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Secretário debate em Valente ações para recuperação da cadeia do sisal e convivência com o semiárido
(Valente – BA) “Nosso maior objetivo é a estruturação definitiva do sisal”, afirmou o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, na manhã chuvosa de sábado (13), ao participar de reunião de trabalho, no plenário da Câmara Municipal de Valente, com centenas de produtores de sisal, presidentes de associações, vereadores e seis prefeitos de municípios da região. De acordo com ele, alcançar esta meta é uma das prioridades do governador Jaques Wagner.
Salles debateu as ações estruturantes para a convivência com a seca que estão sendo desenvolvidas pelo governo do Estado, através da Seagri, pontuado que as principais premissas são a água para matar a sede dos rebanhos e a reserva alimentar. “Conseguimos recursos não reembolsáveis do BNDES e do Ministério da Integração para construção de milhares de barragens subterrâneas nos municípios localizados na área de atuação da Codevasf, e estamos implantando a maior biofábrica de palma da América em Juazeiro, para produzir e distribuir aos criadores um milhão de mudas/dia”, disse. O secretário destacou ainda a implantação de 22 pólos para distribuição de milho subsidiado, que somados aos cinco próprios da Conab formam uma rede de 27 pólos.
Ele informou que entre as medidas de médio prazo propostas para a recuperação da cadeia do sisal, que envolve majoritariamente agricultores familiares, está a implantação de um projeto piloto que visa o aumento de produtividade, o aproveitamento total da folha de sisal e a agroindustrialização. “O sisal é a única cultura processada no campo, e essa é uma realidade que nós temos que mudar”, disse ele, informando que, atuando em parceria com a Seagri, a Secretaria de Ciência e Tecnologia e Inovação (Secti), está desenvolvendo através da Cimatec um protótipo de máquina que processe o sisal, aproveitando a fibra, a mucilagem e o suco, que podem ter inúmeras aplicações, agregando valor ao sisal. Atualmente, enfatizou Salles, “só aproveitamos 4% da folha, e está é outra situação que temos que mudar”.
O projeto piloto citado pelo secretário consiste na implantação de cinco polos de produção, em áreas dentro da região do sisal selecionadas pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), empresa vinculada à Seagri, de acordo com critérios técnicos, dentre eles a concentração da produção. “Em cada um desses polos haverá, no futuro, uma máquina estacionária para beneficiar a folha do sisal”, disse Salles.
Durante a reunião de trabalho durante a qual esclareceu às dúvidas dos produtores, Salles destacou o empenho do governador Jaques Wagner para que a presidente Dilma Rousseff autorizasse o aumento do preço mínimo do sisal de R$ 1,24 para R$ 1,41, e enfatizou que “continuamos lutando para conseguir com o governo federal a subvenção para o sisal, como acontece com a cana, para que os produtores tenham recursos para investir na recuperação desta importante cultura”.
Ele reafirmou ainda que a mucilagem do sisal poderá ser comercializada como ração animal e doada a pequenos criadores afetados pela estiagem prolongada, a partir de registro desse subproduto no Ministério da Agricultura (Mapa). Nesse sentindo várias reuniões foram realizadas no Ministério da Agricultura (MAPA), e na semana passada o fiscal federal agropecuário, Bruno Paule, acompanhando por uma equipe técnica da Seagri, esteve na região de Conceição do Coité e Valente, percorrendo propriedades para discutir aspectos de aproveitamento da mucilagem e condições para a sua comercialização.
A vinda do técnico do Mapa foi fruto de diversas viagens e reuniões realizadas em Brasília ao longo de três anos, pelo secretário, em companhia do presidente da Associação de Produtores de Sisal, Misael Ferreira, do coordenador da Sub-câmara do Sisal, Enaldo Boaventura, dos prefeitos da região sisaleira e do diretor de Agricultura da Seagri, Almeida Junior, visando resgatar a lavoura do sisal, uma das culturas símbolo de resistência à seca.
Ascom Seagri