Caos no trânsito

 Caos no trânsito

Trafegar pelas ruas e avenidas de Paulo Afonso está virando um transtorno para muitos motoristas e também para os pedestres. A culpa não é apenas dos motoqueiros como alguns poderiam pensar, embora estes contribuam com o maior numero de irregularidades praticadas, tem muito motorista sem a mínima noção das regras de trânsito, além de transeuntes e ciclistas que não respeitam a própria vida e colocam permanentemente a sua e a de outros em risco.

Pedestres e ciclistas invadem as ruas e ainda criticam e desafiam os motoristas que pedem passagem, no BTN os estudantes são especialistas nisso, descem a Avenida Delmiro Gouveia em bandos ocupando uma faixa inteira e forçando os condutores a invadir a contramão para poderem transitar, é verdade que a falta de passeio público adequado acaba por incentivar o uso da via.

Os motoqueiros são os piores, realizam manobras malucas, não respeitam os sentidos obrigatórios das vias, circulam sem capacete, usam sandálias, ultrapassam pela direita, muitos não acendem os faróis durante o dia e alguns deles nem à noite o fazem; eles excedem a velocidade máxima, não respeitam os quebra-molas, avançam no sinal vermelho  e empinam suas motos, para piorar boa parte dos que fazem tudo isso são “profissionais” moto-taxistas.

Já os motoristas por sua vez também colaboram com a desordem, como pedestres, ciclistas e motoqueiros eles em sua absoluta maioria desconhecem completamente as leis de trânsito, andam na contramão, a noite usam farol alto o tempo todo, indicam com a seta que vão para a esquerda e entram a direita, param e estacionam em lugares proibidos (adoram uma calçada com sombra e a vaga para deficientes), abusam da velocidade e também da buzina, na Apolônio Sales mudam de faixa ao sabor das curvas sem se importar com quem vem atrás, não respeitam as faixas de pedestre e muitas vezes nem o semáforo, dirigem sem habilitação ou com ela vencida. Na verdade os motoristas seguem três regras básicas: A lei do maior (ônibus e caminhões não respeitam os carros e motos), a lei do mais forte (quem tiver o farol mais potente pode ofuscar quem vem em sentido contrário) e a lei do cada um por si (salve se quem puder).

No meio desta bagunça, a PMPA parece perdida, não sei se faltam agentes de trânsito, não sei se o problema é de estrutura, só sei que os problemas continuam. Paulo Afonso tem uma frota de veículos muito grande, além disso, para cá convergem veículos de várias cidades do entorno, Delmiro Gouveia, Água Branca, Petrolândia, Tacaratu, Canindé do São Francisco, Glória, Rodelas, Coronel João Sá, Pedro Alexandre, Macururé, Chorrochó, Abaré, Santa Brígida e Jeremoabo. Todo esse fluxo inunda as ruas da cidade de veículos que ela já não comporta. No centro da cidade não há vagas de estacionamento suficientes para tanta procura, ainda mais porque, para evitar perda de tempo às pessoas querem deixar os veículos perto dos locais aonde vão, e sobrecarregam as  principais vias da área mais central da cidade, além disso, pelo mesmo motivo, a comodidade, muitos comerciantes e seus funcionários estacionam os seus veículos na frente de suas lojas ou locais de trabalho e lá passam o dia ocupando a vaga que poderia ser utilizada pelo seu próprio cliente.

A verdade é que na nossa cidade o trânsito se tornou um problema gravíssimo, e a ausência do poder publico é fato notório, as irregularidades são cometidas a todo o instante e em todos os pontos da cidade, mesmo com o poder de multar dos agentes de trânsito, a situação não muda, veículos caindo aos pedaços circulam por toda parte, e mesmo veículos novos circulam com problemas, alguns com apenas um farol, outros com problemas na luz de freio ou nas lanternas traseiras, até veículos da própria PMPA são vistos com problemas deste tipo, a Girafa (da elétrica), por exemplo, há meses está com o farol esquerdo queimado.  O transporte coletivo urbano é outro exemplo grave da falta de capacidade de fiscalização do município, param em qualquer lugar, não respeitam os pontos de ônibus, param inclusive no meio da rua, há pouco tempo uma jovem foi atropelada ao descer do ônibus no dique 10 (Prainha do Candeeiro) e sofreu graves ferimentos; Ônibus velhos e até mesmo os “novos” circulam descumprindo a legislação, pois não possuem as faixas refletivas laterais e na traseira, além de circularem com os mais diversos problemas elétricos, deles alguns nem luz de freio têm.

