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Passando a limpo: o banho da Roma antiga até hoje
ASHENBURG, Katherine. Passando a limpo: o banho da Roma antiga até hoje. São Paulo: Larousse do Brasil, 2008. Il.
Tomar banho já faz parte de nossa rotina diária, pelo menos, aqui no Brasil, é um hábito comum. O livro conta sobre como este hábito aparentemente rotineiro de lavar-se ( ou não) começou desde a Roma antiga, e como ele também não é tão comum como pensamos …
Katherine Ashenburg resume a versão de limpeza e cada cultura e cada época. Ela tenta explicar como os Estados Unidos passou a ser uma sociedade em que os consumidores gastam mais de US $ 50 bilhões anualmente em cosméticos e produtos de higiene pessoal, O livro se concentra na Europa Ocidental e nos Estados Unidos. E trazendo dados interessantes como o medo de água quente dos visigodos que acreditavam que era castradora, enquanto o francês mais tarde viu-a como um propagadora de doença, à suspeita britânica ao bidê (que eles achavam que seria para incentivar o sexo oral),etc. A limpeza também teve seu lado obscuro: a Inquisição era avessa ao sabão. Os primeiros ascetas cristãos abraçaram a sujeira como um sinal de santidade. Na Idade Média, a luta entre cristãos e muçulmanos, por vezes, se assemelhava a uma batalha dos balneários. “Uma das ações dos espanhóis pela primeira vez durante a Reconquista”, escreve Ashenburg, era destruir os banhos que os árabes fizeram na Espanha” . No Renascimento manter-se limpo significava trocar de roupa muitas vezes. Um arquiteto francês do século 17 optou por não incluir banheiros nos castelos que ele projetou, já que “o nosso uso de roupa”, ele escreveu, “serve para manter o corpo limpo, mais conveniente do que os banhos ou banhos de vapor dos antigos poderiam fazer.” Ele ficaria chocado hoje, se visse as novas casa, com até três banheiros ! Segundo a autora, 40% dos franceses e 25% das francesas não mudam suas roupas íntimas diariamente.E em Portugal, apenas 65% das casas tinham chuveiros ( em 2001).
Ela afirma que o futuro da limpeza ainda é um mistério, e que no final deste século, muitos rirão do que hoje chamamos de limpeza.
Marta Tavares
5 Comments
E como se vive sem tomar banho ? Nossa, ainda bem que os hábitos mudaram !
Excelente resenha!
Os dados sobre Portugal me espantaram. Sobre os franceses também.
Marta soube bem como nos deixar com vontade de mergulhar nesta obra!
penso que no futuro será lavagem à seco! em prol da economia de água… será!??
E viva nosso Brasil de muito calor, muita água (pelo menos, por enquanto!) e muitos banhos diários!
Gostei ! O banho é algo delicioso e ainda bem que em nossa cidade ( Paulo Afonso), água é o que não falta. 🙂