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Lei Seca não é aplicada em Paulo Afonso
Em Paulo Afonso ainda não foi possível vislumbrar a ação da polícia nesse aspecto, que tem se limitado a realizar blitz no cento da cidade
Oito meses depois de sancionada a Lei que puni quem bebe e dirige, muita gente ainda ignora a polícia nas ruas e prefere correr o risco de ser pego. Nos finais de semana em Paulo Afonso onde o movimento da boemia é grande é possível encontrar vários motoristas que não têm o menor pudor em beber por horas e depois assumir o volante. Alguns chegam até a entrar no carro com garrafas de cerveja.
“Fala, parceiro, posso estacionar aqui? Só vou ali beber uma cervejinha e já volto”, pergunta o jovem ao frentista ao entrar em um posto de gasolina que oferece bebidas alcoólicas. Essa frase resume bem a conduta do motorista quando o assunto é o respeito à Lei Seca.
Para mostrar os exemplos do desrespeito, não é preciso procurar muito. Postos de gasolina, bares e casas noturnas ficam lotados de gente que bebe antes de dirigir. No centro de Paulo Afonso, em plena quarta-feira é fácil ver os abusos. A reportagem da Agência de Notícias de Paulo Afonso (ANPA) flagrou um grupo de motociclistas bebendo por várias horas num posto de combustível localizado no centro. No início da madrugada, cada um subiu em sua moto e foi embora. Animado, um grupo de amigos bebe várias garrafas de cerveja e outros tipos de bebidas alcoólicas e vai para um canto do posto. Um funcionário do posto garante que a situação se repete quase todos os dias, mas o forte é sempre nos finais de semana, a partir da sexta-feira até o domingo e nos feriados. “Eles bebem, falam alto, arrumam brigas, colocam o som dos carros em volume que perturba e saem dirigindo sem nenhum problema. A polícia nunca aparece”, afirma.
Não adianta fazer blitzes apenas no fim de semana e, além disso, privilegiar o centro da cidade. Existem pessoas que bebem e dirigem por toda a cidade. Para que a lei tenha credibilidade, ela precisa de boa aplicação e cumprimento.
As novas regras que endurecem a lei seca e começaram a vigorar na ultima sexta-feira (21) devem acabar com a brecha usada por muitos motoristas para fugir de punição. Para um advogado que pediu a proteção do anonimato, recusar o bafômetro não vai mais impedir o processo criminal, mas há críticas à “subjetividade” do texto. Segundo ele, a lei aumenta o poder da autoridade policial de dizer quem está embriagado e, para defensores da tolerência zero ao volante, a norma transfere aos tribunais a tarefa de interpretar cada caso, dando margem para que motoristas alcoolizados escapem da Justiça.
A mudança no Código Brasileiro de Trânsito sancionada sem vetos na quinta-feira (20) pela presidente Dilma Rousseff possibilita que vídeos, relatos, testemunhas e outras provas sejam considerados válidos contra os motoristas embriagados. Além disso, aumenta a punição administrativa, de R$ 957,70 para R$ 1.915,40. Esse valor é dobrado caso o motorista seja reincidente em um ano.
Da Agência de Notícias de Paulo Afonso (ANPA), com participação de Luiz Brito
2 Comments
Com um comando que existe em Paulo Afonso pode de tudo.
Aqui tem som sem controle, tem menores dirigindo carros e motos, tem pessoas portando armas aqui tudo pode tudo pode.