Parece-me que a prefeitura hoje foca muito na questão do estacionamento irregular, sem cuidar da fiscalização dos veículos, isso é grave, basta lembrarmo-nos do acidente ocorrido em 2008 com um veiculo pesado, que matou uma odontóloga e que poderia ter ocasionado outras mortes.

As multas aplicadas para coibir o estacionamento irregular ou a parada em local proibido atingem o alvo, mas não resolve o problema, aquele motorista que precisa resolver problemas de forma rápida e não tendo onde estacionar acaba cometendo uma irregularidade e sendo punido, com a carência que se nota de agentes nas ruas uns são multados outros não, muita gente se revolta ao constatar a existência de vagas “cativas” de estacionamento, instituídas de maneira formal ou informal elas beneficiam alguns apadrinhados, basta ver que por exemplo, na frente do Oásis Center, das vagas reservadas para táxi a menor parte é ocupada por quem realmente exerce a profissão (dois ou três fazem ponto ali) e as outras ficam reservadas para quem possui placa de aluguel mas não trabalha como taxista.

A cidade é dividida em lugares com e sem lei, no BTN e em outras áreas da cidade não existe fiscalização de trânsito e cada um faz o que quer e bem entende, já em alguns pontos do centro da cidade os agentes estão presentes e ai a lei é aplicada, isso não ajuda no processo de educação para o trânsito.

Quanto a falta de espaço para estacionar, para solucionar o problema, precisará coragem ao prefeito (pois não é uma decisão fácil, já que mexe com interesses diversos e pode gerar prejuízos políticos), para adotar o sistema de estacionamento rotativo, em espaços estrategicamente escolhidos no centro da cidade, onde após um tempo máximo de ocupação (tipo 15, 20 ou 30 minutos), seria cobrada uma taxa por tempo de permanência do veiculo em cada vaga. Com essa medida muita gente que hoje passa o dia com o veiculo estacionado ocupando uma vaga, muitas vezes sem necessidade, passaria a deixar o seu carro em casa, isso facilitaria a vida daqueles que por força do seu trabalho ou de suas necessidades pessoais precisem estacionar seus veículos por períodos curtos, aumentando assim o número de vagas disponíveis e reduzindo os gargalos.

È Preciso governar a cidade com seriedade, isso muitas vezes implica em medidas impopulares, não cabe governar ou legislar com demagogia, quando isso ocorre a conta a pagar pode se tornar muito alta.

*José Ivandro é colaborador do site Noticias do Sertão e editor do blog Paulo Afonso de Fato.

16/05/2011

4 Comments

  • Gostei da reportagem do Sr. José Ivandro. Feita com seriedade, sem paixão política, com uma esplanação dos fatos, bastante ponderada.
    Para nós donos de carros não é muito simpática a implantação de Zona Azul. Mas, nestas circunstâncias ela torna-se necessária e, às vezes,
    até econômica, considerando que muitas vezes perdemos tempo precioso e gastamos combustível procurando uma vaga para estacionar-
    mos nossos veículos. A Zona Azul desestimulará comerciantes, profissionais autônomos e comerciários, a estacionarem seus veículos o
    dia todo em frente às lojas.
    Seí que o trânsito em Paulo Afonso está ruim. Porém aqui em Garanhuns-PE, está mais caótico em todos os sentidos citados pelo Sr.
    José Ivandro.

