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Dilma confirma redução na conta de luz e critica ‘pessimistas’
A presidente Dilma Rousseff fez um pronunciamento na noite da quarta-feira (23), em cadeia nacional de rádio e televisão, para reiterar a decisão do governo de reduzir em 16,2% a conta de luz dos consumidores residenciais e em até 28% o custo para as empresas a partir de fevereiro. A fala da presidente, gravada na segunda-feira (21), com o acompanhamento do seu marqueteiro João Santana, vai anunciar que a promessa, feita em setembro, será cumprida.
O pronunciamento também será usado para responder às diversas críticas que ganharam corpo este ano. A demora no início do período de chuvas em muitos Estados e a necessidade de uso intensivo das usinas térmicas – que produzem energia mais cara – levaram diversos analistas a afirmar que o corte de luz prometido pela presidente seria afetado. No final do ano passado, no café da manhã que ofereceu aos jornalistas que acompanham o dia a dia do Palácio do Planalto, a presidente Dilma havia reagido às insinuações de impossibilidade do governo em reduzir o preço pago pela energia no País.
Dilma chegou a tachar de “ridícula” a hipótese de racionamento de energia. A presidente pretende reiterar que esta possibilidade está fora do horizonte do governo, que trabalha para assegurar o fornecimento contínuo de energia, mesmo que para isso tenha que manter as térmicas ligadas por mais tempo. A aprovação da lei que renovou as concessões do setor elétrico e prevê uma redução, média, de 20% na conta de luz, deixou o Planalto aliviado, apesar de empresas importantes – como Cemig, Copel e Cesp – terem recusado fazer a renovação antecipada seguindo os termos fixados pelo Planalto.
A presidente Dilma criticou a postura assumida pelas empresas – que operam em Estados comandados pelo PSDB. $Persistência$ As insistentes afirmações de pessoas do próprio setor elétrico, falando em dificuldades de manter a promessa de cortar o custo da eletricidade a partir do próximo mês, preocupavam o Planalto. Para a presidente Dilma, a redução é praticamente uma “questão de honra”. O governo ainda precisa equacionar alguns detalhes para que a medida seja efetivada.
Após a primeira reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) em 2013, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse que as usinas que usam combustíveis como gás e carvão para gerar eletricidade – as termoelétricas – deverão permanecer ligadas, pelo menos, até o fim de abril. Até lá, o governo acredita que os reservatórios das hidrelétricas terão começado a voltar a níveis adequados, que permitirão substituir a geração de energia mais cara, por uma mais barata. O prazo, considerado longo por alguns setores, ainda é motivo de preocupação por parte do governo. A escalada das preocupações com o fornecimento de energia obrigou o governo a vir a público defender a estratégia montada para atender à demanda por eletricidade e evitar a todo custo algum tipo de racionamento.Estadão Conteúdo