Viagens longas aumentam o risco de Trombose Venosa Profunda

 Viagens longas aumentam o risco de Trombose Venosa Profunda

Longas viagens de avião, de ônibus ou carro podem aumentar o risco de Trombose Venosa (TVP), terceira doença cardiovascular mais frequente no mundo, depois dos problemas de coração e derrame (AVC). Como a trombose pode ser completamente assintomática, o paciente pode demorar a perceber. “Uma de suas mais graves consequências é a embolia pulmonar, que ocorre quando o coágulo se solta e acaba se instalando em um ramo da artéria pulmonar, causando uma limitação da capacidade dos pulmões em oxigenar o sangue, tornando a pessoa incapacitada para realizar determinadas atividades sociais e de trabalho ou mesmo levar à morte”, destaca Luiz Marcelo Viarengo, médico angiologista e cirurgião vascular.

Em outros casos, o paciente pode sentir dor, inchaço e aumento da temperatura nas pernas, coloração arroxeada e até endurecimento da pele. Segundo o especialista, o sangue só se mantém em sua forma fluída se os vasos sanguíneos possuírem um revestimento interno chamado endotélio de forma absolutamente íntegra, se estiverem continuamente circulando e se determinados elementos celulares que constituem o sangue estiverem normais. “A ausência de qualquer um destes fatores pode, por si só, provocar a trombose venosa, que é a formação de coágulos no interior das veias.”

Esta doença, que leva a aproximadamente 600.000 internações hospitalares por ano, tem como elemento central a estase venosa (diminuição da velocidade da circulação). De acordo com Viarengo, geralmente, são nas veias da panturrilha que este processo se inicia. “Uma vez formado o trombo, ele tende a se propagar, servindo como estímulo para desencadear o processo de coagulação  levando a formação de uma “rolha de coágulo” dentro da veia. Desta forma, todo o sangue abaixo dela não tem para onde ir e deixa de circular. O coágulo continua progredindo até que encontre um ramo venoso cujo fluxo sanguíneo seja capaz de interromper esta progressão”, detalha.

O especialista ainda explica que na fase aguda da formação destes coágulos, o aspecto do sangue é como de uma “gelatina” muito frouxamente presa na parede da veia e, às vezes, apresenta uma cauda que fica flutuando dentro do vaso. Quando estes coágulos se desprendem, por alguma razão, ganham a circulação sanguínea e seguem até o coração,  logo depois causando um entupimento das artérias pulmonares que distribuem o sangue para os pulmões para serem oxigenados. “Dependendo do tamanho e da quantidade de coágulos, a obstrução destas artérias pode ser fatal. O deslocamento do coágulo do local onde se formou até os pulmões chamamos de Embolia Pulmonar”, completa o cirurgião vascular.

Veja o que é preciso fazer para evitar a TVP

Quando permanecemos por longos períodos com os membros pendentes ou em repouso prolongado a velocidade do sangue que retorna das pernas para o coração diminui porque em repouso esse órgão bate mais lentamente e porque os músculos relaxados não ajudam as veias a empurrar o sangue da perna para cima. Para diminuir os riscos de um evento tromboembólico, é importante tomar alguns cuidados durante as viagens com mais de quatro horas de duração, tais como:

·  Evitar sedativos e bebidas alcoólicas, recursos utilizados por algumas pessoas para relaxar, o que aumenta o tempo de imobilidade e o risco de TVP.

· Ingerir bastante líquido e manter-se hidratado durante toda a viagem. A desidratação é um fator de risco adicional para a trombose venosa, sobretudo quando associado à imobilidade.

·  Movimentar-se. Mesmo em espaços restritos é possível exercitar-se, por exemplo, elevando as pontas dos pés enquanto mantém os calcanhares apoiados no chão e depois, elevando os calcanhares enquanto mantém as pontas dos pés apoiados, em movimentos repetidos e sucessivos. Esta movimentação contrai vigorosamente a musculatura da panturrilha fazendo com que o sangue seja impulsionado de volta para o coração

·   Sempre que possível, levante-se de seu lugar e ande um pouco, movimente as pernas. Se estiver viajando de carro, faça uma parada a cada duas horas e ande por alguns minutos.

·  Meias elásticas medicinais também são muito úteis para prevenir a trombose venosa em viagens longas, porém devem ser prescritas por um médico especialista.

Algumas pessoas devem tomar mais cuidado para que não ocorra a Trombose Venosa, entre elas estão os idosos, os portadores de doenças cardíacas, pulmonares, neurológicas, indivíduos com distúrbios da coagulação, com neoplasias, obesos, gestantes, portadores de varizes dos membros inferiores, passado de trombose venosa e embolia pulmonar, indivíduos com mobilidade reduzida pessoas que fizeram cirurgias de grande porte e usuárias de anticoncepcionais hormonais de uso oral.  “Principalmente nestes casos, antes de viajar, é preciso consultar um especialista para verificar a necessidade de cuidados adicionais que só poderão ser prescritos pelo médico após uma cuidadosa avaliação”, finaliza o profissional.

Sobre o Dr. Luiz Marcelo Aiello Viarengo – CRM 73413

Doutor em Cirurgia pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, possui título de Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Além disso, é especialista em  Ecografia Vascular  com Doppler pela SBACV e Colégio Brasileiro de Radiologia.

Com residência Médica em Cirurgia Geral e Cirurgia Vascular pelo HSPE- IAMSPE  SP, possui também Habilitação em Cirurgia a Laser pelo Middlesex Hospital, de Londres.  É membro da SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular), da SBLMC (Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia)  e da International Society for Endovascular Specialists.

Siga o PANotícias no facebook.com/pauloafonsonoticias

 

Deixe uma Resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *