Exemplo de eficiência. Por Francisco Nery Júnior

Se a gente vê eficiência – e presteza – em um setor público municipal, a gente vê na recuperação do capeamento asfáltico da cidade. Alguém pode argumentar ( a motivação aqui não interessa) que há alguém, ou uma firma, ao algum interesse ganhando dinheiro. Quem trabalha é digno do seu salário, está escrito, e todas as outras atividades municipais são remuneradas. O recapeamento asfáltico é diário e persistente. Os leitores que tanto ouviram do papa, durante toda a semana, admoestações (só em Copacabana foram três milhões de uma só vez) para serem simples e amarem o próximo, fazerem o bem sem saber a quem; os leitores já pensaram a beleza que ficaria esta cidade, que já é bela, se todas as outras atividades fossem assim?

 Eu já estava com este artigo na cabeça quando passei pelo novo mercado, vi os trabalhadores tapando buracos na rua causados pelas últimas chuvas e vi, também, o Dr. Wilson Pereira direcionando os trabalhos. Por favor, que outros não fiquem com raiva de mim. Só estou notando, sem favor nenhum, e sem interesse pessoal nenhum, um ato simples que deveria ser imitado por todo e qualquer gestor. Dono do defunto é quem pega na cabeça do caixão, diz o ditado popular. Com o dono à frente, o funeral chega a bom termo. Os bons generais do passado foram os de campo. Alexandre, Napoleão e Rommel o foram. Lampião também, diria o escritor João de Souza Lima. Não foi à toa que sobreviveu à artilharia das Polícias Militares de vários estados durante dezoito anos. Eram de campo. Eram simples e marchavam passo a passo com os seus soldados. Falamos sobre eles até hoje.

 À propósito, uma opiniãozinha: já que temos engarrafamento de veículos nas proximidades da ponte do canal, por que não se dar um jeito de os carros que vêm da Avenida dos Estudantes para o centro entrarem logo à esquerda na Avenida André Falcão, recentemente asfaltada? Na esquina do Luís Eduardo, não dobrariam para a direita, e sim para  esquerda. Eles não passariam mais nas imediações da Rodoviária. Alguns já fazem isto, mas ilegalmente, contra a lei do trânsito e com perigo de acidentes. Alguns já aconteceram.  Um corte pra cá, outro pra lá, senhores engenheiros da prefeitura, e pronto: menos carros perto da ponte. Gestores marechais-de-campo saem das quatro paredes, sujam os pés e, às vezes, as mãos, e acham soluções, muitas das quais simples, que melhoram as nossas vidas.

Pedro, filho do Coronel Oseas, na casa de quem morávamos de aluguel, meus pais, irmãos e eu, não tinha lá uma moral muito bem recomendada no bairro. Na reforma da casa outra do coronel, próxima à nossa, o Pedro pediu ao pai para dar uma “opiniãozinha”. Eu, menino de sete anos, só vi o braço do coronel Ozeas descer sobre a face de Pedro que desabou, sem muito estrondo, no chão. Que as nossas opiniões, dos leitores comprometidos e minhas, sejam consideradas e, se possível, atendidas.

As ações simples, na maioria das vezes baratas, fazem diferença na qualidade de vida de uma cidade. As pedras pequenas é que seguram as grandes nas enormes alvenarias. Sustentam toda a obra. O navio é indiscutivelmente o capitão. Capitão bom, navio eficiente. Mas os marinheiros bons são indispensáveis para a otimização das operações.

Francisco Nery Júnior