secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, o grupo defende a prorrogação da data para decisão das concessionárias sobre a renovação. De acordo com a MP 579, o prazo é 15 de outubro. Os secretários querem conhecer as novas normas antes de optarem pela renovação, mas o governo pretende anunciá-las apenas em 1º de novembro.

“Temos todo o interesse de aderir, mas precisamos saber o que o governo vai oferecer para os estados e para o setor de maneira geral em matéria de compensação e ressarcimento de ativos e passivos”, destacou José Aníbal. O tucano destaca que os estados já terão significativas perdas com a desoneração do ICMS. São Paulo pode perder R$ 1 bilhão em receitas e, o Rio de Janeiro, até R$ 400 mil.

O temor é que, por desconhecimento das regras, as administrações estaduais aceitem o plano na tentativa de beneficiar o consumidor, mas acabem sendo penalizadas. A intenção é dialogar com o governo para entender as normas e assim convergir para algo que é de interesse de todos: a redução dos preços com uma contrapartida positiva.

“Como vamos aderir antes de saber as condições? Por que essa pegadinha? Por que não deram prazo e não se tentou fazer algo de forma mais aberta? A nossa disposição é pelo diálogo e convergência a favor da redução dos preços de energia”, destacou Aníbal.

Além de Aníbal, secretários de outros cinco estados (Rio Grande do Norte, Paraná, Alagoas, Espírito Santo e Rio de Janeiro) conversaram com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e receberam a garantia de que o tema será avaliado. O grupo também foi recebido pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), relator da MP 579, e esteve na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Queremos um diálogo aberto, pois temos experiência na área e convergência em relação à ideia”, completou o secretário.

 

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Jane de Araújo/Agência Senado)

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