  • Ótima colocação, boa visão, levantou bem os problemas de Paulo Afonso, quando se refere ao trânsito como todo, estava analisando e notei que a falta de educação e fiscalização é clara, mais apesar de algumas ruas não suportarem o fluxo de veículos, seja por motivo da mesma está trabalhando como mão dupla, ou até mesmo, por falta de estudos, algo que compete a um engenheiro de tráfego (Algo que nunca foi visto em Paulo Afonso), existem vias que possuem espaço para conter até 3 faixas e estão sendo ocupadas por veículos estacionados de forma irregular e pela falta de projeção do espaço, já passou do tempo da PMPA, construir um estacionamento no centro (poderia aproveitar alguns espaços de praças não utilizados, como o espaço em frente a academia Korpo e Equilibrio)e fiscalizar aqueles que deixam seus carros estacionados o dia todo, fazendo de um simples estacionamento, uma verdadeira garagem, em algumas vias, poderiam pensar em uma faixa exclusiva para ônibus e urgentemente criar uma central que cuide dos problemas relacionados ao trânsito e pedir ajuda ao poder judicial, que é muito competente em nossa cidade, começar a fazer o sistema de guinchar veículos estacionados em locais incorretos e aqueles que se recusarem, que batam de frente com o sistema de legislação, só pra ressaltar é IMPORTANTE incluir espaços para ciclistas. A intenção do pauloafonsino que crítica de forma construtiva, é somente uma, ver sua cidade crescer de forma harmônica.

  • Com aumento das vendas de veículos pela facilidade do credito,são colocados em circulação em média por mês em torno de 300 automóveis novos e usados nas ruas e avenidas de nossa cidade.Fato que com seus mais de 50 mil veículos emplacados na Ciretran daqui, fora com os que circulam das cidades circunvizinhas bem especificado na matéria, já trazem transtorno como engarrafamentos e falta de estacionamentos.A cidade é mal sinalizada,falta semáforos mais modernos,lombadas eletrônicas,pardais nos semáforos,radar etc.Na verdade o Gestor Municipal não tem uma política de planejamento,com diretrizes e estudos voltado para o trânsito.O Gtran que é o órgão fiscalizador através dos Agentes de Trânsitos,não tem o minimo de estrutura com viaturas sucateadas,falta de equipamentos e desvalorização profissional.Apesar dessa falta de estrutura e desvalorização os agentes estão realizando um ótimo trabalho na fiscalização que já gerou através dos autos de infrações de trânsito uma receita em torno de R$300.000,00 e também no registro das ocorrências de trânsitos. Cabe ressaltar que os Agentes de Trânsitos não é DEUS para está presente em todos os lugares e também não tem o poder de adivinhar o comportamento,a conduta e as ações do condutor que seja contraria as leis de trânsitos que venha ocasionar um acidente.A educação para o trânsito precisa de muito investimento e que seus resultados vai ser percebidos só a médio e a longo prazo.

  • Para os críticos que se utilizam dos meios de comunicação como a rádio e a mídia eletrônica para quererem denegrir a imagem dos agentes de trânsitos,em relação a quantidade de veículos e de pedestres que circulam na Ponte de acesso da lha, Rotatória,Av. da Maçonaria,Av. Landulfo Alves,Av Getúlio Vargas,Rua Otaviano Leandro de Morais etc.causando engarrafamentos e transtornos.Isso já tem que ser visto como uma coisa natural aqui, em que a um crescimento absurdo de automóveis que circulam em nossa cidade.Nas ruas e avenidas citadas ou outras que esteja com um grande fluxo de veículos é obvio que o fluxo vai ser mais lento,devido a um pedestre que esteja atravessando a via,um carro saindo de um estacionamento e outro entrando nessa vaga,um semáforo existente naquele local,um cruzamento.Enfim são vários fatores que temos que observar e analisar antes de criticarmos.Sei que é de fundamental importância o trabalho de fiscalização e de uma possível intervenção quando se a necessidade, realizada pelos os agentes de trânsitos.Acho se agentes de trânsitos solucionassem problemas de engarrafamentos,não existiria esse problema nas Capitais e nas demais cidades e nem precisaria da Engenharia de Trafego.Mais me parece que os Munícipes não conhecem Salvador,Recife, Maceió,Aracaju.Então como solução é melhor o Gestor Municipal fechar as concessionarias,proibir de circular na ilha os veículos que não sejam daqui e adotar o rodizio de veículos(Ex:segunda e terça só pode circular veículos com final de placa n° 0,1,2 e 3).

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