Evento em São Paulo discute o futuro das cidades

São Paulo – Como é a cidade do futuro? Quais os desafios das cidades? Como formular um futuro urbano mais positivo? São algumas das questões que serão discutidas durante o New Cities Summit (ou Cúpula das Novas Cidades), evento que ocorre na capital paulista até a quinta-feira (6). O seminário é promovido pela New Cities Foundation, organização não governamental (ONG) dedicada à construção de cidades globais mais sustentáveis, criativas, justas e dinâmicas.

Divulgação/Internet
Divulgação/Internet

A primeira edição do evento ocorreu em Paris, na França, no ano passado. Este ano, São Paulo foi a cidade escolhida por, segundo os organizadores, “sintetizar as grandes oportunidades e os enormes desafios apresentados pela rápida urbanização global”. Outra razão foi porque o Brasil se configura como a sétima maior economia do mundo e vai ser sede de dois grandes eventos: a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Prevendo que até 2030 mais de 5 bilhões de pessoas – o que corresponde a cerca de 60% da população mundial – viverá nas cidades, o evento pretende incentivar uma mudança urbana positiva em escala global, apresentando, compartilhando e divulgando as melhores ideias sobre a cidade do futuro.

Um dos focos do evento é discutir a cidade de São Paulo e as possíveis soluções para seus problemas urbanos. “Há milhões de alternativas [para a cidade de São Paulo]. O que ocorre é que, na maior parte das vezes, as pessoas querem fazer grandes obras. E não é com obras que vamos resolver esses problemas, mas com medidas que procurem entender porque aquilo [aquele problema] aconteceu”, disse o arquiteto Edo Rocha à Agência Brasil.

Segundo ele, a cidade do futuro será mais concentrada e sustentável. “A cidade do futuro, a meu ver, volta a conceitos antigos de concentração das pessoas. São pequenos bairros ou grandes bairros ou bairros com grande capacidade, todos eles resolvidos e integrados”, declarou.

Rocha participará hoje (5) de uma mesa de debates, chamada O Futuro do Trabalho. Durante o debate, o arquiteto deverá apresentar uma proposta de criação de um site para abrigar, por exemplo, uma fonte de pesquisas de projetos em cidades pelo o mundo. “Seria como uma enciclopédia de soluções e de boas experiências”, disse Rocha, citando que um dos temas que pode ser incluído envolvem projetos na área de educação e até como se evitar o desperdício de energia.

Para Maria Teresa Diniz, coordenadora executiva do USP Cidades (site da Universidade de São Paulo que trata de questões urbanas) , mudar São Paulo e torná-la uma cidade menos desigual e mais sustentável, por exemplo, vai exigir investimento, principalmente da iniciativa privada.

“É caro sim [planejar e fazer mudanças para São Paulo] e o Poder Público sozinho não consegue atingir todo esse desafio porque o passivo acumulado é enorme. Uma das pesquisas que nos interessa [dentro do USP Cidades] é a de orçamento e planejamento e de como atrair o recurso privado de forma que haja interesse de se investir em projetos de interesse público. Essa coisa do orçamento é pouco discutida pelas pessoas que planejam, mas ela é fundamental”, disse Maria Teresa.

Criado este ano, o USP Cidades é um núcleo de estudos que tem como foco fazer pesquisas aplicadas sobre temas relacionados à gestão urbana. “Também estamos montando um curso de especialização na USP para planejamento e gestão de cidades voltado para um perfil de aluno que já trabalhe no Poder Público ou que queira trabalhar com estas questões públicas”, explicou

Este ano, o tema específico do New Cities Summit é A Cidade Humana. O objetivo é discutir os impactos da cidade sobre os indivíduos e dos indivíduos sobre o meio em que vivem. Temas como mobilidade urbana, o futuro do trabalho, grandes eventos e segurança urbana são alguns dos pontos que serão discutidos durante o evento. Agência Brasil

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