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Tucano defende investigação de sobrepreço em obras da Delta na transposição do São Francisco
A Controladoria-Geral da União (CGU) constatou o que parlamentares da oposição já haviam adiantado no início do ano: as obras de transposição do rio São Francisco enfrentam uma série de falhas e desperdício de recursos públicos. Auditoria feita pelo órgão em lote do empreendimento na cidade de Mauriti (CE), onde uma caravana de parlamentares esteve em março, encontrou sobrepreço, superfaturamento e inúmeros problemas nos projetos básico e executivo. A controladoria constatou ainda que falhas na fiscalização do Ministério da Integração Nacional levaram à maioria dos prejuízos.
Para o deputado Wandenkolk Gonçalves (PA), a CGU comprovou algo que a sociedade acompanha com indignação. “Quem visita aquela região pode constatar as mentiras ditas pelo governo. Além do desvio de recursos, há os gastos com propaganda mentirosa a respeito da obra”, disse.
As obras de responsabilidade da construtora Delta na região tiveram o orçamento indevidamente inflado em R$ 76 milhões, como informa o jornal “O Estado de S. Paulo”. Do prejuízo total, R$ 13,6 milhões já foram pagos e outros R$ 63,1 milhões foram evitados pela fiscalização, segundo a controladoria. De acordo com os auditores, o planejamento traçado pelo ministério não correspondia à realidade das construções, o que levou a sucessivos aditivos contratuais para a alteração de preços e quantitativos. Paralelamente, as irregularidades praticadas pela empresa não eram acusadas pelos fiscais.
“Isso comprova mais uma vez a maneira inescrupulosa como o governo conduz suas ações e a relação promíscua entre o Executivo federal e determinadas empresas, como é o caso da Delta, que é uma lavanderia expressa de recursos públicos”.
Para o deputado, a CPI do Cachoeira, que já detectou diversos indícios de desvios de recursos na empreiteira, deve aprofundar as investigações sobre a empresa. “Não resta dúvida que a caixa-preta precisa ser aberta e o compromisso do governo com a corrupção vai aparecer de maneira mais contundente. O mensalão é fichinha se comparado a tudo que há nessa relação com a Delta”, avalia.
Entre os problemas constatados, a CGU aponta que, só em uma das planilhas encaminhadas pela Delta ao ministério, a superestimativa de preço era de R$ 49 milhões. A aprovação do valor estava em curso na pasta, mas foi barrada com o início da auditoria. O órgão também apurou superfaturamento de R$ 12,1 milhões na movimentação de terra, necessária para a abertura do canal da transposição. O governo pagou em duplicidade por parte desses serviços.
Houve sobrepreço de mais de R$ 5,5 milhões. Foi identificado ainda o pagamento de R$ 1 milhão por itens que não estavam cobertos pelo contrato com a construtora. Segundo a auditoria, com a possibilidade de haver a rescisão contratual, a Delta descumpriu o cronograma, dando prioridade à execução dos serviços mais lucrativos. Segundo a auditoria, as irregularidades cometidas pela construtora se deram num contexto de fiscalização deficiente pela Integração Nacional. O ministério contratou empresas para gerenciar e supervisionar os trabalhos no local, o que não foi feito a contento.
Em março, a comitiva conduzida pelo líder do PSDB, Bruno Araújo (PE), encontrou a obra em estado de deterioração. A equipe da CGU teve a mesma impressão ao chegar ao canteiro de obras em julho. A erosão prejudicou paredões da obra, trechos de concreto se romperam por falta de drenagem, drenos entupiram e o mato tomou conta de partes do canal.
Reportagem: Djan Moreno
4 Comments
Vejam as fotos panorâmicas da obra Canal do Sertão em 27 de junho de 2012 numa quarta-feira.
Fonte:
http://sopademae.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html
Vejam as fotos panorâmicas da obra Canal do Sertão em 27 de junho de 2012 numa quarta-feira.
http://sopademae.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html
É uma obra muito importante para o Nordeste Brasileiro. Desde 2009 que o Tribunal de Contas da União vem apontando irregularidades em mais de 40 obras públicas. O TCU tem recomendado paralisações destas obras. Infelizmente, o Brasil vem sofrendo com um processo crônico de corrupção e impunidade. Esta importante obra, já deveria ter sido concluída.
A sociedade civil tem questionado esta obra desde o início, e a mesma não deveria se quer ter dado início já que existe outros meios mais baratos e muito mais viável; é hora de investigar também as cisternas de fibras, que são o dobro das de placas e não gera renda nem emprego para os nordestinos, estes sempre foram usados para as grandes empresas ganharem dinheiro e os governos desviarem recursos, parabéns a CGU, Parabéns a todos que lutam por justiça e respeito ao dinheiro público, É hora dos governos entenderem que são empregados nossos e assim devem ouvir melhor a sociedade civíl organizada.